Há cerca de um mês o médico Camilo Benke embarcou para a Africa para enfrentar o
duplo desafio competir o Ironman e subir o monte Kilimanjaro, o mais alto da
África – com o intervalo de apenas uma semana. O desafio foi superado e Camilo
já está de volta à Curitiba não apenas com o sentimento de missão cumprida, mas
também já planejando novas aventuras.
Mesmo sendo o Ironman uma das
provas de endurance mais exigentes que acontecem ao redor do mundo, pois soma
3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida, Camilo quis ir além.
Decidiu subir o Monte Kilimanjaro, de 5.895 metros de altura uma semana após a
prova de Ironman.
“Eu já havia participado de outras provas longas de triathlon e corrida, mas
nunca subido uma montanha tão alta e enfrentado a altitude, o ar rarefeito, e
condições climáticas inóspitas. No Ironman você tem um dia muito duro, de muito
desgaste, mas depois você sabe que vai dormir no hotel e ter uma boa refeição. A
escalada nunca termina, são vários dias, cada vez com menos oxigênio, mais frio
e alimentação racionada”, declara Camilo.
Ironman
Nos dois desafios enfrentados na África, Camilo Benke superou seus próprios
limites e expectativas. No Ironman superou sua marca anterior completando a
prova em 10 horas e 57 minutos, quase uma hora a menos do que o último Ironman
que participou. Competindo com 1.600 atletas, de 40 países diferentes, Camilo
ficou na 230ª colocação geral e em 24º lugar em sua categoria (de 25 a 29
anos).
Monte Kilimanjaro – Teto da África
Depois de alguns dias se recuperando e conhecendo diferentes lugares da África
do Sul, Camilo foi para a Tanzânia, local que contrasta por ser muito pobre, mas
possui o imponente Monte Kilimanjaro, procurado por aventureiros do mundo
inteiro. Esse, segundo Camilo, foi de fato o maior desafio: “Sofri muito com a
altitude. Nunca tinha feito nada parecido e tudo muda quando estamos acima dos
3.000 metros”.
O fato de ser médico contribuiu muito para manter a calma
e entender o que estava acontecendo com o seu corpo, “mas a montanha exige muito
esforço para contornar as forças da natureza. O frio, mudanças climáticas
repentinas, o efeito da altitude e do ar rarefeito não dão trégua”.
Segundo Camilo, o fato de estar sozinho também influenciou. “Fui com uma equipe
de quatro africanos: um cozinheiro, dois carregadores e um guia. Apenas o guia
falava inglês e normalmente eles conversavam entre si em suahili, idioma local.
Não ter com quem dividir as experiências e sensações foi complicado”, confessa o
médico aventureiro que acabou subindo o monte em 4 dias e meio e não em 6 dias
como é o de costume pela rota Machame. Camilo enfrentou temperatura de 15°
negativos e 36 horas seguidas no último trecho.
Mesmo com as
dificuldades, que não foram poucas e já eram esperadas por Camilo, a aventura
foi um sucesso. “A experiência que adquiri me deu força para enfrentar novos
desafios e de longa duração”, declara ele.
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