Brasileiros desmentem resgate no Aconcagua

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Dois escaladores gaúchos que teriam, supostamente, ficado desorientados na parte alta do Aconcagua, acometidos de Mal Agudo da Montanha, dizem que não foram resgatados pela Patrulha de resgate do Parque Provincial do Aconcagua e dizem que houve um engano de informações sobre sua escalada na montanha mais alta dos Andes.


Vanius e Pablo Pasuch acabaram de retornar do Aconcagua, em Mendoza, Argentina e dizem que ficaram surpresos com a notícia que foi divulgada sobre sua escalada na montanha. De acordo com o chefe da Patrulha de Resgate, David Spinelli, a dupla, mais um holandês de identidade não revelada, desceram da região do cume da montanha com princípios de MAM (Mal Agudo da Montanha). De acordo com o chefe dos Resgatistas, a patrulha fez uma missão de resgate encontrando os brasileiros somente no dia posterior, ajudando-os a descender a montanha até a Base, Plaza de Mulas.

De acordo com Vanius Pasuch, não houve resgate e a notícia foi um grande desentendimento. Ele entrou em contato com o AltaMontanha e passou seu relato dos acontecimentos:

Fizemos o ataque ao cume normalmente, inclusive em um tempo bom (8h e 10 min).&nbsp, Cheguei ao cume ás 15:10h e meu irmão chegou a uns 150m do cume.&nbsp, Descemos normalmente, mas bastante cansados.&nbsp, Logo antes de chegarmos a Cólera, meu irmão começou a dar sinais de exaustão.&nbsp, Começou a falar algumas palavras desencontradas e as pernas não obedeciam mais.&nbsp, Alguns minutos acima de Cólera (Piedras Blancas), um amigo ofereceu sua barraca para fornecer uma hidratação adequada e aquecimento a meu irmão, e como já estava anoitecendo, ficamos até a manhã seguinte.&nbsp, Como tínhamos subido até uma altitude de quase 7000m e, principalmente, devido à momentânea confusão mental de meu irmão, aventamos a possibilidade de ser um início de edema cerebral, e resolvemos chamar a Patrulla de Rescate para uma consulta por rádio.&nbsp, Como este amigo somente possuía um telefone satelital, o que fizemos foi ligar para um 0800 que ele tinha consigo.&nbsp, Este número dava em uma espécie de “seguro saúde” em Buenos Aires.&nbsp, Falei com a atendente em Bs.As, expliquei o caso e que estávamos em Mendoza, e lhe pedi o telefone da Polícia de Mendoza (à qual a Patrulla está subordinada).&nbsp, Foi a partir daí que se deu a confusão.&nbsp, A atendente acabou acionando mil e um serviços que não eram necessários, gerando um movimento completamente desnecessário.&nbsp, O que eu queria era somente o número da Patrulla para falar com a unidade de Nido de Cóndores, a apenas 2 horas de onde estávamos.&nbsp, Somente isso.&nbsp, O recado foi dado (mesmo que atravessado, tipo “telefone sem fio”) e no início da manhã seguinte 3 integrantes da Patrulla, inclusive 2 deles amigos nossos de outras escaladas lá pela região, chegaram e já encontraram meu irmão bem melhor.&nbsp, Baixamos até P. de Mulas, inclusive todos nós carregando mochilas.&nbsp, Consultamos com a médica, a qual constatou que, provavelmente foi apenas exaustão que acometeu meu irmão, e nos receitou hidratação, alimentação e sono.

Assim sendo, a dupla de montanhistas nunca esteve desorientada na montanha, nem sequer estiveram em contato com um holandês e também não foram ajudados por americanos, como foi dito pelo chefe da Patrulha de Resgate. Os brasileiros tiveram contratempos que foram resolvidos por eles próprios e nunca estiveram numa situação de risco, de forma que eles próprios descenderam a montanha por seus próprios meios, carregando mochilas nas costas e chegando sem grandes problemas à base da montanha, onde repousaram e se rehidrataram normalmente.

:: Para saber mais sobre o Aconcagua, consulte:
www.aconcagua.altamontanha.com
www.rumos.net.br

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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