Um laboratório no Everest

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Expedição estuda adaptação à falta de oxigênio

Médicos e cientistas britânicos recolheram mais de 10 mil amostras
de sangue e realizaram 2 mil testes físicos com 200 alpinistas, durante
4 mil horas, na montanha mais alta do planeta. A expedição Caudwell
Xtreme Everest aconteceu em 2007. Seu objetivo era medir os níveis mais
baixos de oxigênio no sangue registrados até o momento. O resultado foi
publicado agora pela revista The New England Journal of Medicine.

Devido
ao mau tempo as amostras foram tiradas a 8,4 mil metros de altitude e
no acampamento-base, a 6,4 mil metros – o Everest mede 8 850 metros. Os
montanhistas estavam completamente lúcidos e ativos com 3,28
quilopascais de oxigênio no sangue. O mínimo registrado foi 2,55
quilopascais. Uma pessoa em estado normal apresenta entre 12 e 14
quilopascais. Um paciente com 8 quilopascais é considerado em estado
crítico.

Pode-se viver, portanto, com muito menos oxigênio no
organismo do que se pensava. Os resultados encontrados pela expedição
poderão ter uma aplicação fundamental nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI). Muitos tratamentos aplicados a pacientes em estado grave, e que
costumam ser muito invasivos, destinam-se a restabelecer os níveis de
oxigênio no sangue.

Se novos parâmetros fossem estabelecidos
muitos procedimentos agressivos poderiam ser evitados, já que o
organismo teria capacidade para se recuperar naturalmente. Os dados
recolhidos ainda precisam ser estudados. “A pesquisa foi realizada com
indivíduos jovens e saudáveis”, disse Andrew Tomlison, do Colégio Real
de Anestesistas do Reino Unido, ao El País. “Os pacientes de UTI são idosos ou em estado grave. É preciso avaliar melhor as informações.”

Fonte: Revista da Semana

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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