Circuitão pelo Rabo do Dragão

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Rabo do Dragão é a denominação q recebe q Serra do Guararu, pedaço selvagem do Guarujá (litoral de SP) situado na região leste da Ilha de Santo Amaro. Suas encostas repletas de Mata Atlântica voltadas pro oceano abrigam seu maior atrativo, a Prainha Branca, antiga vila de pescadores e point badalado por surfistas, ripongas e turistas descolados.

Entretanto, os arredores do Rabo do Dragão escondem outras atrações q fazem a festa dos andarilhos de plantão por serem acessíveis por trilhas. Umas batidas e outras nem tanto. Foi q fizemos neste ultimo domingo q consistiu num roteiro fora do convencional. E, diga-se de passagem, sem nenhum “Toca Raul!” no ouvido. Um bate-volta tão diversificado qto puxado incluiu trilha, cachoeira, farol, ruínas históricas, descida de rio e fechou com a pitorescas Capivaryanas. Isso tudo a apenas 90km da maior metrópole do país.


Não pisava no Guarujá desde a virada do milênio, se não me falha a memória. A última vez q o havia feito tinha sido justamente pra agregar as hordas de pseudo-ripongas q costumam estacionar nos campings da Prainha Branca durante os feriados prolongados e se prendem aos programas batidos de lá. Ou seja: tocar Raul, tomar vinho, tocar Raul, fingir fumar, tocar Raul, tentar surfar, tocar Raul, levar foras, tocar Raul, comer PF no Larica´s, tocar Raul, visitar a Prainha Preta e, claro, passar a noite tocando mais Raul ainda.


Doze anos então se passaram, o q não significa necessariamente q haja mudado mta coisa. Troquei o vinho pela cerveja, o surfe pela caminhada, não toco mais Raul e há mto larguei a tentativa de fumar o q seja. Mas o principal é q agora enxergava as paisagens com outro olhar, o olhar trilheiro, buscando as possibilidades de pernadas q um lugar pode oferecer. E a vontade de retornar á Prainha Branca partiu não somente da curiosidade em quebrar aquele longo hiato de ausência da Serra do Guararu. Ela partiu da constatação, após um breve bate-volta de fim de tarde, de q o lugar continuava exatamente  o mesmo após td esse lapso de tempo. Pronto, estava feito. Era a fome juntando-se a vontade de comer.


Dessa forma eu, Carol e Ricardo saltamos as 7:45hrs na Estação Estudantes da CPTM, em Mogi das Cruzes. Após um rápido desjejum na lanchonete da rodoviária, as 8:15hrs embarcamos numa das varias lotações q descem rumo Bertioga, mas não sem antes uma parada providencial no Rancho da Pamonha, pra mais um rápido cafezinho. Não demorou praquela manhã q se insinuava fria e encoberta abrir-se por completo, deixando a mostra um sol promissor q logo aumentou a temperatura durante a descida da serra. Enqto isso colocávamos o papo em dia, principalmente dos causos recentes cujo destaque foi o da “morena do beiço verméio” , contado pela Carol..


Após a descida e rodar um tanto quase por tds as praias da baixada desovando os passageiros da van, saltamos em Bertioga finalmente as 9:30hrs, em frente a balsa q cruza o canal de Bertioga rumo o Guarujá. No caso, a verdejante Ilha de Sto Amaro. A travessia foi rápida e bem tranqüila, onde os veículos particulares dos turistas dividiam o espaço com transeuntes q no geral se resumiam a locais, ripongas, gringos e surfistas. Ao saltar da barca somos recebidos por um portal q nos dá ás boas vindas á ilha. Outro painel explicativo nos informa didaticamente q a Serra do Guararu, representa o maior conjunto de ecossistemas bem preservados da Ilha de Santo Amaro. Engloba extensas áreas de Mata Atlântica, nascentes, córregos, cachoeiras, vegetação de restinga, incluíndo espécies arbóreas e arbustivas, praias e os manguezais ao longo do Canal de Bertioga. A grande importância dos atributos naturais e sua beleza cênica resultaram no tombamento da Serra do Guararu, inclusive da Praia Branca.


