CBME premia as melhores realizações do montanhismo brasileiro

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Criado em 2015 e em sua terceira edição, o Mosquetão de ouro é uma premiação dividida em 5 categorias que visa premiar os melhores feitos do montanhismo brasileiro do ano anterior. Confira os vencedores da edição de 2017:

Inspirada no prêmio Piolet D’or, a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME), lançou o Mosquetão de Ouro, versão brasileira do importante prêmio mundial. Em sua terceira edição, a premiação tem ficado cada vez mais famosa e concorrida, com muitas indicações e votos. 
 
As indicações são feitas baseadas nas realizações de cada pessoa no anterior e elas são feitas pela internet e por categoria. A comissão organizadora seleciona 3 nomes por categoria e a escolha é realizada por votação popular, por uma comissão técnica e pelo voto das entidades filiadas à CBME. Passado todo este processo os vencedores são nomeados durante a festa de Abertura da Temporada do Montanhismo no Rio de Janeiro.
 
Confira os vencedores de cada categoria na premiação do Mosquetão de Ouro de 2017:
 
Categoria Montanhismo: incluindo trilhas, travessias e alta montanha, realizado de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2016. Essa categoria privilegia os valores básicos do montanhismo, como a autonomia, o comprometimento e a responsabilidade e o respeito com o ambiente de montanha e a cultura local. Não serão consideradas excursões de caráter marcantemente comercial, onde são utilizados guias e pesadas estruturas de apoio para o alcance dos objetivos.
 
Vencedor: Pedro Hauck – Em 2016, o montanhista Pedro Hauck liderou a expedição à montanha mais alta dos Andes ainda inédita a brasileiros, o Cerro Bonete Chico (6759m) e com ela também se tornou o primeiro brasileiro a escalar as 5 montanhas mais altas dos Andes. Em 2016 ele alcançou o cume de pelo menos 7 montanhas nunca escaladas por brasileiros e acumulou 20 ascensões a montanhas nos Andes. Com estas montanhas, Pedro chegou a 85 cumes em montanhas andinas, destas 46 montanhas diferentes acimas de 6 mil metros. A maior parte destas expedições foram feitas com recursos próprios, de maneira autônoma e independente.
 
Categoria Escalada – incluindo a escalada de aventura, realizada em livre e artificial, em rocha, mista ou gelo, big wall e conquistas, realizadas de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2016. Essa categoria privilegia o comprometimento, a autonomia, a preparação técnica e psicológica envolvidos no jogo da escalada de parede.
 
Vencedores: Edemilson Padilha, Valdesir Machado, William Lacerda, Horacio Gratton, Wagner Borges.
 
Os citados escaladores conquistaram a via “Sangue Latino” na Pedra Baiana em Nova Belém (MG). Esta via de escalada de parede tem 800 metros de altura e dificuldade de até 10b. Foram necessários 9 dias para conquistar a via e no total ela tem 17 enfiadas.
 
Categoria Escalada Esportiva – incluindo a solução de problemas de boulder, psicoblok e encadenamento de vias esportivas, realizadas de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2016. Essa categoria privilegia, sobretudo a superação de problemas de alta dificuldade técnica, podendo envolver os componentes psicológicos de um highball e um psicoblok.
 
Vencedor: Amanda Criscuoli – Com apenas 10 anos de idade, Amanda encadenou a via “Celulite abdominal” uma via de 8a localizada no Salto Ventoso em Venancio Aires (RS). Foi a brasileira mais jovem a escalar uma via esta dificuldade.
 
Categoria Montanhismo e Sociedade – Premia pessoas cujas ações ajudaram a preservar os valores do montanhismo, bem como o seu desenvolvimento e organização. Essa categoria busca privilegiar as ações de caráter nacional, regional ou estadual, pode ser conferido a pessoas, instituições, gestores de Unidades de Conservação, entre outros, desde que estejam ativos entre o período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2016.
 
Vencedor: Montanha para Todos – Guilherme Cordeiro e Juliana Tozzi – Portadora de uma doença degenerativa, Juliana Tozzi, perdeu os movimentos e foi impossibilitada de praticar montanhismo. Porém com o desenvolvimento de uma cadeira de rodas especial por seu marido, Guilherme Cordeiro, o casal tem conseguido frequentar diversas montanhas pelo país. A cadeira, que recebeu o nome de Julietti, está sendo produzida em escala e está sendo distribuída em diversas montanhas do país, possibilitando que muita gente possa acessar montanhas. 
 
Montanhismo e ação local – premia pessoas e instituições que realizaram importantes ações, de caráter local, para o desenvolvimento do montanhismo ou para a conservação ou recuperação de áreas de montanhas, entre outros, desde que estejam ativos entre o período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2016.
 
Vencedor: Pão de Açúcar Verde – Domingos Sávio – O Projeto Pão de Açúcar Verde promove a recuperação ambiental da face Leste e Sul do Pão de Açúcar desde 2002, através do reflorestamento com espécie nativas.
 
 
Categoria Vida na Montanha – Premia montanhistas, em vida, pelo conjunto da sua obra, suas realizações e dedicação ao montanhismo.
 
Vencedor: Edson Struminski “Dubois”. Edson foi um pioneiro na escalada brasileira. Pertencente a geração que modernizou a escalada e implementou a escalada em rocha moderna no país, utilizando equipamentos móveis e conquistando vias de escaladas sob a ética atual. Ele foi um exímio conquistador, tendo abertura vias em diversos estados e até mesmo no exterior. Muitas de suas vias de escalada são consideradas clássicas e são muito desafiadoras. Edson estava vivo quando foi nomeado, porém faleceu poucas semanas antes da premiação devido a um câncer fulminante. Deixou saudades e um enorme legado no montanhismo brasileiro. 
 
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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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