O escalador Davi Marski, de Campinas-SP, embarca em Julho para a Bolívia onde pretende escalar uma das paredes mais difíceis dos Andes, a face Oeste do Huayna Potosi, montanha de 6088 metros de altitude localizada na Cordilheira Real próxima à capital do país, La Paz.
No planejamento, Marski pretende iniciar seu processo de aclimatação no Chacaltaya, realizando uma travessia até o Cerro Charquini.
Após esta fase ele irá ministrar um curso de escalada em gelo na região do Condoriri, onde ele pretende escalar algumas montanhas clássicas, como o Tarija, Pequeño Alpamayo, Pirâmide Blanca e Pico Austria.
Ao fim deste curso, ele já pretende escalar uma montanha de grande dificuldade, a Cabeza del Condor, uma escalada que ano após ano têm se tornado mais difícil devido o retrocesso das geleiras.
Depois de já estar mais do que aclimatado, aí sim o desafio maior: A oeste do Huayna Potosi.
A escalada em si demora mais ou menos 12 horas em um ritmo forte. Os trechos mais difíceis são a escalada de um glaciar suspenso, onde são comuns avalanches. No trecho final costuma ter muitos pináculos de gelo de grande dificuldade, pois já não se pode voltar naquela altura e também não dá pra proteger bem as passadas devido a neve fofa.
Além disso, os ventos fazem que estes pináculos sejam na maior parte das vezes negativos e muito favoráveis para ceder e formar avalanches.
Isso faz do Huayna uma montanha bastante antagônica, pois enquanto a sua rota normal é a mais freqüentada entre as montanhas de seis mil metros da Bolívia, a face Oeste é raramente encarada.
Se Davi Marski conseguir escalar esta face, será o primeiro brasileiro a realizar tal façanha. Será a quarta vez que o montanhista tenta esta escalada.