Moeses Fiamoncini relata queda no Dhaulagiri

0

O alpinista paranaense, Moeses Fiamoncini, escalou na última semana o Monte Dhaulagiri (8.167m) no Nepal. Ele chegou até aproximadamente 8.120 metros de altitude. Mas sua escalada foi interrompida por uma acidente e ele precisou voltar até a base. Essa seria a 5ª montanha de oito mil metros escalada por Fiamoncini.

Moeses se recuperando no hospital.

Confira o relato que ele enviou ao nosso colunista Pedro Hauck:

“Informo que devido um acidente à 8120 metros, não foi possível alcançar o cume do Dhaulagiri, faltando somente 47 metros para conquistar minha quinta montanha acima de 8000m.

Como o último contato com familiares e a Agência SST foi momentos antes do acidente, faltando 30 minutos para chegar ao topo da montanha, eles acabaram se precipitando na publicação de cume, peço sinceras desculpas a todos pela notícia errada.

Durante a travessia de uma parede de rocha coberta por 30cm de neve que eu estava escalando sozinho à 8120 metros sofri uma queda de 20 metros onde minhas botas, luvas e Down Suit encheram de neve, quebrou meu capacete e quase morri de hipotermia. Um acidente que quase tirou minha vida a 8100 metros, sem Sherpa e sem oxigênio suplementar.

Capacete de Moeses Fiamoncini após a queda.

Até tentei me levantar e seguir para o cume, mas infelizmente sozinho e naquela situação à -27 graus com rajadas de vento que chegavam até 55km/h nada pude fazer além de tentar descer para o campo 3 e tentar sobreviver.

Depois do acidente, levei 9 horas para descer até o campo 3 e 3 dias para descer a montanha. Ontem (06/10), fui resgatado de helicóptero do basecamp e já estou em Kathmandu. Estou me recuperando de frostbite nível 1 nos pés e mãos. Em algumas semanas estou pronto para próxima, e do susto fica apenas o aprendizado e o respeito pela montanha”.

Moeses contou ainda que durante a queda tentou se segurar. “Fiquei pendurado pelo piolet depois dos meus pés terem escorregado e cai cerca de 20 metros em duas etapas”, resumiu.

Local da queda vista do cume.

 

Lugar do acidente visto debaixo.

Compartilhar

Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

Deixe seu comentário