A trilha do Rancho Tombado

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Cerca de ano atrás qdo palmilhei td extensão da precária (e pouco conhecida) “Trilha dos Desbravadores” – antiga vereda biker q interliga a SP-98 a Casa Grande – uma óbvia ramificação, no final, despertara minha atenção pela direção q tomava, ou seja, sul. Por falta de tempo e oportunidade, a idéia de percorrê-la acabou sendo sepultada e esquecida, deixando no ar a duvida de seu trajeto. Pois bem, esta curiosidade foi sanada num fds dias atrás. E o q resultou disso foi um circuitão selvagem com pernoite q percorreu nascentes e afluentes do Rio Sertãozinho, alternando antiga estrada, travessia de rio, picada extrativista e algum vara-mato. E q culminou num pitoresco e divertido boteco-arco-iris-capiau, o “Bibar”…

A bem-vinda e oportuna carona da Elaine não podia ter sido em boa hora, naquele comecinho de sábado numa movimentada Mogi-Bertioga (SP-98). Nos poupando enfadonha pernada de algo de 4kms de asfalto, num piscar de olhos ela foi encostando o veiculo no comecinho duma saída á esquerda, na precaria estrada q dá inicio ao “Picadão do Geraldo”. Lá ela “desovou” este q vos agora escreve, seu consorte Ricardo, a Carol e a espoleta Chiara, q praticamente agora virou figurinha carimbada na maioria das trips. Nos despedimos da Elaine e, com cargueira nas costas, começamos a pernada pouco depois das 9:30hrs, indo além da decrépita cancela e a enferrujada guarita metálica q caracterizam o lugar.
 
E la fomos nos, chapinhando pela supracitada via tendo a Chiara, disparada na frente, como nossa suposta guia e referencial do role. Desimpedidamente sem maiores dificuldades, claro, uma vez q a via consiste num velho estradão desativado q tanto serviu outrora  pruma empresa de reflorestamento como pra construção de antigas tubulações. E q inclusive servira uns tempos atras pra desmanche de veículos. Daqui em diante nossa rota toca indefinidamente nordeste, e a bussola ficou então azimutada nesta direção. Surgem saídas o tempo td de ambos lados, mas basta sempre se manter na principal. A principio, avaliando a carta de Mogi e Salesópolis, é so se manter por esta via ate o fim q invariavelmente desembocaríamos proximo de Casa Grande. E lá fomos nós.
 
A esperança em manter os pés secos se concretizam qdo saltamos as pedras afim de cruzar o Córrego do Lobisomem, simpático curso dagua ao lado da antiga residência do Seu Geraldo. A longa estiagem  das ultimas semanas fez com q a travessia fosse sem gdes dificuldades, inclusive pra nossa integrante canina. Logo adiante, conforme adentrávamos mais no planalto, a estrada se estreitou de tal modo até tornar-se uma larga vereda cercada da mata umedecida pelo sereno noturno, onde as vezes apresentava vestígios de seu antigo calçamento de pedras. Nas baixadas, como era de se supôr, verdadeiros pântanos tomavam conta do caminho, e a trilha sonora de td travessia se resumiu ao chapinhar das botas na água.
 
Dando continuidade a pernada no mesmo compasso, cruzamos cuidadosamente as toras de madeira (lisas feito sabão!) sobre o Córrego da Paca pra então emergir por um breve momento nos campos abertos, onde temos a espetacular vista do escarpado Pico do Gaviao (ou Pico Peito de Moça) apontando pro céu. No pontilhão sgte a Chiara teve de ser levada no colo pela zelosa dona, uma vez q suas patinhas derrapavam facilmente pelos troncos. Um tanto depois ignoramos uma picada fugindo perpendicularmente pela esquerda e q imediatamente reconheço como a vereda q leva á Pedra do Sapo, cujo respeitável serrote agora encontra-se totalmente encoberto por espessa serração, condição esta q vai se estender pelo resto do dia.
 
