Aconcagua fecha temporada com baixa no número de ingressos

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Com quase 600 pessoas a menos que na temporada anterior e seis alpinistas mortos, no dia 31 de março de 2009 o Aconcagua fechará suas portas pela primeira vez com números inferiores de visitação.


Em uma temporada marcada por tragédias, onde seis pessoas perderam a vida na montanha, e pelo aumento de preços para escalar a montanha, que ajudada pela crise mundial, o Aconcágua viu pela primeira vez na história um número inferior de andinistas entrarem em seus domínios.

Foram quase 10% a menos de visitantes que na temporada 07/08. Os dados foram confirmados pelo Sr.Rubén Masarelli, encarregado da Central de Horcones do Parque Nacional Aconcagua, que destacou que, apesar da temporada oficial terminar apenas no dia 31 de março, até ontem, 6.723 pessoas pagaram o ingresso, número inferior aos 7.398 da última temporada.

O argentino ainda informou que no período final da temporada, dificilmente terá mais que 100 novas entradas, seguindo os dados históricos. Ele destaca ainda o problema da crescente violência na cidade de Mendoza, como um dos motivos do afastamento dos turistas.

Segundo os dados, 90% dos andinistas que chegaram durante os 4 meses da temporada ao Aconcagua foram estrangeiros, e que aproximadamente 290 foram evacuados da montanha, incluindo todos os acampamentos.

Dos 6.723 ingressos vendidos, a grande maioria – 4.004 – compraram os ingressos para a escalada da montanha e 1.434 pessoas comprar o ticket válido para o trekking curto. Somente com os ingressos para o ascenso da montanha, acredita-se que o governo argentino lucrou aproximadamente 6 milhões de pesos (cerca de 3,5 milhões de reais).

Mesmo com o menor número de visitantes, um dado triste entrou para as estatísticas do Aconcagua nesta temporada, o de aumento no número de acidentes com vítimas fatais. No ano anterior ocorreu apenas um acidente fatal, bem abaixo dos 6 ocorridos ao longo desta temporada.

O primeiro a perder a vida nesta temporada foi o alemão Feramin Stephan, de 4 anos, que faleceu no dia 2 de janeiro. Logo após, no acidente mais divulgado dos últimos anos, a italiana Elena Senin, de 38 anos e o guia argentino Federico Campanini perderam a vida quando uma grande tempestade se formou na montanha.

A quarta vítima fatal foi o escalador inglês Michael Fleeman, de 42 anos e no dia 16 de janeiro Arthur D’Lisle, de 51 anos, morreu quando era baixado da região conhecida por “El Semáfaro”, pela patrulha de resgate.

A lista se encerra com a morte do francês Pierre Bem Tyen, de 31 anos, cujo corpo ainda não foi encontrado e que, segundo o chefe da patrulha de resgate, Antonio Ibaceta, deve estar na zona do Glaciar dos Polacos, ainda que não foram nem encontrados equipamentos ou rastros na região.

“Muito provavelmente que ele já esteja morto, porém até que se encontre o seu corpo, este caso se tratará somente de desaparecimento”, informou Ibaceta.

Ibaceta, que assumiu o cardo de Chefe da Patrulha de Resgate, logo após a saída de Párraga devido ao caso Campanini, também fez um balanço da temporada, com respeito às tarefas do grupo que comanda.

Segundo estes dados, os principais problemas daquelas pessoas que necessitaram auxílio para descer estão o esgotamento extremo, a desidratação e alguns por não controlarem corretamente o horário, sendo que neste caso, estão principalmente aqueles que iniciaram tarde o ataque ao cume.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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