A Expedição pretende partir de Katmandu no dia 2 de setembro para chegar ao glaciar Rongbuk no dia 5, onde querem montar o acampamento-base. Estes dias de aproximação rápida ao glaciar servirão também para testar os resultados da aclimatação prévia que os escaladores fizeram durante os últimos meses. Esta foi feita por câmeras hipobáricas instaladas nas residências dos próprios!
Já no acampamento-base, a aclimatação será completada ascendendo o Colo Norte, com 7000 metros, além de um acampamento a 7400 metros na arista noroeste do próprio Everest. O ataque ao cume está previsto para a última semana de setembro.
O trio tentou o cume do Makalu em estilo alpino há apenas 3 meses, mas tiveram que desistir devido ao mau tempo. Os três enfrentam agora uma rota muito difícil, fora as dificuldades de uma escalada em estilo alpino e as dificuldades das altitudes extremas numa montanha de 8000 metros, neste caso, a mais alta de todas!
Vale lembrar que Iñurrategi, Vallejo e Zabalza escalarão o Corredor Horbein sem sherpas, oxigênio, acampamentos de altitude ou cordas previamente instaladas. A rota segue uma linha reta na parede de rocha e gelo de 3000 metros de desnível do lado norte da montanha.
Parte da rota foi aberta pelos americanos Tom Hornbein e Willy Unsoeld em 1963. Durante uma tentativa à arista oeste, a equipe acabou desviando e subindo o final deste corredor que hoje leva o nome Hornbein. Foi só em 1980 que uma expedição japonesa “endireitou” o corredor e o subiu desde sua base. A rota conta com apenas 7 repetições e só uma destas em alpino. A façanha veio dos suíços Erhard Loretan e Jean Troillet em 1986. Todas as outras expedições realizaram a escalada com oxigênio suplementar, cordas fixas, etc.
Comparando estas 7 com 4111 ascensões ao Everest por rotas normais realizadas nos últimos 50 anos, é possível ter uma idéia do quão exigente é o corredor. A nova expedição quer ressuscitar o estilo alpino, que segundo eles é a essência do alpinismo puro, na qual renuncia à ajuda de terceiros, cordas fixas e oxigênio.
Fonte: El Economista