Após mergulhar na mata e cruzar novamente o Rio do Lobisomem (q segundo Seu Geraldo tangencia a vereda em mais de uma ocasião, mas esta info precisa ser confirmada na carta mesmo), as 11:15hrs nossa rota se depara numa bifurcação importantíssima com formato de “Y”. Aqui tomamos o ramo da esquerda, q é o q nos interessa e vai na direção desejada, é a tal “Trilha dos Desbravadores”, antiga vereda utilizada por bikers radicais de Mogi. Já conhecia  td extensão desta vereda na ocasião da visita da “Gruta do Disco Voador”, mas desta vez andaríamos apenas parte dela em razão de ser a rota mais pratica (logisticamente falando) de aceder a verdadeira picada almejada. Outra opção teria sido sair de Casa Grande (Bairro da Terceira), mas a irregularidade e pouca freqüência de condução ate lá diluiu imediatamente esta opção.
Pois bem, foi aqui q a vereda estreitou-se mais ainda e o mato começou a tomar conta do caminho. Na verdade a picada ta bem batida embaixo, mas a vegetação tende a cair por cima dela, diferente do “Picadão do Geraldo”. Por este motivo fomos quase o tempo td enxugando a mata úmida a nossa frente, andando meio q inclinados com a cabeça pra baixo e utilizando constantemente as mãos pra afastar galhos mais robustos q se interpunham diante nós! Alguns gigantes da floresta tb surgem tombados no caminho, mas nada q um desviozinho básico não resolva, pois a trilha ta bem evidente! E pisada, nem q seja por antas, uma vez q enormes pegadas ornam td extensão desta vereda. Não tem erro! Foram poucas as ocasiões em q o Ricardo teve q fazer uso de seu facão pro avanço prosseguir de forma satisfatória, portanto fica a dica de q esta via está (no meu humilde entendendimento) em boas condições!
 
E assim nosso avanço teve continuidade de forma ininterrupta e constante, sempre p/ nordeste! As vezes a rota tendia pra leste ou oeste ao bordejar os morrotes no caminho, mas logo retomava naturalmente a direção desejada, sinal q estavamos no caminho certo! A pouco (ou nenhum) desnível torna a pernada agradável, claro! No caminho cruzamos pequenos córregos atraves de rústicas e minúsculas pinguelinhas, um simpático laguinho a nossa direita e alguns poucos (e pequenos) descampados, q permitiam algum vislumbre da serra q contornávamos. Vale mencionar q a espoleta Chiara encantava-se com os sons da mata, e sempre buscava a origem daqueles novos sons no seu ouvidinho, principalmente o de pássaros nas proximidades.
 
As 12:30hrs a trilha emergiu num enorme lajedão onde pensamos já estar numa via asfaltada. Q nada, a picada apenas passava por cima de um enorme monolito de granito enterrado q foi aproveitado como continuidade da rota, pra depois se embrenhar novamente pela mata molhada, e isto ocorreu em mais outra ocasião, logo mais adiante. No entanto, aproveitando a nebulosidade clara daquele horário aproveitamos o chão áspero lajotado pra descansar um pouco e beliscar alguma coisa, sob o olhar esfomeado e pedinte duma serelepe Chiara.
 
Meia hora depois o canto metálico das arapongas avisava q havíamos alcançado as margens mansas do Rio Sertãozinho, curso dágua q mais adiante despeja suas águas na Cachu Light e Cachu Furada, e q após o asfalto da Mogi-Bertioga se junta ao Ribeirão Guacá pra então formar o majestuoso Rio Itapanhaú. Um pontilhão de madeira decrépito, caindo aos pedaços e de integridade duvidosa nos separava da continuidade da picada!  O Ricardo não quis nem saber e foi na dianteira, engatinhou cuidadosamente pelas três toras remanescentes da ponte e chegou na outra margem do rio, confirmando a possibilidade de travessia segura por ali. Eu fui no vácuo dele ate me juntar ao meu colega. Mas a Carol, receosa principalmente com a pulguenta, decidiu ir pelo rio aproveitando q estava bem raso, com água na altura do joelho, e cruzou o Sertãozinho numa boa levando sua pet a tiracolo.
 
