Não faz muito, eu escrevi uma coluna intitulada “O Padre e o Direito ao Risco e à Aventura“. Li vários emails e mensagens, porém em nossa comunidade do Orkut uma chamou a atenção pela qualidade. Tratava-se do texto do Macarrão, que não concordou muito com minhas idéias.
Cerca de um mês depois vejo a notícia da audiência pública que discutirá o futuro da escalada, do montanhismo e, principalmente, da aventura no Brasil. E, sinceramente, analisando o teor do projeto de lei, já podemos supor que este futuro será negro para nosso esporte, se não fizermos alguma coisa!
O que uma coisa tem haver com a outra?
Lá naquela coluna (que critiquei o pensamento da população de que a polícia deveria intervir e prender o Padre para salvar-lhe a vida) eu já alertava que em breve, iriam querer prender os escaladores com a mesma justificativa.
E é isto que este projeto de lei acabará fazendo. Não que ele vá efetivamente prender o escalador, mas com certeza irá acabar com o que a escalada tem de melhor: A LIBERDADE! A mesma LIBERDADE que os críticos achavam que seria melhor tirar do Padre, quando ele queria alçar vôo preso a mil balões!
Por este projeto de lei, não mais poderemos escalar sem estarmos acompanhados de um guia ou instrutor de escalada. Por este projeto de lei, não poderemos mais comprar equipamentos de escalada sem apresentarmos um “certificado de comprador” e por aí vai…
Aos que naquela época não haviam compreendido o real significado das minhas palavras, fica o alerta: A hora está passando!
Encerro este texto, com a mesma frase que encerrei a coluna sobre o Padre:
“Que futuro nos espera se pessoas que pensam desta maneira, ostentarem o poder político em nosso país…”
Abaixo, publicarei um email do leitor Leandro Totino, que acabamos de receber em nosso site.
“Espero que essa casa (o senado) tenha decência e seja esclarecida o suficiente sobre o que é exatamente esporte radical e principalmente quem são os verdadeiros praticantes (que, com certeza, não são turistas).
Espero ainda que não me obriguem a me vincular à guia, instrutor, monitor, clube ou qualquer outra coisa para poder praticar esporte que há mais 10 anos venho praticando com amigos de infância (sem dúvida existe mais centenas de pessoa na mesma situação), impondo restrições esdrúxulas, como, arbitrariamente, alguns diretores de Parques Nacionais vem fazendo…
Espero também, na eventualidade de um órgão público cuidar da regulamentação de esportes radicais, não seja fonte de corrupção como acontece com outros órgãos brasileiro, nos lúgubres porões da bur(r)ocracia.
Espero, finalmente, que seja condescendente, enxergue e perceba que quem pratica esporte radical, não busca o perigo, mas sim, auto-superação, contato com a natureza e, principalmente, a liberdade…”
Leandro Totino
Montanhista
Concordo com tudo que você disse Leandro! E acrescento mais um:
Espero que os senadores que receberem nossos emails saibam ler.