Piloto de helicóptero completa 20 anos de resgates nos Andes e Aconcágua

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Muitos montanhistas sonham em escalar o Aconcágua , uma clássica e bela montanha dos Andes. Mas mesmo sendo famosa e bem estruturada há muitos perigos durante a sua escalada. É ai que entra o importante trabalho dos resgatistas de montanha.

Já foram centenas de voos por entre as montanhas dos Andes

O piloto argentino Horaci Freschi, conhecido como El Duro completou 20 anos de resgates na patagônia argentina e nas montanhas dos Andes, entre elas a maior montanha das Américas. Para marcar essa data ele visitou a rádio Nihuil e falou sobre algumas de suas experiências.

Freschi contou que nasceu longe de Mendoza em uma cidade chamada La Matanza e teve contato com a aviação desde muito cedo. Ele e sua família moravam ao lado de um campo de pouso e ele sempre ia até o local para saudar os pilotos e aviões que passavam por lá. Atualmente ele é um oficial aposentado da Gendarmaria e dedica seu tempo ao trabalho em uma empresa de resgates em montanhas.

Sobre suas experiências El duro fala que “No Aconcágua os resgates são mais complicados. É traumático do nosso ponto de vista, porque queremos ajudar e às vezes há limitações internas ou externas que tornam isso impossível”.

Apesar da boa vontade do argentino e sua equipe, um voo de helicóptero oferece muitos riscos à tripulação, por isso eles devem seguir um rígido protocolo de segurança e algumas vezes não é possível voar. “Empiricamente o que fazemos é medir a visibilidade, se você está acima dessa visibilidade você pode voar com uma certa limitação e se você estiver abaixo você não pode voar “, disse ele.

Horaci Freschi cuidando de seu helicóptero

Ele conta que as aeronaves foram projetadas para voar até 7.010 metros, ou seja, uma altitude superior ao Aconcágua. Porém, há muitos outros fatores que determinam se é seguro subir até essa altura. “Nós voamos sobre o Aconcágua uma vez, quando fizemos um vôo para a televisão japonesa” contou.

Além do trabalho de salvamento na montanha, El Duro relatou ao site Aconcagua Online que seu principal serviço no Aconcágua é “o transporte de mercadorias, ajudando e transferindo guardas florestais, patrulhas e médicos, e a descida do lixo – especialmente a matéria fecal. O  mais importante para mim é a remoção de lixo, um problema muito sério em todo o mundo em parques de alta altitude. ”

El duro contou também que sente uma emoção estranha cada vez que entra em um helicóptero desde a sua primeira vez. E comenta que isso é o que o mantém nesse trabalho. “No dia em que eu não tiver mais medo, será a hora certa de parar de voar”, finalizou Freschi.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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