O ecoturismo fluminense receberá um grande impulso do governo federal nos próximos anos com a aplicação de três medidas tomadas esta semana em conjunto pelos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente: a expansão do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, nas regiões Serrana e Centro-Sul Fluminense, a implantação de duas estradas-parque, no sul do estado, e uma verba de R$ 4 milhões para ser usada em melhorias na Ilha Grande, em Angra dos Reis, e no Parque Estadual de Três Picos, na Região Serrana.
Essas medidas, na opinião dos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do Turismo, Luiz Barretto, vão aumentar significativamente o número de visitantes a áreas verdes do Estado do Rio. Elas trarão mais segurança e opções de lazer para quem se disponha a visitar esses parques.
A área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que tem hoje pouco mais de dez mil hectares, será aumentada para 18 mil hectares, com a anexação de florestas vizinhas. Segundo Minc, o uso de reservas dificulta as invasões e é o melhor aliado da preservação de seus recursos naturais.
O Estado do Rio, que já tem uma estrada-parque, a RJ-142, ligando os distritos de Lumiar, em Friburgo, e Stocklin, em Casimiro de Abreu, em pleno Parque Estadual de Três Picos, ganhará outras duas: Parati-Cunha e Capelinha-Mauá. A primeira fica no Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB) e a segunda no Parque Nacional de Itatiaia.
O PNSB tem uma área de 104 mil hectares, sendo que cerca de 60% se localizam no Estado do Rio e o restante em São Paulo. O parque começa na Ponta da Trindade, em Parati, seguindo para oeste, sobrepondo-se ao Parque Estadual da Serra do Mar em Ubatuba, São Paulo. Esta região é ambientalmente estratégica por ser o único ponto onde estes dois parques atingem a orla marítima, além de integrar ainda a Área de Proteção Ambiental (APA) do Cairuçu e Reserva Ecológica da Joatinga.
Pioneiro no país, o Parque Nacional de Itatiaia foi criado em 14 de junho de 1937. Com 28.155 hectares, ele localiza-se na divisa entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, na Serra da Mantiqueira.
No dia 27 do mês passado, no Palácio Guanabara, o governador Sérgio Cabral e o ministro do Turismo, Luiz Barretto, assinaram convênio de transferência de recursos no valor de R$ 40,7 milhões – 50% para cada lado – para a implantação e pavimentação dos trechos da RJ-163 entre Capelinha e Visconde de Mauá, e da RJ-151, entre Maringá e Visconde de Mauá, além de pavimentação e melhorias do trecho da RJ (Parati-Cunha).
A RJ-142 ganhou três mirantes, dois pórticos, quiosques com banheiros, mesas, bancos e churrasqueiras. O mesmo conceito será aplicado na implantação das outras duas estradas-parque. De acordo com o plano dos dois ministérios, serão estradas de baixa velocidade, com a instalação de passagens sob a pista para animais.
Os recursos liberados pelo Ministério do Turismo para a Ilha Grande, no valor de R$ 1 milhão, e para o Parque Estadual de Três Picos, num totra de R$ 3 milhões, serão aplicados em obras de infra-estrutura, como a construção de centros de visitantes e pesquisadores.
Os escaladores esperam não ser esquecidos nestas medidas. Eles têm a favor a experiência e sensibilidade do presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF) do Rio de Janeiro André Ilha, que é um escalador renomado. Ilha é um dos incentivadores da prática de escalada em Unidades de Conversação, desde que bem orientadas para a prática de minimo impacto.
Infelizmente no Brasil os investimentos feitos em parques não contemplaram este tipo de atividade e em muitas Unidades de Conservação a escalada foi proibida.
Fonte: JB on line