Ignorando a Estrada Parque Serra do Guararu (SP-61), tb conhecida como Rodovia Guarujá-Bertioga, tomamos uma trilha bem obvia q surge logo de inicio após o pórtico, á esquerda, ladeando a encosta. Hj esta trilha esta totalmente concretada e possui corrimãos de madeira pra auxiliar nalguns trechos, privilegio q antigamente inexistia e q não raramente resultava em inúmeros tombos durante o perido de chuvas. Isto pq o chão é de terra argilosa compacta e qdo umedecido fica um tremendo sabão. Ainda assim é bom ter cuidado ao caminhar pelo calçamento de pedras em época de chuvas pq qq chinelo de borracha desliza facil facil nele. Alem do mais, essa trilha não tem iluminação. Portanto se for retornar a noite é bom levar lanterna pra não levar um capote.


Pois bem, seguindo pela trilha surge logo uma bifurcação: á direita, subindo, prossegue a picada calçada tradicional, q em menos de 2km leva ao centro da vila; mas a gente toma a da esquerda, a “walking path”, q é uma vereda de chão batido q tb dá na Prainha Branca, porém tb leva as ruínas da “Igreja de Pedra”, ao Forte São Felipe e ao Farol da Pta da Armação. A vereda é bem tranqüila, batida, relativamente larga e sombreada, sempre bordejando a íngreme encosta em nível. A pernada é bastante agradavel e parcialmetne cenica, principalmente pq o túnel de vegetação não apenas filtra os raios do sol como tb permite frestas de paisagens pro lado continental. No caminho, uma bica dágua refesca nossa garganta como tb arbustos forrados de morangos silvestres complementam nosso café antes de chegar noutra bifurcação. Nos mantemos na da esquerda, pois da direita sobre pra interceptar a picada principal, ou seja, a concretada.


Após 1km a vereda apresenta algumas raizes sobressalentes e gdes rochas no caminho, ate q cruzamos o q parece ser um corredor no meio duas muretas de pedra. Alguns passos logo adiante nos levam á tal “Igreja de Pedras”, na verdade as ruínas da Ermida de Sto Antônio do Guaibê, datada de 1550 (ou 1766), capela onde o padre José de Anchieta catequizou os índios tupiniquins, permitindo a convivência pacífica entre os portugueses. São restos de paredes erguidas e ate um salão central, com altar e td, parcialmetne engolidos pelo mato. Olhando atentamente pode-se observar td a técnica de construção adotada pelos portugueses, basicamente feita de pedra e cal. As ruínas têm abóbadas já deterioradas pelo tempo, tomadas pela floresta e seus braços, as plantas do chão e os cipós que tomam conta das árvores. Mas o altar e os degraus das escadas, ambos construídos com pedras gigantescas e, provavelmente, trazidas de outro lugar por índios ou escravos, um dia abrigou pessoas em nome da fé. Hoje atrai as mais variadas cores de borboletas e, em contraste, alguns vândalos, que teimam em deixar suas marcas nas paredes do templo. Abandonado, o sítio arqueológico poderá integrar o Parque da Serra do Guararu, algo q ainda esta em fase de planejamento.


Depois  uma pausa de contemplação e fotos, prosseguindo pela mesma picada logo desembocamos num lugarejo chamado de Toca da Garoupa, uma pequena enseada onde há algumas poucas casas de pescadores, um pequeno quiosque e camping.
Após uma providencial coleta de infos com um riponga acampado recem levantando, cruzamos a pequena enseada sempre próximos a orla marítima, até dar no final dela. Ali aparentemente td termina, mas basta procurar bem em meio ao bambuzal ou mato caído q surge uma trilha bem batida dando continuidade ao trajeto, q sempre bordeja a costa. Uma vez na picada não tem mais erro, basta tocar em frente,as vezes longe, mas principalmente próximo da orla marítima em meio a mata! O trajeto é predominantemente em nível, com algum sobe e desce esporádico, mas sussa e óbvio. As vezes surgem bifurcações, principalmente pra esquerda, mas tds levam a rochedos ou trechos de costão utilizados como piers providenciais por pescadores. Estes, alias, estão onipresentes nas margens tentando a sorte e podem auxiliar com valiosas informações em caso de duvida. “Quase peguei uma moréia!”, diz Seu Iraim, mostrando orgulhosamente um pequeno bagre recém tirado do mar.


