Enfim, melhora o tempo no Himalaia, veja como estão as expedições

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Uma monção eterna que tem provocado nevadas contínuas durante quase um mês consecutivo estava deixando as expedições entediadas nos campos bases. Agora saiu o sol, mas com más notícias. No Manaslu, depois da neve destruir o A1, uma avalanche arrasou o A2, ele estava vazio. As expedições maiores estão no limite de paciência e começam a ir embora da montanha


Nestes últimos três anos, especialmente na pós-monção de outono (no hemisfério norte) e na temporada do Karakouram, que é no verão, o mal tempo castiga as montanhas sem cessar. Quando finalmente abre uma janela de tempo, que pode ser a única, os expedicionários são obrigados de todo jeito a subir de qualquer maneira as montanhas. Foi assim e assim está sendo nesta temporada no Himalaia. Vejam como está a situação das expedições agora:

Manaslu

No Manaslu acumulam-se numerosas expedições. Os primeiros grupos chegaram há 35 dias, mas a maioria chegou há apenas duas semanas. Até agora, ninguém passou do acampamento 2 devido a neve. Os poucos que lá chegaram e dormiram, que foram os mexicanos e a equipe espanhola do “Al filo de lo imposible” de Juanito Oiarzabal, acabaram de perceber que uma avalanche acabou de destruir este acampamento por completo. Para quem está acompanhando as notícias, este é o segundo acampamento destruído no Manaslu, pois o A1 já tinha sido arrasado na semana passada!

Assim caminham as coisas. Os primeiros que chegaram à montanha, depois de 34 dias, não avançaram nada e alguns começam a arrumar suas mochilas e regressar a Katmandu. Acontece que estas são as expedições comerciais, que são as maiores e que empregavam exércitos de sherpas. Elas têm que começar do zero numa montanha em más condições, com muita neve e com parte do equipamento perdido.

Os grupos que ficaram, ainda têm tempo, mas estão atrasados no processo de aclimatação, já que não tiveram a oportunidade de subir até altitudes maiores. Isso quer dizer que ainda há gente com vontade de fazer cume, aproveitando a janela de bom tempo que virá. Ontem eram para estar no A1, hoje A2… Mas onde está o A2? Perderam todos os equipamentos que estavam ali e não sabem o que farão daqui pra frente.

Os mexicanos Yuri Contreras e Laura González são dois que saíram ontem com a intenção de aproveitar a semana de bom tempo anunciada e, dormindo em diferentes acampamentos, querem tentar, na madrugada de sexta para sábado, o cume. Entretanto, agora que sabem que não existe mais o A2, eles não sabem exatamente como vão tentar o planejado.

Para complicar mais as coisas, a expedição de Russell, que é a maior desta temporada, se retirou da montanha. Junto se foi seu exército de Sherpas, pois perderam seus acampamentos 1 e 2. Sem estes Sherpas, será difícil assegurar o caminho até o cume.
Depois destas decisões tão adversas, é de esperar que Edurne Pasabán e a expedição de Juanito tome a dianteira, pois são os mais experientes no Manaslu.

Cho Oyu

Informamos na semana passada o assunto das permissões no Cho Oyo, montanha onde está o brasileiro/argentino Maximo Kausch. Lá, poucas expedições conseguiram a licença para escalar e as que conseguiram foram através de mediação de agências que há anos estavam planejando a escalada, como a expedição de Dan Mazzur, onde trabalha Kausch.

Entretanto, mesmo que os permissos internacionais tenham sido pouquíssimos, se encontram na montanha uma grande equipe chinesa, bastante barulhenta, segunda informa uma expedição espanhola que também está lá.

Os primeiros sintomas que a monção começava a dar uma trégua começou no Cho Oyo. Devido a posição desta montanha, que se situa ao norte do Himalaia. Neste fim de semana fez até sol por lá, mas com muito vento. Mesmo assim as expedições começam a portear equipamentos para cima. A expedição de Maximo já tem acampamento avançado firmado numa altitude de 7100 metros.

Makalu

Poucas notícias vêm do Makalu, devido a avaria dos aparelhos de comunicação do espanhol Jesus Calleja. Há pouca gente na montanha.

Kanchenjunga

Já informamos a intenção do alpinista e esquiador extremo Frederik Ericsson da Suécia é descer esta montanha, que é a terceira mais alta do mundo, com esquis. Até agora sabemos que Ericsson e seu parceiro norueguês, Jörgen Aamot se encontram no campo base.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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