DEBATE: Filiação direta às Federações

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Esta semana a FEPAM, Federação Paranaense de Montanhismo, decidiu em assembléia pelo veto à filiação direta de pessoas físicas, ao contrário do que aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo, porém isso é bom ou ruim para o montanhismo? Abro este espaço na coluna para que os favoráveis a filiação e os não favoráveis possam debater sobre o assunto!!!

*Texto Originalmente Publicado na Coluna do Hilton Benke

Como sabemos, no final dos anos 90, o montanhismo teve um “bum” de crescimento. Novos clubes, associações e diversas entidades que conglomeravam o montanhismo foram criadas, e com eles, novas competições de escalada. Por outro lado, os legisladores brasileiros passaram a editar leis e projetos visando, muitas vezes, a coibir a prática do montanhismo em parques públicos ou exigindo equipamentos e técnicas absurdas.

Para se proteger destas anomalias legais (e autoritárias), e como forma de regulamentar o esporte, principalmente ao nível de competição, os clubes uniram-se e criaram as federações estaduais. Assim nasceu, em 2002, a FEPAM.

Atualmente, algumas Federações passaram a possibilitar a filiação direta e esta proposta foi levada à FEPAM, sendo, como se sabe, rechaçada pelas entidades.

Aí iniciaram as discussões. Alguns gostaram, outros não. Os que não gostaram alegam principalmente a falta de liberdade em filiar-se daquele que não se adapta a nenhum clube.

Sobre tais alegações, realizo algumas perguntas:

Se o indivíduo que não se adapta a um clube e ao mesmo tempo não consegue ou não tem interesse em formar uma associação, ele conseguiria adaptar-se aos preceitos de uma Federação?

Qual seria o intuito de uma filiação direta a uma federação, sendo que esta não teria nada, ou quase nada, a oferecer ao filiado?

E qual seria o benefício a uma federação possuir dezenas ou centenas de pessoas físicas filiados diretamente em seu quadro? Como seria a participação destes filiados e como se procederia ao direito ao voto?

É sabido que aos clubes de montanhismo cabe a responsabilidade de transmitir os conceitos e a cultura do montanhismo. Cabe lapidar o aventureiro iniciante e sem conhecimento, num verdadeiro montanhista e/ou escalador. Esta responsabilidade seria repassada à Federação?

Por fim, é sabido que liberando a filiação direta e com paridade a qualquer indivíduo, como seria possível saber se determinada pessoa preenche todos os preceitos básicos de montanhista e/ou escalador, para poder empunhar uma carteirinha da FEPAM?

Problemas sérios poderiam ocorrer. Por exemplo: Nos parques de alta montanha peruanos, é obrigatório o uso de um guia, menos para aqueles filiados à UIAA. No caso, o portador de uma carteirinha da FEPAM teria este direito, porém sem nem ao menos tratar-se de um montanhista formado por um clube!

Sinceramente, acredito que os clubes tiveram uma postura correta ao coibir a filiação direta, contudo esta é apenas minha humilde opinião e, sinceramente, gostaria de debater com maior profundidade este assunto.

Peço gentilmente que aqueles que possuam um entendimento diferente, não se abstenham de escrever, até porque tal debate se faz mais que necessário!

Quer ler uma opinião diferente?
:: Confira o excelente artigo escrito pelo Alex Hubner.

Todos já tiveram a oportunidade de expor as suas
opiniões sobre a utlidade ou não da federação direta. Agora chegou a
hora de tirar as conclusões e colher as sugestões práticas. Escreva suas sugestões para a filiação direta neste link.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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