Após tropeçar com uma refrescante bica cruzando o caminho, a picada começa a se tornar cada vez mais irregular e estreita, ao mesmo tempo em q apresenta mais mato tombado ou avançando sobre a trilha. Mas as 11hrs logo tropeçamos com mais vestígios de outra antiga construção, no caso, inicialmente uma mureta de pedras e depois o q parecia ser um mirante com vista pro oceano. Apesar de coberto de mata, aquelas ruínas não escondiam alguns dos mais belos marcos da arquitetura militar portuguesa do sec. XVI. Estávamos no Forte São Felipe (ou Forte de Pedra, como tb é conhecido), uma pequena construção construída em 1552 e q desempenhou papel fundamental na segurança da Vila de São Vicente e, mais tarde, do Porto de Santos, contra ataques dos índios tupinambás e de corsários. Suas muralhas se levantam sobre o mar, e no baluarte existe ainda uma cisterna empedrada e peças de cantaria lavrada. O mesmo sítio do Forte São Filipe foi sede da “Armação das Baleias”, importante marco econômico colonial nos séculos XVIII e XIX, hoje em ruínas, local de extração de óleo de baleia para a iluminação da região.


Após um rápido vislubre da fortificação do lado de fora, saltitando feito cabritos pelo costão rochoso, damos continuidade a nossa pernada pela trilha principal em meio a mata, sempre bordejando a base do Morro da Armação, rumo leste. Mas ao desviar de um íngreme costão rochoso, a vereda embica piramba acima de modo a contornar este obstáculo natureba por dentro, nos obrigando a uma breve e curta escalaminhada atraves de rochas e raizes. Mas uma vez no topo do morro segue um longo descidão feito atraves de uma picada tão íngreme qto estreita, onde é preciso afastar o mato com as mãos pra poder enxergar onde se pisa.


Num piscar de olhos desembocamos num meio de alguns rochedos e, olhando ao alto, observamos um pequeno trambolho avermelhado com uma lâmpada reluzindo ao sol forte das 11:20hrs. Haviamos finalmente alcançado o Farol da Pta da Armação!  Mas pra chegar no dito cujo havia ainda q escalar uma rocha, o q so era possível atraves de uma corda estrategicamente ali disposta, sem gde dificuldade tecnica. Uma vez no pequeno farol pudemos ter uma bela panorâmica do entorno, q descortinava td faixa clara da areia da Praia de Bertioga ate o Morro da Enseada, a nordeste; como td quadrante sudeste tomado basicamente pela horizontalidade de um mar azul sem fim, cuja tranqüilidade era maculada esporadicamente por alguma lancha ou jet-sky! No céu azul, fragatas e gaivotas dividiam o firmamento com enormes urubus q mais pareciam pterodáctilos, q alem de deixar o entorno do farol repleto de plumas os maleditos carimbavam as pedras com sujeirinha clara q destoava da cor natureba das mesmas.


Após uns 10 minutos de descanso a volta foi feita pelo mesmo trajeto da ida, porem em tempo bem menor. Ao passar pela Toca da Garoupa fomos de encontro a bifurcação anterior q a precedia, e dali tocamos pelo ramo da direita, subindo no aberto bem forte, passando em meio a bananeiras pra depois acompanhar uma linha de postes ate mergulhar novamente no frescor da mata fechada. Não demorou e logo desembocamos na picada principal, aquela calçada, já no alto do morro. Mas não deu nem um minuto q nos deparamos com nova bifurcação. Ignoramos o ramo concretado principal, q nos levaria ao cto do vilarejo, em favor de uma picada mais discreta e de terra a esquerda, q começou a descer forte tendendo pra esquerda da praia. O chão argiloso estava relativametne úmido e a declividade acentuada facilitaram os tombos, do qual este q vos escreve foi vitima por ter seu traseiro devidamente carimbado.