Do outro lado, não deu nem poucos minutos q caímos na bifurcação da tal trilha almejada, isto é, onde uma picada nascia a nossa direita da qual palmilhávamos. Essa seria a picada q finalmente pisaria pela primeira vez e seria objeto de exploração daquele fds. Abastecemos com água puríssimo nossos cantins na simpática cachuzinha lajotada mais adiante, ao lado duma minúscula pinguelinha, e enfim pusemos pé-na-trilha outra vez, desta vez tocando prum misto de sul/sudoeste e não perdendo o azimute em questão.
 
A pernada prossegue sem perda alguma do compasso, deixando o Sertãozinho pra trás. A vereda sobe e desce uma encosta suavemente, cruza o q restou duma porteira e tangencia uma plantação de bananeiras pela direita, sem perda de rumo. Mas após um descampado mergulhamos em definitivo na mata fechada, onde percebemos nitidametne palmilhar uma antiga e esquecida estrada, tendo em vista o corte vertical na encosta. Chiara se encanta tanto pela abundancia e variedade de mato como pelos sons oriundos do interior da floresta. A Carol, por sua vez, leva um belo capote ao saltar uma vala no caminho.
 
Ignoramos duas picadas consecutivas nascendo perpendicularmente á principal, mas logo mais a frente nossa rota se perde totalmetne em meio a mata, sem trilha, nos obrigando a retornar e bisbilhotar as duas ramificações anteriores. A penúltima bifurcação nos levou rapidamente as margens dum afluente do Sertaozinho, onde chapinhei ate a outra margem a procura de vestígios de continuidade da vereda, sem sucesso. Na outra ramificação chegamos num gde rancho desativado, na verdade, nas ruínas dum acampamento de caçadores/palmiteiros caído, e ate ai o relógio badalava exatas 14hrs. Pelos vestígios encontrados, o lugar estava a muito tempo abandonado e a ferrugem aliado ao mofo permeavam td lugar. E se houvesse picada nascendo dali, certamente estaria fechada pelo desuso.
 
Dito e feito,nos separamos atrás da continuidade da vereda e nada. Perdemos quase uma hora buscando a dita cuja, mas sua inexistência nos levou a crer q qq espécie de vereda decente estaria na continuidade da principal, ou seja, aquela q havíamos abandonado anteriormente. Retornamos então pra dita cuja pra seguir em frente, nem mesmo q fosse na raça. E la fomos nós, avançando td novamente no peito. Mas, inicialmente rasgando mato na cara e coragem, logo percebemos q depois havia pequenos rastros de trilha dando continuidade ao q anteriormente fora uma gde estrada, agora descaracterizada não apenas tanto pelo tempo e pelo mato, mas principalmente pelos deslizamentos de encosta q trouxeram meia floresta abaixo, sepultando-a totalmente.
 
Palmilhando cuidadosamente esta encosta íngreme fomos em frente farejando vestígios desta vereda, q logo apareceu bem mais adiante, sempre bordejando o tal afluente do Sertãozinho. E assim a pernada prosseguiu compassada, sentido, sudeste, ora afastada do rio ora bem próxima, com destaque prum trecho q lembrava um canion pedregoso, q tivemos q atravessar cuidadosamente. Me refiro aos integrantes humanos, pois o canino tava mais era se divertindo com td isso, levando a trip com uma patinha nas costas! Mas pra corroborar a assertiva de q alegria de pobre sempre dura pouco, não demorou pra nossa rota dar mostras de mato mais agreste obstruir o caminho. Mas era ai q o sempre precavido Ricardo lancava mão de seu onipresente sabre jedi pra faconar o q estivesse diante da gente.
 
