Locomotivas novas e o alerta sobre riscos de atropelamento na Serra do Mar

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Novas locomotivas em operação na Serra do Mar paranaense, entre Paranaguá e Curitiba são mais rápidas e silenciosas  e podem ser um risco a quem se arrisca em caminhar sobre os trilhos de trem.

Locomotiva ES43Bbi da General Eletrics

A ferrovia Curitiba x Paranaguá é uma das mais importantes vias de escoamento da produção agrícola no Brasil e atravessa a Serra do Mar. Para a empresa que administra o trecho, a Rumo Logística, este trecho poderia ser considerado como um dos mais tranquilos no tocante ao risco de atropelamentos, pois a região é uma floresta inabitada em oposição à alta densidade populacional da região metropolitana de Curitiba. No entanto, não é isso o que acontece.

Viaduto do Carvalho

O trecho ferroviário, cheio de viadutos e túneis é intersectado pelo caminho histórico do Itupava, um tradicional destino de trekking do Estado do Paraná, que é frequentado por centenas de caminhantes todos os finais de semana. A trilha turística cruza os trilhos de trem duas vezes, sendo que na segunda acaba servindo como um atalho para as pessoas que desejam conhecer o Parque Estadual do Marumbi.

Com isso, um grande número de pessoas percorrem ilegalmente pelos trilhos, que possuem dormentes úmidos e lisos onde nem a melhor Bota Salomon pode evitar um escorregão, isso associado com a presença de viadutos e túneis com as novas locomotivas ES43Bbi da General Eletrics pode ser uma receita perigosa.

Considerada a mais potente locomotiva em operação no Brasil, a locomotiva GE ES43BBi é uma locomotiva diesel-elétrico da linha GE Evolution Series, projetada e produzida no Brasil pela GE Transportation, desde 2014. Esta locomotiva tem uma potencia de 4400 HP e pode atigir a velocidade de 110km/h.

Ainda que nos trechos de serra a velocidade das novas locomotivas nem chegam a sua máxima, ainda assim são muito mais velozes que as que operavam anteriormente. Acostumados com a lentidão e do barulho excessivo das antigas locomotivas, os caminhantes podiam facilmente evitá-las nos trechos críticos de pontes e túneis. O silêncio e velocidade das novas composições podem ser uma mistura fatal.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

24 Comentários

  1. Getúlio R. Vogetta em

    Sem falar que vários trechos de trilhos velhos e soltos foram substituídos, o que também torna a composição dos trens mais silenciosa nos deslocamentos.

    • Parabéns Pedro, pelo seu artigo no site. Fica o aviso para todos que frequentam o Marumby e principalmente para aqueles que gostam de andar nas pontes e túneis.

  2. Silvio de Barros Pinheiro em

    Eu posso estar enganado, mas o trecho de serra entre Curitiba e Paranaguá não suporta essas locomotivas ES43BBi. Nem as antigas SD40. Eu nunca soube dessas locomotivas na serra.

    • Srs as locomotivas são sim mais potentes. Mas cuidado com a desinformação. Vamos lá um SD nunca operou na Serra de Paranaguá. As es não pegaram nunca 110 km/h a VMA máxima na “metrica” é de 60 km/m e na Serra do Mar desdes a extinta rede é 25 km/m. Lembrando que existe um lei para salvaguardar pessoas que insistem em andar sobre os trilho, pode cruzar eles mas nunca andar sobre eles.

    • Sim. Após correção de gabarito e reforço nos trilhos e pontes, passou a ser o trem padrão pra Serra. Descem em locotrol de até 130 vagões carregados e sobem com 1 mais 45 vazios. Todas usam um vagão tipo madrinha para engate dos vagões.

    • Luiz Cesar de Almeida em

      Eu sempre soube que eram as GT22, que hoje estão no Rio Grande do Sul. O trem turístico opera com G22U, bem mais fraca que as GT22, tendo que ser usadas três máquinas.

  3. Só deixar registrado as antigas locomotivas do trecho em questão são as EMD G22u e não SD40-2 elas não descem até Paranaguá devido seis trucks serem desapropriados para se inscreverem em trechos com curvas muito fechadas. Após vários testes de gabarito foi aprovado a circulação da Es43bbi. Precisa se informar melhor camarada!