Dito e feito, as 12:20hrs a picada nos levou aos fundos do camping São José, no Cantão, ou seja, no extremo norte da Prainha Branca! A partir dali fomos andando pela areia finas e clara q dá nome a praia, q de pequena não tem nada já q sua extensão é de quase 1,5km! Afastada, primitiva e selvagem, a extensa faixa de areia é cercada de morros e tem ate uma lagoa salubra próxima. Possui ondas fortes e correntes traiçoeiras do lado esquerdo e um mar calmo no lado direito devido a proximidade da ilha, a Ilha da Prainha (tb conhecida como Ilha Rasa), acessive a pé na maré baixa.


A medida q caminhávamos pra outra extremidade da praia, podíamos ver a muvuca cada vez mais presente próximo do vilarejo. Repleto de bares e  campings, a comunidade caiçara da Prainha Branca até pouco tempo tinha como uma de suas principais atividades a pesca artesanal, hj vive basicamente em fcao do turismo, q basicamente quadriplica seus habitantes durante os finais de semana e feriadões. Pescadores dividem espaço com turistas, gringos e surfistas, numa sinergia q so se encontra mesmo nestes locais especiais, tal qual a Praia do Sono, na Joatinga.


Dando continuidade a pernada, damos as costas á Prainha Branca pra então tomar uma curta trilha q logo nos desova na minúscula Praia das Conchas, de extensão menor q 50m e q basicamente pode ser definida como um estacionamento de embarcações defronte á Ilha Rasa. Na sequencia, a pernada se dá pelos lajedos e pedras do costão rochoso, onde algumas belas periguetes lagartejam de bruços, tostando suas buzanfas de fio-dental á milanesa naquele inicio de tarde, ou seja, das 13hrs. Td cuidado é pouco pra não desviar a atenção e cair do costão, claro. Daqui já é possível avistar a Prainha Preta, próxima dali enfiada numa pequena enseada e cercada de verdejante mata.


Novamente na trilha, a picada embica em meio a mata  num piso bem irregular, escorregadio e com mtos buracos, mas logo nivela ao costear a serra. Não demora a uma bifurcação nos levar propriamente dito à areia preta q dá nome á praia. Esta aqui é de fatoi uma pequena enseada selvagem junto a morros e de ondas fortes. Sua extensão não passa dos 300m e possui agua doce corrente despencando de nascentes do alto da serra. A ausência de construcoes favorece q aqui se possa acampar gratuitamente, tanto q naquela ocasião vimos umas 3 tendas comodamente situadas a sombra da mata. No entanto, alguns maconheiros farofeiros teimam em deixar o local sujo, esquecendo de levar seu lixo, deixando-o em lugares q poderiam comportar facil e confortavelmente mais barracas. Aqui a Carol encontrou um conhecido e eu simpatizei com a carcaça de uma tartaruga, q so não levei pra não queria ter a mochila pesa e fedendo.


Retomamos a trilha principal agora rumo a próxima praia do caminho, ou seja, Camburizinho. Bem sinalizada, esta pernada não tem erro nenhum e só se perde quem fizer uso de bengala ou cão-guia! Vale destacar q a partir daqui o caminho torna-se mais irregular, com muitas pedras, mata caída e troncos no caminho, a diferença do trecho anterior, mas nada do outro mundo q não possa ser contornado. Subindo e descendo suavemente, logo nos deparamos com a bifurcação da Cachoeira do Camburizinho saindo da principal, tocando morro acima pela direita, agora rumo oeste. E é por ela q seguimos, já prevendo q voltaremos depois pela picada principal, saindo da Praia de Camburizinho.


A pernada agora é sempre em subida, inicialmente suave mas logo depois a declividade aperta a tal forma em q a escalaminhada de raizes, pedras e troncos torna-se inevitável. Mas ao mesmo tempo em q o suor corre farto pelo rosto percebe-se facilmente q se ganhou altitude considerável, calculo q algo de menos de 150m. Uma vez no alto do morro começa uma descida suave a bordeja a serra tendendo pro sul e logo pra sudeste. No caminho surgem alguns fornos cavados na encosta, similares aos encontrados em Paranapiacaba porem em melhores condições, q despertam nossa atenção pra alguns cliques e alguns ajustes na maquina fotografica.


