Ilha Baffin: Novas rotas no Monte Asgard e Monte Thor

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Ines Papert, Jon Walsh e Josué Lavigne inauguraram a via “Sensory overload” (1.200 metros, 5,11+, A1 [6c BR]) no Monte Asgard, enquanto Bill Borger Jr. e John Furneaux abriram “The great escape” no Monte Thor (1.050 metros, 5.10 + [6a BR]).

A gelada Ilha canadense de Baffin neste verão tornou-se um destino muito popular em termos de abertura de novas vias em grandes paredes. A temporada já começou prematuramente com poloneses inaugurando vias (resultado da expedição ainda não divulgado abertamente mas já se sabe que obtiveram sucesso). Agora o foco foi de duas novas vias abertas por dois times: no Monte Asgard, uma forte cordada composta por Ines Papert, Jon Walsh e Josué Lavigne abriu “Sensory Overload”, enquanto no Monte Thor, Borger Bill Jr. e John Furneaux abriram a via  “The Great Escape”.

“Sensory Overload” no Monte Asgard

Ines Papert, Jon Walsh e Josué Lavigne abriram essa via em um ataque de 60 horas de campo base a campo base entre 24 e 26 de Julho. Esta é a primeira via estabelecida nos 1.200 metros da face noroeste da Torre Sul do Monte Asgard.

A aventura começou em meados de julho, com três dias de aproximação até a base da parede norte do Monte Asgard, onde montaram seu acampamento base na geleira Turner. Antes de começar a trabalhar com o seu objectivo principal, o trio estava escalando o pilar sul (5,10 +, 650 m) do Monte Loki, o que poderia ser a primeira escalada em móvel nessa parede.

Papert, Lavigne e Walsh partiram pra cima com três dias de comida e gás, de bivaque. No primeiro dia escalaram 14 cordadas e um complexo sistema de prateleiras de grande comprimento, onde decidiram bivacar sob um teto protegido de potenciais quedas de rochas e detritos. Na manhã seguinte, seguiram jumareando até o ponto mais alto alcançado no dia anterior e continuaram a escalar dali com mais 15 novas cordadas até o cume, onde chegaram às onze da noite com mau tempo.

Segundo relatam, a via foi aberta sem usar um único grampo e à vista! A única exceção foi em uma chaminé de cinco metros coberta de verglass, o que seria um movimento impossível com chão molhado. Eles observam que em boas condições poderiam ter escalado esse lance também em livre.

A descida pela face sul foi difícil por causa do tempo se deteriorando, com chuva e depois nevasca, o que os obrigou a fazer outro bivaque esperando o nascer do sol, quando faltavam apenas 300 metros para chegar à base da parede.

“The Great Escape” no Monte Thor

Os canadenses Bill Borger Jr. e John Furneaux abriram ao mesmo tempo uma nova via na face sudoeste do Monte Thor. É “The Great Escape” (5.10 +/ 25 cordadas), que corre de acordo com depoimento de Furneaux "em livre por fissuras de ouro". A cordada levou  três dias para completar o percurso de 25 cordadas.

A ascensão de Borger e Furneaux teve alguns elementos picantes, apesar da excelente condição em que foi desenvolvida. Na verdade, o calor excessivo (no inverno a ilha é extremamente fria mas no verão muito quente) os forçou a racionar água durante a escalada. Por outro lado, um rasgo em uma das mochilas fez com que perdessem os pitons que usariam em uma eventual descida pela parede. Que furada hein…

 

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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