Fernanda Magalhães da Rocha

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O escalador e colunista do AltaMontanha e autor do conceituado Blog de Escalada, Luciano Fernandes, entrevistou nesta semana a escaladora mineira Fernanda Magalhães da Rocha. Fernanda é a idealizadora do calendário de escaladoras que fez muito sucesso agora em 2010 e fala de seus planos para 2011 e os problemas que assolam a escalada. Confira:

Fernanda escalando.

1 – Olá Fernanda, como foi a repercussão e o retorno do calendário que elaborou no início do ano?

Nossa foi incrível! Principalmente por parte do público não escalador, admirados com as garotas escaladoras, “só menina bonita!”, “todas de unha feita!” “de cabeça pra baixo!”, muito legal! Artistas que viram adoraram a composição, muitas mulheres e meninas dizendo que queriam escalar. As paisagens naturais,conseguimos passar de forma prática e interativa para o público não escalador e para o público escalador, a bela sensação da escalada. O prazer do contato com o ambiente natural, o retorno às origens, a infância querida, base para uma personalidade bem formada no futuro. Então são muitos âmbitos, a escalada envolve vários fatores, e foram vários elogios, sugestões por parte do público querido. Os três meses para mobilizar as meninas, fotografá-las, imprimir e enfim ir de encontro ao escalador, foi suficiente para encantar o Brasil, uma amiga levou para os Estados Unidos e vendeu tudo em uma semana. Acho que o Brasil merece isso! Foi muito gratificante!

2 – O volume de vendas foi o esperado?

Sim. Surpreendeu até, bastante em Minas, Rio, Sampa, tivemos vários pedidos do Espírito Santo e por aí vai…

3 – Já está havendo um planejamento de um novo calendário de escaladas? Há patrocinadores ou fotógrafos interessados?

Sim. Driblando as dificuldades, estou sim idealizando o de 2011, tem gente pedindo já.

4 – Houve convites para que você visitasse outros lugares, e assim retratasse as mulheres assim como os locais de outros estados do Brasil na escalada?

Sim. A idéia é manter bem livre no que se refere à imagem, escalada pra mim é isso!

5 – Para as escaladoras retratadas no calendário, você sabe como foi o retorno para elas?

Foi muito boa a troca e principalmente conhecer, por exemplo, a Janine Cardoso, que nos deu a honra de participar do projeto… Sempre um retorno positivo, com certeza!

6 – Como está sendo a sua visão em relação ao “Caso ABETA” que está assolando a comunidade escaladora do Brasil
?

Ai, nem fala, esse país por vários motivos administrativos nos fazem querer sair o mais rápido possível daqui, mas o clima perfeito, o Brasil em si e sua gigante natureza é que nos fazem ficar! As pessoas acreditam em todas do mundo… Mas vamos responder a pergunta, pessoas sem experiência resolvem trabalhar com atividades de aventura, o brasileiro em si, prefere contratar serviços mais baratos, com toda essa zona, que sempre se reflete ao fato de nossa educação ser péssima e restrita à assuntos de suma importância, como direito à liberdade, civilidade, isso precisa caminhar junto, não é com casa popular que vamos resolver o problema, empresas particulares quererem também manipular profissionais altamente qualificados como eu, Eliseu Frechou, “Ralfs”, Sergio Tartari, Alexandre Portela, me desculpe por não citar todos, são muitos. Nunca vão conseguir dominar atividades especificas, como surf, mergulho, hipismo, escalada, montanhismo, motocross, não é área para se invadir, foi conquistada como muito suor e muita adrenalina, muito amor e muita responsabilidade, que se puna os não profissionais, os não qualificados.

Acredito que cada montanhista e escalador deva lutar por esta causa. Esporte e turismo são sim, diferentes, mas é o turismo, por meio da ABETA quem está invadindo a nossa área, que resolveu vender o esporte em larga escala – eles é que tem que pedir nossa homologação, não o contrário.

Em nenhum país do mundo, o Ministério do Turismo dita normas para os esportistas. Por que aqui seria diferente? Se for assim, daqui a pouco estarão querendo ditar regras para o futebol, que se enquadra no mesmo raciocínio que eles vem usando para ´engolir´ o montanhismo”.

7 – Como está a representação política dos escaladores de Minas Gerais com relação à ameaça da “ABETA”?

Em campanha contra.

8 – Com a facilidade de comunicação e divulgação de notícias, estão aparecendo vários casos de mau comportamento de escaladores. Como estão sendo este tipo de notícias em Minas Gerais?

Sempre a educação, é preciso sentir que a natureza deve ser respeitada, que ali é um universo à parte, que desfrutamos porque ela nos acolhe, então devemos retribuir. Que tudo pode desde que esteja em equilíbrio, que se sustente. E conhecer também pelo menos um pouco de ambientes naturais, rocha, cavernas, espeleotemas, pinturas rupestres, aves, animais e plantas endêmicas, fragilidades, história, bem holístico.

9 – No “Festival de Filmes de Montanha do Rio de Janeiro” sempre há filmes mineiros que causam grande “frissom” entre a platéia. Você tem planejado realizar/participar de algum?

O que te posso dizer é que amo imagens em ambientes naturais, esportes radicais, seja congelada em fotos ou em movimento com músicas alucinantes, paisagens alucinantes.

Namastê.

 

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