Finalmente a picada cai nas margens de um riacho q corre manso e raso, q logo é acompanhado pela margem direita após ser facilmente cruzado. E num piscar de olhos nos vemos no alto da Cachu do Camburizinho, a exatas 13:40hrs, onde a agua é despejada de quase 3m num enorme poço, de profundidade relativa. Dali o riacho segue seu curso e se derrama atraves de uma enorme laje semi-vertical, pra depois serpentear sinuosamente serra abaixo rumo a Praia de Camburizinho. Assim, após facil desescalaminhada por troncos estacionamos nos lajedos q circundam o piscinão, onde nos brindamos com um merecido pit-stop pra banho, lanche e descanso. O único porém do lugar é q é totalmente sombreado, o q não permite q a agua receba mto sol e seja, portanto, gelada, aquela altura do campeonato. No entanto, isso não impede q mesmo um breve tchibum revigore nossa carcomida alma da pernada ate aquele lugar paradisíaco.


As 14:30hrs iniciamos a volta, mas não pela trilha da cachu. Pra tornar diferente o passeio resolvemos simplesmente acompanhar o rio q abastece a cachoeira serra abaixo, uma vez q ele vai desaguar na Praia de Camburizinho, q alias é nosso próximo destino. Portanto, a primeira lajezona é vencida descendo a parede rochosa do lado esquerdo, se firmando tanto nas pedras como nos cipós e troncos a disposição. Uma vez na base, de fato, da cachuzona, o se vê a seguir é basicamente o de sempre pra quem ta habituado a descer rios: alternar margens conforme os obstáculos vao surgindo no caminho, principalmente gdes poços, pirambas verticais ou quedas maiores. E foi assim q fizemos.


O primeiro ingreme trecho é facilmente transposto desescalaminhando rochas, mas uma vez q percebemos vestígios de uma picada discreta na margem direita, não pensamos duas vezes e é por ele mesmo q tocamos, perdendo altitude rapidamente. Mas logo a picada some no rio, o q nos obriga a cruzar a outra margem e por ali dar continuidade à descida, seja pela encosta florstada ou pelo leito pedregoso do rio. E assim, aos ziguezagues, vamos rapidamente descendo o rio ate q ele começa a nivelar de vez, indicando já estarmos quase do nível do mar.

De fato, logo a nossa frente, em meio ao túnel de espessa vegetação, surge uma luz reluzindo relfetida no fim do túnel: o grandioso espelho dagua onde deságua o ribeirão da cachoeira e q atende pelo nome de Lagoa do Camburizinho!


Abandonamos então o leito de pedras em favor de uma picada q o acompanha pela esquerda, desviando dos trechos de brejo q cricundam a lagoa, ate q finalmente a vereda nos leva à Praia do Camburizinho, as 15:10hrs! A semelhança das demais praias, esta aqui tb é cercada de farta, rustica e rica vegetação. Ao sopé dela uma faixa de areia de quase 800m se estende ate o próximo morrao, q a separa da Praia dos Pinheiros. O mar aqui tem ondas fortes, ideal pra surfe, defronte a belíssima vista da Ilha de Guarujá. Durante nossa rápida passagem por aqui avistamos turistas contados numa mão só, evidenciando q qto mais longe e isolada menos disposição a galera tem de encarar as praias mais distantes. Aqui existe apenas um morador, situado quase no outro extremo da praia, a quem se deve pedir permissão (pagando a devida taxa) de camping.


