Agora, sim, do alto de meus trinta anos de idade, sendo metade disso na vida aventureira me sinto a vontade pra continuar a matéria sobre nossos lares desmontáveis, carregáveis e efêmeros. Sim, efêmeros porque muitas vezes a vida útil de uma barraca não supera a da sua empolgação pelo vida ao ar livre. E se você é aventureiro de coração sempre haverá uma boa desculpa para adquirir aquele modelo de última geração, feito com varetas de super-hiper-flexipower e tecido de mega-extra-ripstop.
No entanto prefiro barracas com histórias para contar. Porque barracas, como um verdadeiro lar de montanhista, adquire o jeitão de seu proprietário. Tento estender ao máximo a relação. Mas se é chegada a hora de abandonar o velho lar tento retirar-me em meus devaneios internéticos e buscas incessantes pelo modelo de maior custoXbenefício (palavra em moda, bah) e fazer a coisa certa, para não me arrepender depois.
Barracas grandes (para duas pessoas já é barraca grande para mim) têm a vantagem de que quando se está sozinho você pode fazer a maior zona e nem se preocupar porque panela nenhuma ficará sob sua cabeça. E se ficar basta arremessá-la para longe, o fundo neste caso. E se estiver acompanhado, principalmente por alguém íntimo do sexo oposto, poderá dispor de um ambiente agradável para se divertir, principalmente nos dias de tempo feio, quando chove. Até mesmo porque o ruído da chuva na lona é capaz de disfarçar ruídos que fatalmente seriam ouvidos por hipotéticos vizinhos de acampamento, visto que o isolamento acústico é praticamente nulo. Tá bom, eu sei que barraca não é motel, uma duchinha faz falta e sei-lá-mais-o-quê, mas… Digamos que a vida ao ar livre convida a uma certa empolgação. Será que vem daí a expressão “armar a barraca”?
Super-Trunfo!!!
Não sei. Só sei que minha barraca é uma companheira fiel e obviamente não a empresto, não a alugo. Até mesmo as últimas companhias eu tenho selecionado bem. Quando é para acampar em grupos maiores prefiro me ajeitar na barraca de alguém. Essa do Pereira, que aparece na foto acima cabem quatro sentados para uma jogatina. É o momento do “social”. Falando nisso, você sabe apreciar esses momentos? Não se feche em zíperes, venha nos fazer uma visita!