A escalada do Salto Angel

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O Salto Angel só foi escalado totalmente em três oportunidades (em 1990 por uma equipe espanhola, em 2005 por uma equipe inglesa, e em 2006 por uma equipe francesa). Houve outras tentativas, mas somente nessas três oportunidades a parede negativa do salto foi totalmente percorrida.


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A equipe francesa, chefiada por Arnaud Petit, campeão mundial de escalada, definiu o Salto Angel como o “big wall” mais difícil do mundo, apelidando-o de “o Everest dos big walls”. “Big wall” é o termo usado no alpinismo referindo-se a escalada de grandes paredes, aquelas com centenas de metros.

São 1.100m de parede a serem superados, sob um arenito bem duro, mas extremamente abrasivo o que causa um rápido desgaste das cordas, é preciso ter um grande cuidado em protegê-las para que não sejam cortadas pelo atrito. Outro perigo é a grande quantidade de rocha solta em toda a parede, pedaços de pedra e até grandes blocos que estão entalados e podem se soltar ao serem tocados.

No início da parede, em seus primeiros 300 metros, a dificuldade é aumentada em razão de a rocha estar molhada pelas águas da cachoeira. Porém, acima dessa altura, a parede é totalmente negativa até o cume, exigindo um esforço físico e técnico ainda maior.

O grande desafio é fazer toda a escalada “em livre”, ou seja, sem se apoiar em estribos, fitas ou grampos para fazer os lances de escalada, o que seria uma escalada “em artificial”. Numa escalada “em livre” cordas e todos os demais equipamentos apenas garantem a segurança em caso de quedas (que são absolutamente frequentes e normais), o escalador progride usando sua própria capacidade técnica e física, literalmente como se fosse uma aranha.

Em 1990, os espanhóis fizeram toda a escalada em artificial. Em 2005 e 2006 os ingleses e franceses fizeram os lances em livre, porém os equipando previamente em artificial.

O grande obstáculo a ser enfrentado é justamente o tamanho da parede, praticamente toda em negativo, e de extrema dificuldade técnica, com apoios muito pequenos, o que exige muita força e técnica, e faz com que a progressão seja lenta. Estima-se que toda a escalada leve pelo menos três semanas.

Foi montado um acampamento na base da parede, de onde foram feitas investidas até alcançar os primeiros 300 metros de altura, onde foi montado o primeiro “acampamento suspenso” (com “barracas” penduradas sobre o vazio). A partir deste ponto os escaladores não estão mais descendo até a base da parede, e ficarão cerca de 14 dias dependurados sobre o vazio até o fim da escalada.

Waldemar e a sua equipe estão vivendo em um “mundo vertical”, tudo tem que ser carregado parede acima, equipamentos, roupas, comida e água, até para “ir ao banheiro” é preciso estar amarrado.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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