Ueli Steck recebe o Eiger Award 2008

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Logo após voltar para a sua Suiça natal, recebe no Grindelwald o Eiger Award. Os jurados suiços buscam com este prêmio honrar as pessoas que fazem chegar o espírito o fascínio das montanhas ao grande público, devido a suas conquitas na montanha. Foi concedido por seus recordes na norte do Eiger, e especialmente como menção a sua valorosa atuação na tentativa de resgate de Iñaki Ochoa no Annapurna


Não foi estranho para ninguém na Suiça a concessão deste prêmio a Ueli, não depois de voltar do Himalaya. Na verdade sobram explicações.

Modesto ao extremo, ao receber o prêmio afirmou que sua tentativa de resgate no Annapurna era “tão somente algo que tinha que fazer. Se está andando pela rua e vê alguém que necessita ajuda, o faria.” Uma comparação muito modesta para o que estes homens realizaram.

Após receber o prêmio das mãos de Adolf Ogi, Steck afirmou: “Não podíamos subir todo nosso material, descer, e depois voltar a subir, deste modo subimos com nossas botas normais, as que se usa para uma escalada nos Alpes no verão. Abandonamos o campo base e chegamos a 6.900 metros, mas ao chegar ali, como não tinhamos as botas adequadas, Simon teve que ficar. Eu pude seguir porque Alexei Bolotov descia do cume e troquei as botas com ele. Por sorte eram número 45, se fossem 42, teria sido Simon quem continuaria em solitário para cima.

Tomamos todas as precauções ali em cima. Não foi nem mais, nem menos perigoso que outras ascensões. Subimos alto, subimos rápido, mas tomamos todas as precauções que pudemos.”

Falando de sua reputação de escalador “louco”, por suas escaladas de velocidade em solitário, Ueli afirmou: “tem pessoas que afirmam que sou louco por realizar recordes de velocidade e muitas escaladas em solitário, mas é bom saber que há outras pessoas que entendem de que vale isto no alpinismo. Subi a face norte do Eiger muitas vezes, e embora não vá perder o respeito pela montanha nunca, é meu terreno de treino. A rota Heckmair não é mais fácil agora que em 1938, quando foi aberta. O que mudou é o equipamento que usamos, e o nível dos montanhistas que a sobem. Mas os perigos são os mesmos. Quando a subi pela primeira vez, levei comigo 250 metros de corda, porque eu tinha que descer. Agora levo uma corda de 35 metros, e sei que é suficiente para mim se tiver que descer da parede. A mudança está em mim, a montanha não mudou.”

A respeito do Annapurna, afirmou que “não abandonei o projeto da face sul do Annapurna. Voltaremos algum dia. Agora resta descansar e me recuperar. Simon e eu voltaremos a escalar juntos, mas também continuarei com meus solos. Me encanta o aspecto de estar sozinho na montanha. Quando está sozinho a 6.000 metros, e não vê forma de descer, está realmente só, e se sente muito, muito pequeno aí. Mas isto te dá um respeito total pela montanha. Abre teus sentidos, não existe uma sensação como essa, é muito intensa. Mas quando desce ao vale, te abandona, e terá que voltar a buscar novos desafios na montanha. Se não escalasse, buscaria outra coisa que pudesse fazer com a mesma paixão. Quero viver a vida, não importa como.”

Redação AltaMontanha com informações de uelisteck.ch, Jo Adams, Barrabes

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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