10 dicas para escalar o Aconcágua

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O Aconcágua é conhecido como o teto das Américas e é a montanha mais alta do mundo fora do Himalaia. Ele atrai milhares de pessoas todos os anos em busca do desafio de escalá-la. O Parque Provincial do Aconcágua abre durante a temporada de escalada que vai de dezembro a fevereiro quando o clima esta mais ameno na região.

Confira algumas dicas para aproveitar a próxima temporada e ter mais chances de chegar ao cume:

A parede Oeste do Aconcágua desde Plaza de Mulas – Foto de Maximo Kausch

1 – Suba outras montanhas.

O melhor treino para subir montanhas é subir montanhas. É importante que você escale aqui no Brasil para o seu corpo se acostumar com o tipo de esforço físico e psicológico que o Aconcágua exige.

2 – Aclimatação é fundamental.

O Aconcágua não é uma montanha técnica. A sua principal dificuldade é a extensão do trekking aliada à altitude e as baixas temperaturas. Da entrada do parque até o cume são 45 quilômetros com 4.012 metros de desnível.  Então reserve alguns dias para aclimatar e acostumar o seu corpo as condições da altitude.

Primeiro raio de sol batendo sobre nossas barracas a 5050m – Foto: Gabriel Tarso

3 – Não vá direto para a maior montanha.

Se você não tem experiência em altitude, é mais viável e barato escalar uma montanha menor nos Andes antes de empreender uma expedição para o Aconcágua. As chances de fazer cume no Aconcágua sem ter experiência em alta montanha são muito pequenas e você irá gastar um valor alto nessa expedição.

4 – Leve comidas saborosas.

Um dos efeitos da altitude é o enjoo e consequentemente perda de apetite. Mas você precisa se alimentar para repor os gastos calóricos, então leve comidas que você considere saborosas e goste de comer. É importante que elas sejam leves também, por isso as comidas liofilizadas são uma boa opção.

A parede sul do cume sul do Aconcágua com 6.919m.

5 – Beba muita água.

Se hidratar bem irá ajudar o seu corpo a se acostumar com a altitude e a sentir menos os efeitos como as dores de cabeça. Então tome água, mesmo que não sinta sede, é importante tomar uma média de 4 litros de água por dia.

6 – De preferências a botas leves.

Você terá um longo caminho até o topo e passará a maior parte do tempo de botas. Então procure um bota leve e confortável que também seja quente. Nas partes mais altas é necessário usar botas duplas.

7 – Invista em um bom saco de dormir

Essa montanha é gelada, principalmente a noite, e como ainda não inventaram uma barraca com aquecimento é importante que o seu saco de dormir e sua jaqueta de plumas sejam boas. Também é necessário um bom isolante térmico para deixar sua cama mais confortável. Serão em média 12 dias na montanha.

8 – Levante cedo

É comum a pressão atmosférica cair durante a tarde e trazer chuvas e tempestades. Então é recomendável que você faça tudo pela manhã. Inclusive sair para o ataque ao cume de madrugada para pegar melhor condições de tempo.

Pôr-do-Sol desde um dos acampamentos da montanha.

9 – Estude bastante

Busque o maior número de informações possíveis sobre a montanha, as regras do parque, sobre as condições climáticas e sobre o mal de altitude. Assim você não terá tantas surpresas na montanha e saberá como reagir caso haja algum imprevisto.

::VEJAMAIS: Artigos – Cerro Aconcágua

10 – Contrate um guia ou agência.

Caso você não queira se preocupar com a logística, uma opção é contratar uma agência especializada em expedições, principalmente se você não tem muita experiência.

Fiquem atentos, pois mesmo que seu guia seja experiente e consagrado, há uma reserva de mercado na Argentina, onde mesmo um profissional qualificado precisa ter pelo menos um guia assistente nacional. Pergunte para sua agência ou guia se ele está dentro desta regra. Fuja de guias que trabalham sozinhos!

Cume do Aconcágua

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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