Dessa forma, nossa jornada beirando o rio progrediu consideravelmente, sempre percorrendo uma mata selvagemente intocada pela maioria, sem vestígios de lixo e mto menos de qq espécie de muvuca. A trilha dava indícios de ser apenas uma vereda  muito usada por algum palmiteiro ou cacador pra subir/descer o rio, mas por algum motivo foi esquecida, pois ela mostrava estar em desuso claramente. E resgatando essa picada buscávamos saber por onde ela passava, no geral, belos remansos daquele afluente q eram banhados por aquele cristalino e manso rio.
 
Mas qdo deu por um pouco antes das 17hrs decidimos encerrar o expediente da exploração próximos duma linda e bucólica curva de rio. Uma clareira razoável a margem da trilha capaz de comportar 3 pessoas cunhou de vez nossa decisão de ali pernoitar. A Chiara, coitada, demostrava seu cansaco claramente ao se aninhar num canto da clareira, exausta. Eu e a Carol montamos nossa tenda confortavelmente enqto o Ricardo armou sua rede ao lado da gente, pendendo confortavelmente de dois robustos exemplares dalgum gigante da floresta.
 
A escuridão não tardou em se debruçar naquele vale serrano de Biritiba-Mirim, e imediatamente demos inicio ao sagrado ritual da janta. Eu e a Carol apenas lanchamos, enqto Ricardo preparou alguma coisa quente, e td regado a cerveja e vinho. Ideal pra relaxar de capotar de vez após a comilança. Claro q foi o suficiente pra fazer a esfomeada Chiara levantar-se do seu mocó pra , com sua carinha de coitada, conseguir belos nacos de comida. A noite, por sua vez, transcorreu sem maiores intercedências, mas foi relativamente fria e ventou algm tanto. Permeada dos sons noturnos da mata, em especial duma medonha coruja, não demorou pra sentir a pulguenta da Chiara aninhando-se entre meu saco-de-dormir e o da Carol, na altura dos pés, sinal de q tava frio mesmo pra bichinha.
 
 A manhâ sgte irrompeu fria porém radiante. Diferentemente do previsto, sem umidade ou serração alguma. Levantamos prontamente ao som do cantarolar metálico das arapongas e mandamos ver sem dó um farto desjejum, onde o fogareiro do Ricardo fez questão de ronronar um bem-vindo e oportuno chá, degustado por td mundo. Td mundo descansou profundamente bem, a exceção da Chiara, q resolveu se enfurnar dentro do saco-de-dormir da Carol e quase morre sufocada.Mas logo na sequencia as mochilas prontamente se puseram a engolir o equipo e pusemos-nos a caminhar a exatas 8hrs, qdo o sol começava a penetrar na floresta  através de fachos filtrados pela farta vegetação.
 
Prosseguindo inipterruptamente a penrada bordejando o rio, a principio td pareceu bom o suficiente pra nos mater na picada q percorríamos desde o dia anterior. Mas da mesma forma anterior, não demorou pra picada desaparecer e não nos restar opção senão prosseguir acompanhando o rio no peito, isto é, rasgando mato na raca! Logicamente q o Ricardo foi na frente, faconando td na sua dianteira, principalmente bambuzinhos, capim-navalha e unha-de-gato maleditos, q mesmo assim não nos livraram de arranhões, lanhados e ralados pelo corpo. A Chiara beneficiou-se de sua baixa estatura apenas contornando a espessa e agreste vegetação no caminho. Mas as vezes surgia rastro de picada q nos facilitava o avanço, mas q logo se perdia mais adiante…repetindo td processo novamente. Mas sem erder o rio a nossa esquerda.
 
Exaustos, por volta das 9:30hrs fizemos uma breve parada numa aconchegante prainha fluvial, na base duns enormes rochedos. Foi ai q tivemos q tomar uma decisão: prosseguir bordejando o rio sem trilha, ou abandonar o mesmo e buscar interceptar a Trilha dos Desbravadores, ao sul. Sabiamos q pela primeira opção, em tempo indeterminado e conferindo a carta, daríamos provavelmente na Represa Andes. E pela segunda opção alcancariamos mais rapidamente alguma via mais segura e eficiente de retorno. Claro q pelo horário avançado decidimos em comum acordo pela segunda alternativa.
 
