Niclevicz adia aposentadoria e planeja escalar vulcões no México

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Alpinista paranaense volta a passar Natal e Ano Novo longe de casa, e deixa a aposentadoria em compasso de espera. Novos desafios são os Vulcões mexicanos, da região do Círculo de Fogo do Pacífico.

A carreira de 20 anos de Waldemar Niclevicz terá uma lacuna ainda em aberto preenchida a partir do dia 17 de dezembro. É quando o alpinista embarca para o México, onde começa mais uma aventura. O paranaense vai desafiar alguns dos mais altos e perigosos vulcões do mundo, que compõem o “Cinturão de Fogo” do Pacífico, e passará por algumas montanhas na América Central. A nova expedição deve durar dois meses e, assim como no ano passado, quando esteve na Patagônia, Niclevicz vai passar Natal e Ano Novo longe da família.

“Estou trabalhando na minha biografia fotográfica, e vamos ter nela muito material anterior a 1988, quando eu comecei profissionalmente. A minha intenção é incluir regiões de montanha de todo o mundo, e um dos lugares que faltam e que tenho curiosidade é México e América Central. Vou escalar os principais vulcões, algo que eu nunca fiz na minha carreira, para ver como é”, disse Niclevicz, por telefone.

A nova expedição será toda custeada pelo alpinista, que não conseguiu patrocínio. “Estou indo sem patrocínio, apenas graças às palestras que eu faço, toda a semana, por todo o país. Estou fazendo até uma por dia para poder pagar toda a viagem, é isso que me estimula a continuar correndo atrás”, revelou. Sobre as escaladas, Waldemar Niclevicz disse que a escolha da época para a aventura envolve a natureza dos locais que visitará.

“É a melhor época do ano para se escalar lá. Agora inicia a estação seca, que vai até março, e ainda é possível ver neve lá. Quero desfrutar de toda a beleza do roteiro, porque depois a paisagem fica muito feia e árida”, explicou. Após o México, o alpinista vai passar por alguns países da América Central, e entre montanhas e vulcões, o paranaense revelou a diferença técnica da escalada.

“Por sua forma cônica, todo vulcão é muito mais acessível a uma escalada para um alpinista experiente. A altitude não chega a ser problema, mesmo ultrapassando os 5.600 metros em alguns locais que eu visitarei, o ar lá é bem rarefeito, mas não será problema para mim”, comentou Niclevicz.

A expedição deve terminar em fevereiro de 2009, na Colômbia. “Vou descendo em direção ao Sul, e ficarei duas semanas na Colômbia. Já estive lá, mas não pude escalar por uma proibição feita pelos índios. Agora estou tentando uma autorização para entrar lá, mas mesmo assim pretendo escalar alguns locais que ainda não conheço”, concluiu o paranaense.

Aposentadoria terá de esperar livro e novas expedições ambiciosas

Waldemar Niclevicz chegou a ventilar, em junho deste ano, a possibilidade de se aposentar do alpinismo profissional, das grandes expedições ao redor do mundo. Contudo, o alpinista diz que a idéia agora é concluir o seu novo livro fotográfico, e buscar realizar sonhos antigos, como viajar à Cordilheira do Pamir, na Ásia Central, e também à Geórgia do Sul, na Antártida.

“Em julho e agosto do próximo ano espero ir ao Pamir, e para esta expedição estou procurando patrocínio. Também quero visitar algumas montanhas do Quirquistão e do Casaquistão, países que ainda não visitei. Estes são projetos caros, que envolvem equipes, e são situações que me animam a continuar a minha carreira. Sem patrocínio, ir à Geórgia do Sul, por exemplo, é impossível”, contou Niclevicz.

Com a biografia saindo do forno em 2010, segundo seus cálculos, o alpinista projeta visitar a Cordilheira do Himalaia por uma última vez. “Quero subir o Karakorum ainda, é algo que preciso fazer antes de me aposentar”, finalizou.

Matéria de Thiago de Araújo, do Jornal Gazeta do Povo
Fonte: Gazeta do Povo On Line

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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