As vias que nem Adam Ondra (considerado o “Mago” da levitação, até por sua semelhança com o ator de Hary Potter) nem David Lama haviam sido capazes de realizar. O Rock Master de Arco se diferencia das demais competições em muitos aspectos. Um dos mais marcantes é que os competidores entrem em dois tipos de vias : Uma à vista e outra “trabalhada”.
Nenhuma das provas em si é a final, mas este ano, ao ter encadenado as duas vias somente os dois espanhóis (Patxi e Ramonet) a prova trabalhada se converteu em uma autêntica final.
A via trabalhada teria nada menos do que 60 movimentos. Todos os espectadores tinham certeza que aquilo seria um duelo entre Patxi e Ramonet (talvez até Adam Ondra). A primeira surpresa veio do austríaco David Lama de 19 anos que esteve a ponto de fazer “top”, recuperando todo terreno perdido no dia anterior.
Quando Patxi começou a escalar (tranqüilo, frio e seguro) ninguém pensou que fosse escorregar tão perto do começo da via. Uma falha que aceitou com enorme esportividade. Cair tão baixo se supôs ficar fora do pódio se conformando a uma sétima posição. Adam Ondra (o grande favorito do público) levitando como ninguém, também caiu muito perto do final, pouco abaixo do que tinha alcançado David Lama.
Ramonet foi o último a competir. Incrível. Foi uma efetividade pura. Encontrou um ponto para descansar na parte superior da via (onde previamente já havia feito David Lama) e o fez com uma tranqüilidade absoluta. Relaxado , inclusive deu um sorriso ao público. Era de outro planeta. Estava claro que iria alcançar o top. E alcançou.
Entre as mulheres Angela Eiter voltou a ganhar. Seu quinto (!!) Rock Master em que se iguala à lendária Lynn Hill que ganhou cinco. Foi uma final surpresa, pois Angela Eiter havia ficado em quarta na prova à vista atrás da francesa Charlotte Durif e da extraordinária coreana Ja-Jin Kim e, sobre todas estas, havia se destacado outra austríaca, Johanna Ernst (de 17 anos) que no ano passado havia arrematado seu “trono” ganhando tudo possível, incluindo o campeonato mundial.
Na via “à vista” realizada no dia anterior, Johanna Ernst havia sido a única capaz de encadenar. Parecia que o resultado da competição estava determinado e sentenciado e que a prova trabalhada seria apenas para “cumprir tabela”. Mas Angela Eiter não perdeu nem o sorriso em seu bom espírito.
Na via trabalhada era, desde o começo realmente complicado. Sobretudo en uma travessia para a direita que maraca final da primeira sessão. Uma travessia difícil e, também, belíssima (especialmente para os fotógrafos). Somente Caroline Ciavaldini foi capaz de interpretar porém caiu pouco depois. A eslovena Maya Vidmar desfilou como favorita, mas surpreendentemente, caiu abaixo da juveníssima italiana Alexandra Ladurner, que debutava este ano pela primeira vez em Arco.
Quando parecia que o ganhador se iria decidir na parte situada ao redor da travessia, Angela Eiter se mostrou capaz, e escalou, escalou e caiu realmente alto, acima de todas.
Fontes:
Blog de Escalada
Desnivel