E dessa forma abandonamos o rio e comecamos a escalaminhar a encosta de mato a nossa direita, a oeste, serpenteando a sucessão de matacões, pedregulhos e enormes rochas besuntadas de limo e mato no caminho. Nalguns trechos a Chiara teve de ser carregada, ato q ela cabou se acostumando e, de tao folgada, terminou fazendo uso constante. Após suma subida seguia-se sempre uma descida, e assim sucessivamente. Avancando  nesse ritmo inipterruptamente, fomos vencendo a morraria q se sucedeu, mas felizmente eram encostas suaves, sem maior declividade, mas sempre atentando pra traiçoeiras gretas escondidas na mata.
 
Foi galgando uma dessas encostas q nos deparamos com um mega paredão rochoso no alto dum morro. Bromélias, cipós e td sorte de matinho cobriam aquela face de pedra provavelmente intocada pelo homem, mas cobiçada por olhares escaladores. Carol mecionou q o paredão daria um ótimo point de escalada, mas seu péssimo acesso inviabilizava esta iniciativa, deixando o lugar apenas pros calangos da mata. O único vestígio de civilidade  q nos lembrava dapresenca humana era um simplório balão infantil rasgado, onde as inscrições verdejantes de Ben 10 já se misturavam a folhagem o redor.
 
Subindo mais pro alto da montanha, terminamos encontrando vestígios duma picada, mas o melhor era ter contato visual de td o entorno,com destaque pro Pico do Gaviao a oeste, bem próximo. Dessa forma pegamos a trilha encontrada, q descia pro sentido desejado, mas q logo se perdeu em meio a farta e espessa vegetação. Azimutamospela ultima vez a bussola e la fomos nos, rasgando mato pra oeste mas q não era nada mais do outro mundo, pratica q estávamos mais q calcados desde o dia anterior.
 
A pernada nivelou na planície e finalmente desembocamos nas margens do eterno e onipresente Rio Sertâozinho, as 11hrs, q marulhava seus tons dourados de forma plácida e mansa. Buscando algum modo de cruza-lo, optamos o trecho onde um enorme tronco repousava entre suas margens, embora eu fosse mesmo pelo raso rio, pois a agua batia na altura do joelho. Ricardo, Carol e Chiara foram pela ponte improvisada, sem maiores dificuldade. Na simpática p´rainha fluvial ao lado fizemos uma breve parada de descanso antes de prosseguir, com direito ate a tchibum deste q vos escreve numa agua tinindo de gelada.
 
A pernada prosseguiu bem mais fácil q antes, ainda q varando mato e alternando suaves sobes e desces, ate qtrombamos numa área de reflorestamento, onde tomamos um rabicho de trilha.Mas 15min depois de abandonar o Sertaozinho finalmente interceptamos a bendita Trilha dos Desbravadores, vereda q havíamos percorrido dia antes. Uma vez nessa picada segura bastou simplesmente retornar por ela, na maior tranquilidade e com sol a pino martelando nossas cacholas! Missao concluída, mas não de travessia.
 
Voltando então pela tradicional e batida picada, ao meio dia e com sol castigando nossas cabecas caímos no Picadâo do Geraldo, mas ao invés de refazer td pernada da manha anterior decidimos voltar por outra rota- a cair novamente na margem da SP-98 – ou seja, a Trilha da Cachu Agua Fina, q atravessa o serrote q abriga a Pedra do Sapo. E la fomos nos subindo suavemente o já supramencionado serrote. Sem pressa alguma, por volta das 13hrs fizemos uma oportuna parada na Cachu da Agua Fina, na verdade um lajedao discreto de onde escorre agua, algoparecido com a Cachu Banquinho, de Paranapiacaba. Parada p´ra descanso, lavagem de rosto e bisbilhotadas superficiais pelo modesto canion da Agua Fina, programa já anotado pruma próxima ocasião: descer o córrego da agua fina!
 
