Os três montanhistas foram protagonistas da abertura da imensa via no Ama Dablam, uma montanha impressionante de linhas verticalizadas, batizada de “”Free Tibet 2065″”, (1.500m / V+ / 80º / M5+). Acompanhado por Meter Tomko, um alpinista esloveno, Santi evoluiu pela rota normal do Ama Dablam (6.812 metros) e em sete horas de atividade, a partir do segundo acampamento de altitude, “”o fantástico Ninho de Águias””, seguiram para o topo, com vista para o Everest.
Três horas de rapéis incertos fizeram o grupo mudar suas expressões, mas logo a cordada retornou ao Campo 2, e bem dispostos, apenas uma semana depois de chegar ao assustador aeroporto de Lukla, para tentar a sorte mais uma vez na mesma montanha. Os “”pensamentos impuros”” surgem durante a descida ao Campo Base. Daí pra frente, e depois de ter observado todas as faces do Ama Dablam, decidiram pela face Oeste. O italiano Francesco Fazzi, no Campo Base, se une a exploração do terreno desconhecido na montanha. “”Parece que tem um espaço vazio entre a rota Japonesa de 1985 na face Oeste e a Japonesa de 1980 da Noroeste””. A parte superior d Ama Dablam, uma das montanhas mais elegantes do Himalaya, parece intacto e a cordada traçou imaginariamente um itinerário sobre o terreno ainda por descobrir.
No dia 30 de abril sairam do Campo Base, levando barraca, sacos de dormir leves e alimento para 4 dias. E assim intalaram seu primeiro acampamento a 5.350 metros. No dia 1º de maio escalaram a parte inicial similar à rota de 85 até que sairam pela esquerda sobre um serac, com a intenção de passar a noite. Enfrentaram 11 horas de escalada por terreno variado, e não encontraram dificuldades extremas, que embora pela altitude possa aparentar. Superaram várias passagens de terreno misto de V-, V+. Nessa noite estavam acumulados uns 15 centímetros de neve fresca que refrigeraram as encostas do Ama Dablam, mantendo uma temperatura de -15º até o início da manhã, pois o sol não começa a esquentar antes das 11:00h.
Outro longo dia os aguardava. A altitude, a neve e o mal tempo passageiro não ajudavam para uma progressão rápida. Avançaram por uns 300 metros e nos 300 seguintes superaram três passagens em misto e cinco sobre pendentes moderadas de gelo e neve. Desta maneira, no dia 2 de maio de 2008, às 17:00h, com sol enfraquecido, chegaram ao cume do Ama Dablam, aonde montaram a minúscula barraca e se puseram a dormir, com a impressionante vista do seu vizinho Everest.
Não se tem informação sobre a repetição da rota Japonesa de 1985, nem de que tenha sido traçada alguma via pelo setor superior da face Oeste, assim sendo, deixaram esta proposta de via como: Free Tibet 2065 (1500m, V+, 80º, M5+).
Redação AltaMontanha com informações de Desnivel