22 montanhistas completam o desafio de escalar os 14×8000 nessa temporada

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A reabertura das escaladas no Shishapangma, no Tibete, território controlado pela China, deu a chance que muitos montanhistas estavam esperando para completar o projeto dos 14×8000. Esse desafio foi criado pelo montanhista Reinhold Messner e consiste em escalar as 14 montanhas com altitude superior a oito mil metros do mundo. Elas estão localizadas no Nepal, Paquistão e Tibete.

Shishapangma. Foto: Dirk Groeger / Wikimédia Commons

No entanto, mais difícil do que vencer as montanhas fisicamente era o desafio burocrático para acessar o Shishapangma, devido às proibições impostas pelo governo chinês. Contudo, nesta temporada, a China liberou a entrada de estrangeiros com o objetivo de escalar essa e outras montanhas, desencadeando uma onda de novos 14×8000. 22 montanhistas concluíram o tão sonhado projeto.

Assim, os nomes na lista de montanhistas que completaram as escaladas das 14 montanhas acima de 8 mil metros saltaram de 53 para 75, um crescimento de 40% em uma única temporada. O que leva especialistas a levantarem a hipótese de que escalara as montanhas de 8 mil metros se tornou mais fácil.

Escalada sem oxigênio suplementar e contra as regras

A dupla de montanhistas nepaleses o topo do Shishapangma a 14ª montanha de 8 mil metros se oxigênio suplementar. Foto: Divulgação Nirmal Purja

Entre os novos integrantes do grupo 14×8000, cinco fizeram a ascensão sem utilizar oxigênio suplementar, o que vai contra as regras impostas pela China para a reabertura dessa escalada. O governo chinês passou a exigir que todos os montanhistas que subissem acima de 7 mil metros utilizassem O2 suplementar esse ano.

Foram eles os nepaleses Mingma G e Nirmal Purja, que também bateram o recorde de tempo mais rápido para escalar os 14×8000 sem o uso de oxigênio; a chinesa Jing He, que talvez seja perdoada (por quebrar a regra e usar oxigênio suplementar) por ser a primeira pessoa da China a entrar para a lista dos sem Oxigênio e a terceira mulher no mundo a completar os 14×8000; o paquistanês Sirbaz Khan; e o italiano Mario Vielmo.

::LEIA TAMBÉM: Nirmal Purja e Migma G completam a escalada dos 14×8000 sem O2 em tempo recorde

Jovens nos 8 mil metros

Nima Rinji Sherpa Foto: Divulgação/ @sevensummittreks.

Adriana Brownlee. Foto: Divulgação AGA Adventures

Essa onda de cumes também revelou outros recordes, incluindo o de homem e mulher mais jovens a completarem os 14×8000. O nepalês, Nima Rinji Sherpa, completou o desafio com apenas 18 anos, e a hispano-britânica Adriana Brownlee, de 23 anos, se tornou a mulher mais jovem a vencer essas 14 montanhas. Já Alasdair Mackenzie, de 20 anos, que também almejava se tornar o mais jovem a completar o desafio, foi ultrapassado pelo nepalês. Mas a ele restou o título de europeu mais jovem a realizar os 14×8000.

Os nepaleses e outros montanhistas

O Nepal acrescentou 9 novos nomes à lista dos 14×8000 e é o país com mais representantes na lista. Além dos recordistas sem oxigênio suplementar e do mais jovem a fechar o projeto, também chegaram ao cume das 14 montanhas: Dawa Yangzum Sherpa, Mingma Tenzing Sherpa, Ming Temba Sherpa, Pasang Nurbu Sherpa, Dawa Gyalje Sherpa e Tejan Gurung.

Além desses, também completaram o desafio o paquistanês Shehroze Kashif, de 22 anos (conhecido como The Broad Boy), Tracee Metcalfe dos Estados Unidos, Naoko Watanabe do Japão, Dorotha Samocko da Polônia, Grace Tseng de Taiwan, Alina Pekova da Rússia e Adrian Laza da Romênia.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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