Fim de circuito mas não fim de pernada, havia ainda q retornar td novamente. Tomamos então a picada principal e voltamos td, subindo a árdua piramba q ladeia o morro separando Camburizinho da Praia Preta. No alto, já do outro lado, uma janela emoldurada pela vegetação descortina uma paisagem q não deixa por menos à da Joatinga, tanto q esta pernada pode ser considerada uma versão minimalista da mesma: em primeiro plano a beleza da enseada da Praia Preta, tendo a larga faixa de areia da Prainha Branca destoando logo atrás; no mar, as ilhas próximas a orla destacam-se como diferenciais deste cenário paradisíaco, q corresponde à cereja do bolo deste bate-volta decerto inesquecivel!


Voltamos td trajeto sem pressa alguma, pois a missão já estava concluída. Chegamos na Prainha Branca por volta das 16:15hrs, onde imediatamente desabamos numa das mesas do Larica´s, onde mandamos ver uma rodada de pitoresca breja Capivaryana, q nunca desceu tão bem goela abaixo! E de resto ficamos ali, descansando e apreciando o vai-vem naquela bucólica praia, agora com bem menos turistas q durante o horário do almoço. Mas o relax se estende apenas por uma hora após a chegada. E não devido aos minusculos borrachudos q insistem em sugar nosso sangue ou pela probabilidadede voltar pela trilha calçada no escuro. So não tomamos mais pq o “Bin Laden”, o atendente barbudo-rastafari do bar, estava literal e sutilmente enxotando a clientela (contada numa mão só) ansioso pra voltar de mais um dia de árdua labuta. Com direito ate a diminuição do volume do reggae q tava rolando..


Retornamos ao portal ao escurecer, onde tivemos a sorte de imediatamente tomar a balsa, pra entao pisar na terra firme de Bertioga as 18:30hrs, onde encostamos novamente num dos quiosques ao lado afim de forrar o estômago com algum salgado, fosse ele um dogão ou pastel. Agora tínhamos q tomar a condução de volta, fosse busao ou lotação. O primeiro tinha horários irregulares e o próximo so sairia as 22hrs; e a segunda teoricamente não passava mais por ali por conta da fiscalização apertada contra transporte coletivo. E agora? Bem, agora teríamos q tomar alguma condução coletiva q nos deixasse na Riviera e dali tomaríamos uma lotação pra Mogi. Mas felizmente essa baldeação não foi necessária pq eis q, do nada, surge uma lotação q extraordinariamente estava ali e não pensamos duas vezes em deixar escapar. Portanto fica a dica: se for pra retornar de lotação de Bertioga é bom ter o contato de uma a mão (e ligar pra vir buscar) pq em tese elas não estão mais parando por no cto de Bertioga a menos q sejam contatadas. No caso, havíamos tido sorte. O resto foi aquela via-sacra e interminável da volta. Primeiro na lotação, q parece q nunca deixava o litoral. E depois o sacolejo hipnótico do trem. Claro q em ambos casos a volta foi feita no mundo dos sonhos, onde terminei chegando ao aconchego do lar sometne la pelas 23:30hrs.

E essa foi nossa aventurinha dominical pelo Rabo do Dragão, pedaço selvagem do Guarujá q contrasta com o tradicional reduto elegante e chique de veraneio q predomina na sua porção urbana. A Serra do Guararu se encarrega felizmente em ter o melhor quinhão da extensa faixa da Ilha de Sto Amaro, separada do continente pelo Canal de Bertioga e da Ilha de São Vicente, pelo Estuario de Santos. É de se estudar a real viabilidade de uma travessia maior através de suas verdejantes encostas tanto sentido sul qto pro oeste, cruzando mais e mais praias, assim como um bate-volta prometendo a Travessia do Morro da Armação. Mas essas são ainda loucas possibilidades vindouras de mais pernadas tão selvagens e perrengueiras próximas à urbe paulistana. E parafraseando o famoso “Maluco Beleza”, q desta vez vem a calhar com total propriedade: sempre controlando nossa maluquice, porém misturando-a sabiamente com nossa lucidez.

 

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Sobre o autor

Jorge Soto é mochileiro, trilheiro e montanhista desde 1993. Natural de Santiago, Chile, reside atualmente em São Paulo. Designer e ilustrador por profissão, ele adora trilhar por lugares inusitados bem próximos da urbe e disponibilizar as informações á comunidade outdoor.

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