  4. Silvio de Barros Pinheiro em

    Eu falei bobagem sobre as ES43BBi na serra de Paranaguá. Acabei de ver um vídeo no YouTube mostrando essas locomotivas no trecho. Por favor, desconsiderem a msg anterior.

  5. Antonio Carlos Marcone em

    Tem videos no Youtube que mostram locomotivas SD40-2 em Morretes manobrando trens, se isto não for operação não sei o que estavam fazendo lá.

  6. Está faltando gente com competência pra gerenciamento das ferrovias fui técnico em sinalização durante 30 anos conheço o trecho muito bem estão colocando locomotivas incompatíveis com o trecho ou seja estão pagando pra ver

  7. Quando do início da concessão da ALL, ela operava o trecho com as G22U, de cerca de 1650 HP de potência. Estas foram substituídas pelas GT22CUM-1 e -2, com cerca de 2250 HP. Como dito pelo colega Carlos, após vários testes de gabarito, as ES43BBi passaram a operar na serra do mar.

  8. José Euclides Rambo em

    Oxalá melhorem os trilhos também, pois fiz uma parte desse trecho em 2015, CTBA/Morretes, velocidade baixa, a composição chacoalhava muito, um horror, o que valeu à pena foi a paisagem de tirar o fôlego, exuberante. Tem que melhorar bastante no quesito “estrada de ferro”, a não ser que agora em 2019 tenham substituído trilhos e dormentes pretendo fazer esse trecho novamente!

  9. André Gehringer em

    A Informação é útil, mas para os mais ligados em ferrovias, precisa de uma porção de correções…

    As ES43BBi são realmente potentes, mas twm a mesma potência que uma AC44i e muito menos que os 5800 CV d3 uma ES58ACi. Mesmo com a capacidade de atingir 110km/h,não chegam nem à metade disso na Serra. Aliás, acho que em nenhum trecho do Paraná.

    As locomotivas que rodavam na Serra eram da EMD, mas não SD 40 que tem 3.000cv e sim GT22 menores e um pouco menos potentes. As SD40 até desciam a Serra porém, sem estar acopladas nos trens.

    Desciam sozinhas para operar nos trens de manutenção entre Morretes e Paranaguá.

    Por fim é válido lembrar que trafegar sobre trilhos é sempre muito perigoso. Eu mesmo, já encontrei um trem vindo no sentido contrário, enquanto atravessava a pé o Viaduto do Carvalho… E acreditem, não foi nada legal.

  10. Eduardo Eloy Scuissiato em

    Uma coisa é descer com as SD40-2 e SD40T-2 escoteiras pela serra em VMA mais restrita do que a de 25 km/h. Outra é descer comandando trens e enroscar dentro de túneis ao primeiro balanço do conjunto. Desta forma, algumas SDs desceram até o pátio de Morretes, onde puxavam os trens desacoplados das GT22CUM até o pátio de triagem no Km 5 ou o pátio do Porto Dom Pedro II.

  11. Ricardo Catarino em

    Interessante as discussões…

    Gostaria de entender porque locomotivas maiores como as SD40 somente podiam descer escoteiras, isto é, sozinhas.
    Considerando que o gabarito é restrito, o que as impedia de descerem acopladas? O balanço da composição?

    Em relação as ES43BBi, qual é o peso abastecida e qual é a capacidade de tração e frenagem?
    Se puderem compará-la com a BB40-9 em peso abastecida e capacidade de tração e frenagem?
    Qual é a diferença de altura entre as ES43BBi, BB40-9 e SD70Ace/BB?

  12. Ricardo Catarino em

    Por que as ES43BBi estão acopladas a um vagão madrinha na Serra de Paranaguá?
    Eles podem operar conectadas na Serra? Qual é a restrição?

    • Elas usam madrinhas pq algumas curvas, se não me engano duas, tem um raio de curva muito fechado e o acoplamento dos vagões atuais é muito curto.

  13. Boa tarde. Curti bastante os comentários. A rumo está pegando pesado com os passeios a pé. Em roça nova não dá mais pra atravessar. Alguém sabe alguma coisa sobe a contrução da nova ferrovia Curitiba Paranaguá passando em São José dos Pinhais?

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