Uma avenida com o nome de um herói

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Empresário propõe aos vereadores de Teresópolis que uma das avenidas centrais da cidade receba o nome do alpinista brasileiro Mozart Catão, morto em 1998 numa avalanche na face sul do Aconcagua.


O empresário Jacques Ouriques lançou o que se pode chamar da pedra fundamental de uma grande homenagem ao alpinista nascido em Teresópolis Mozart Catão. Uma avenida central com o nome do herói. Os vereadores, que participaram do lançamento de um centro de atendimento ao usuário de transportes de Teresópolis (que, inclusive, homenageou o alpinista) já disputam quem vai entrar com a primeira moção!

Segundo Ouriques, “nunca um cidadão de Teresópolis levou o nome da cidade tão alto e tão longe. Muito pouco ou quase nada se fez pelo reconhecimento desse cidadão”.

Mozart Catão

Mozart Catão nasceu em 1962, em Teresópolis, onde começou a praticar montanhismo, conquistando inúmeras vias nas montanhas da região, para onde sempre voltou depois de suas aventuras por todo o planeta, e onde será sempre lembrado como um dos maiores heróis do esporte brasileiro.

Em 1976, aos 14 anos, Mozart ingressou no Centro Excursionista Serra dos Órgãos – de Teresópolis, e a partir dali começou uma trajetória que o levaria a escalar os maiores e mais difíceis picos do mundo, tanto em expedições como em investidas solitárias, seguindo a melhor tradição dos grandes aventureiros.

Ao lado de sua atividade como atleta profissional, Mozart desenvolveu também uma carreira como professor universitário e consultor em marketing para fabricantes e distribuidores de material esportivo, tendo implantado projetos de “esporte-aventura” em empresas como hotéis, clubes e órgãos públicos.

Depois de ser o primeiro brasileiro a escalar sozinho o monte Aconcágua, ponto culminante do Ocidente, em 1987, estabelecer o recorde mundial de trekking no monte Kilimandjaro, pico mais alto da África, em outubro de 1991, voltar ao Aconcágua em 1993, desta vez com uma mountain bike, igualando o recorde mundial, Mozart estava pronto para tentar o “Teto do Mundo”.

Em maio de 1995, com uma forma física não menos que perfeita, longa experiência em todo tipo de escalada e com o apoio da Petrobrás, às 11h22min do dia 14 a bandeira brasileira chegava ao ponto mais alto do planeta pelas mãos de Mozart Catão e seu companheiro paranaense Waldemar Niclevicz, após uma expedição que começou no Tibete e progrediu pelo glaciar do Rongbuck Oriental, Colo Norte, Crista Norte e Crista Nordeste.

Em 3 de fevereiro de 1998, Mozart Catão, aos 34 anos, sucumbia juntamente com o também teresopolitano Alexandre Oliveira, 24 anos, e o brasiliense Othon Leonardos, 23 anos, durante a tentativa de escalada da perigosa face sul do Monte Aconcágua, na Argentina. Surpreendidos por uma avalanche, os montanhistas teresopolitanos desapareceram no mais alto ponto do Ocidente.

Uma semana antes, em treinamento, Mozart e Alexandre atingiram o topo do monte pela face norte. Era a terceira vez que Mozart fazia aquela escalada. A quarta foi também a sua última. Naquela vez sem retorno para Teresópolis. A família deixou aos pés da montanha, gravada em uma placa, sua dor e seu orgulho.

Dois meses após o acidente, montanhistas de todo o Rio de Janeiro se posicionaram nos cumes da Serra dos Órgãos e, pontualmente às 14h, fizeram um minuto de silêncio seguido por uma salva de palmas em homenagem ao maior alpinista do Brasil e seus companheiros.

Também morreram no mesmo acidente os alpinistas Alexandre Oliveira – homenageado com o nome da Praça de Esportes Radicais na Rua Waldir Barbosa Moreira, na Várzea, e Othon Leonardo.

Fonte: Teresópolis Jornal

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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