5 curiosidades sobre o trekking ao Acampamento Base do Everest

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O trekking ao Acampamento Base do Everest é um dos roteiros mais bonitos do mundo e talvez o mais famoso roteiro de caminhada entre os amantes do montanhismo. Ele está localizado no coração do Nepal e é repleto de belas paisagens com montanhas nevadas, vales profundos, rios de água azul turquesa, pontes e vilarejos pitorescos. Além disso, é o caminho percorrido por quem busca se aventurar na maior montanha do mundo, o Everest com seus imponentes 8848 metros de altitude.

No entanto, o percurso até lá guarda tantas belezas que também é considerado o trekking dos sonhos para montanhistas e aventureiros que querem conhecer um pouco mais dessa região fantástica.

Confira cinco curiosidades sobre esse lugar incrível.

  1. Começa com um voo até o aeroporto mais perigoso do mundo, em Lukla.

No Nepal a malha viária é pequena e precária. Não há muitas estradas, assim a melhor forma de chegar ao início do Trekking ao Acampamento Base Do Everest é voando até aeroporto de Lukla. Isso seria muito tranquilo e fácil se esse não fosse um aeroporto incrustado no meio das montanhas. Para chegar lá também é preciso voar entre montanhas e desfiladeiros, o que da um grau de emoção a mais para os visitantes.

Todavia, os voos até lá só ocorrem com o tempo bom e em aviões pequenos, principalmente para que o piloto possa ver e desviar das escarpas que há pelo caminho. O pouso também precisa ser certeiro, uma vez que a pista é curta e estreita com apenas 527 metros de comprimento por 30 metros de largura. Além disso, ela termina em uma encosta de rochas de um lado e um abismo do outro. Ou seja, sem chances de arremeter.

A segunda melhor opção é viajar em um jipe 4×4 por estradas ruins até a cidade de Jiri e de lá caminhar um pouco mais de uma semana por uma trilha com pouca estrutura para chegar a Lukla. A não ser que você tenha muito tempo disponível e muita disposição física, esse trajeto é inviável.

Aeroporto de Lukla no Nepal. Foto: Pedro Hauck

  1. Percurso tem mais de 100 km que faremos todo a pé.

Existem vários roteiros para chegar até o Acampamento Base do Everest. No entanto, os mais bonitos e visitados são longos. O roteiro realizado pela agência Soul Outdoor, por exemplo, possui cerca de 130 quilômetros de distância. Todo esse percurso é feito a pé, com médias de 10 quilômetros de caminhada por dia. No entanto, há dias de descanso em que só é preciso caminhar 3,5 km e o último dia que é o mais longo com 19 km.

A boa notícia é que é possível contratar carregadores para levar os equipamentos mais pesados. Além disso, ganha-se altitude gradativamente, assim nosso corpo tem mais tempo para se recuperar dos efeitos da altitude. Por outro lado, as belas paisagens e as surpresas que o caminho reserva a cada dia faz com que toda essa caminhada seja prazerosa e no final sempre fica aquele gostinho de quero mais.

Trilha para o Acampamento Base do Everest – Foto: Pedro Hauck

  1. Apesar dos nepaleses serem majoritariamente budistas ou hinduístas, os nepaleses consomem carne.

O Hinduísmo e Budismo são as religiões mais praticadas no Nepal e é comum para nós ocidentais associarmos essas religiões ao vegetarianismo. No entanto, os praticantes dessas religiões não são proibidos de comer carne. Hinduístas apenas buscam uma forma de viver que provoque o mínimo de dor para os outros seres. Por outro lado, um dos ensinamentos mais importantes do budismo é que é proibido tirar a vida de qualquer pessoa ou animal. Assim, boa parte das pessoas que seguem essas religiões opta pelo vegetarianismo.

Todavia, durante o Trekking ao Acampamento Base do Everest o participante tem contato com uma culinária rica em sabores. E muitos pratos típicos da região são feitos com proteína animal, normalmente oriunda dos Yakis. Mas também é possível comer alguns fast foods como hambúrguer com refrigerantes.

  1. Os trekkers dormem em Lodges, mas os banhos são raros.

As noites na região do Himalaia são frias e por isso, a maior parte dos aventureiros opta por dormir em Lodges, que são pequenas casas com uma área comparilhada e alguns quartos. A maior parte delas são bem rústicas, com pouco móveis, no entanto são ótimas para quem busca uma boa noite de sono abrigada das baixas temperaturas.

Os Lodges mais sofisticados contam com restaurantes, Wi-Fi, máquina de lavar roupa e até mesa de bilhar. Mas essas são as exceções à regra. Normalmente só há aquecimento no refeitório, que é a área compartilhada, e quando os Sherpas (carregadores) vão dormir todo mundo acompanha e se recolhe aos quartos. Não existem tomadas sobrando, para recarregar o celular e outros equipamentos é preciso pagar. Os banheiros são no chão, estilo oriental e nem todos tem chuveiros. Além disso, os banhos, mesmo os de canequinha são cobrados a parte.

  1. O acampamento base não é o final do roteiro

Após 10 ou 11 dias de expedição chegamos ao tão famoso Acampamento Base do Everest. No entanto esse não é o final da linha. Empresas brasileiras como a Soul Outdoor costumam seguir em frente para conhecer outras atrações da região. Entre elas o Pico Kala Pathar com 5050 metros de altitude que é um verdadeiro mirante para as maiores montanhas do mundo. Lá também é possível visitar o Cho La Pass que é um passo montanhoso muito bonito a 5360 metros e a pequena vila de Gokyo com seus lagos azul turquesa.

Nessa região também temos contato com os povos que vivem de uma forma isolada e simples com o que a montanha oferece. Só então as equipes começam a retornar para Lukla.

Ponto onde se inicia o Acampamento Base do Everest atualmente.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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