Ambientalismo – Nossas Soluções

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Deixando de lado a idéia romântica de salvar o mundo e se concentrando definitivamente na tarefa mais objetiva de recuperar a humanidade temos na educação a principal arma para enfrentar com liberdade um futuro que poderá sim vir a se tornar promissor. Até porque a alternativa autoritária só levou a desastres ambientais tais como Chernobyl e mar de Ural na falida União Soviética, pobreza absoluta em Cuba, barragem das 3 gargantas na China, etc.


O problema se resume em oferta e consumo de energia e alimentos em escala planetária. A solução definitiva deverá vir das novas tecnologias criadas a partir de muito estudo, novos desafios e metas realistas. O capitalismo deverá se reinventar nos próximos anos e a atual crise mundial talvez seja apenas o primeiro passo. Para sobreviver precisaremos ver o mundo e seus fenômenos sob novos e inusitados ângulos sem nunca esquecer as lições do passado.

Mas de nada adianta ficar sentado esperando o surgimento destas soluções milagrosas até porque elas deverão surgir de nós mesmos. Serão nossas pequenas atitudes que mudarão o mundo humano e seus mercados. O bolso desde sempre foi o órgão mais sensível do corpo humano e é através dele que se viabilizam as soluções. Vejo dois grandes problemas da humanidade que já podem ser combatidos por uma simples mudança de atitude.

O consumismo e o lixo são irmãos siameses, fúteis, perdulários e desnecessários que podemos eliminar imediatamente de nossas vidas com uma simples decisão. O consumismo é a prática nefasta de se ter o que não se precisa em quantidades acima do ideal. Eliminar o consumismo de nosso hábito não significa parar de consumir. É antes de tudo consumir com consciência, preferir qualidade a quantidade. Comprar um bom designer que não se evapore com a próxima estação e materiais de qualidade que realmente desempenhem suas funções por muitos e muitos anos. Ter apenas o necessário e usá-lo a exaustão.

O lixo nasce do consumismo e nada mais é do que a coisa errada no lugar inadequado. Um desperdício caríssimo para a humanidade que além de pagar para produzi-lo ainda tem custos maiores para eliminá-lo. A simples existência do lixo é uma irracionalidade. Excremento na rua é só bosta, mas na horta – depois de tratado – é adubo orgânico e produz alimentos, solos férteis produzem mais evitando expansão das fronteiras agrícolas. Plástico sempre será petróleo, papel reciclado evita devastação em novas áreas de floresta e os exemplos são infinitos.

Tudo tem um começo humilde e pequeno. Para escalar o Everest é necessário um primeiro passo e ninguém melhor que o montanhista para dar este exemplo. Levamos na mochila somente o necessário, tudo de alta qualidade para que efetivamente funcione no ambiente adverso.

Se nos é possível subir com toda esta carga é também plenamente viável descer com ela e reutilizá-la inúmeras vezes independente de podermos pagar por outra nova. Porque abandonar barracas, cordas, costuras e garrafas de oxigênio nas encostas? Porque deixar papel, plástico e restos de comida na trilha? Porque substituir uma bota ou anorak ao primeiro sinal de desgaste?

Se a maioria de nós já se comporta de maneira consciente na montanha ou na trilha porque não trazer estes hábitos para a cidade? Certamente não é impossível e nem difícil, basta uma decisão. Um primeiro passo que se transformará em exemplo. O errado continua errado mesmo quando a maioria ou até a totalidade democraticamente o aprova.

O mesmo vale para o certo.

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Sobre o autor

Julio Cesar Fiori é Arquiteto e Urbanista formado pela PUC-PR em 1982 e pratica montanhismo desde 1980. Autor do livro "Caminhos Coloniais da Serra do Mar", é grande conhecedor das histórias e das montanhas do Paraná.

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