Do outro lado da serra, num piscar de olhos caímos na Trilha do Yogurte, e por ela prosseguimos indefinidamente ate finalmente cair nos reflorestamentos q dominam a Fazenda Pedra da Forquinha, mas q oportunamente desviamos em prol dumas rotas mais conhecidas q desembocamproximo da Estrada da Adutora. Pedindo licença cordialmente ao cair no quintal duma fazendinha, log estamos na poeirenta Estrad da Adutora, q percorremos algo de 3kms sob sol inclemente sob nossa testa! Por sorte, os últimos 2km foram feitos na caçamba duma caminhonete q gentilmente nos deu carona ate a civilização. Ufa!
 
E assim, as 15:30hrs chegamos em Manoel Ferreira, no fervor vespertino daquela calorosa tarde. Sedentos, cansados e com tremendamente esfomeados, imediatamente encostamos no tradicional botecquinho a espera de condução pra Mogi. Por me ausentar na região algum tempo, imediatamente reparei algumas mudanças significativas: o lugar estava ampliado, as cores eram mais berrantes e o chato tiozinho anterior já não era dono do pto! A ultima vez q estivera ali já havia notado uma certa diferença de ares do boteco, mas td mundo reparou q o ar estava mais afrescalhado, por assim dizer. Voz afinada, munhecas balançando, homens musculosos do campo trajando calcinha e olhares meio estranhos pra nossa mesa confirmavam o q pra mim era suspeita: o boteco virara pto GLS pé-verméio!!! Dane-se, ao menos o pto tava mais animado q antes e oferecia mais opção de petiscos! Desde q não enchessem o saco, ta valendo. Foi ai q um local pareceu me reconhecer  e ofereceu uma bandeja de churrasco, farofa, etc…Com a fome q td mundo tava mandamos ver, sem exceção! Dureza foi ter de aturar ser chamado de “dilica!”,  vindo dum dos esquisitos frequentadores q mais parecia uma versão rustica e enrustida do Jack Sparrow…aff!!! A Carol se diverti e ate ensaiou o remelexo dum pagodão tocando em alto som, mas terminou sendo objeto de disputa dum casal barbado… um fazendo ciuminho pro outro. Enqto isso, a Chiara e o Ricardo se encolhiam na mesa, de modo a passarem desapercebidos e q não sobrasse tb pra eles. Resumindo..o ponto ficou mais cor-de-rosa e engracado! Logicamente q mal deu o horário do busao e vazamos dali, antes q buscassem me entupir da linguiça do leitao q tava sendo assado.. Vontade de ficar não faltou, confesso, mas somente pelo tentador  delicioso cheiro emanado daquele porco empururucado! Logicametne q o lugar apelidamos, por motivos mais q obvios, pela alcunha informal de “Bibar”…
 
E assim terminamos mais um rolezinho selvagem e pitoresco por Biritia-Mirim. Indo do verde profundo ao cor-de-rosa-choque, a busca pela tal “Trilha do Rancho Tombado” terminou com a cosntatacâo de q ela foi sepultada totalmente pelo desuso do tal acampamento palmiteiro. E qq tentativa de reabri-la ate as nascentes do Rio Guacá  demandaria necessariamente uma boa dose de disposicão além dum bom afiado facão. Pelo fato do rancho ser o referencial mais representativo desta região de Casa Grande, optei por apelidar esta rota de “Trilha do Rancho Tombado”,pra não confundi-la com sua homônima de Itatiaia, o caído! Fica então a dica de qq desbravador de reabri-la, o q deve resultar uma aventura e tanto. E q por favor poste aqui depois suas impressões desta região inóspita e repleta de diversidade de Biritiba-Mirim. Seja de sua fauna humana ou nâo.
 
 
Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html
http://jorgebeer.multiply.com/photos
 
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Sobre o autor

Jorge Soto é mochileiro, trilheiro e montanhista desde 1993. Natural de Santiago, Chile, reside atualmente em São Paulo. Designer e ilustrador por profissão, ele adora trilhar por lugares inusitados bem próximos da urbe e disponibilizar as informações á comunidade outdoor.

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