Andando na contra mão do que é falado e cobrado em outros países, os governos estaduais – assim como o nacional – pouco investem em estrutura e em pessoal para defender as matas, as montanhas e os atrativos naturais brasileiros.
E os reflexos são muitos, desde a falta de organização e presença estatal nas unidades de conservação espalhadas pelo Brasil afora – Atribuído a isso podemos incluir a visita constante de caçadores, madeireiros, palmiteiros e etc. – até a praticamente falta de incentivo para a prática de esportes relacionados a essas áreas, como a escalada e o trekking em montanhas.
Esse tamanho descaso para com nosso patrimônio acabou culminando com o fechamento dos Parques Estaduais no Estado do Paraná. Porém, como bem ilustra a matéria no AltaMontanha.com, em boa parte das UC´s, nem isso será completamente possível, pois devido à total falta de estrutura do órgão ambiental paranaense, não há nem porteiras, nem cercas que protejam estes parques, ou seja, entra quem quer e como quiser, independentemente se tal parque está aberto ou fechado ao público.
E que não acusem os funcionários do Instituto Ambiental do Paraná. Isso seria no mínimo injusto. Regularmente presenciamos os poucos funcionários do IAP fazendo das tripas o coração para tocar os parques estaduais que, sem a mínima condição de trabalho, parecem mais coadjuvantes do filme “Missão Impossível”.
A premiação que eles receberam por tentarem o impossível? O governo estadual não pagará mais hora extra aos funcionários…
Como exemplo, sou freqüentador assíduo do Anhangava, e tanto eu, quanto os escaladores que visitam a região, sabemos das melhorias que advieram ao local após o pessoal do IAP colocar um pequeno trailer na entrada do Parque. Porém, quem trabalha e passa o dia lá não tem banheiro, não tem água, não tem nada informatizado, enfim, não dispõe de estrutura alguma. Um exemplo claro de que os funcionários públicos querem trabalhar, e mesmo sem uma sede, encontraram uma forma provisória de ao menos tentarem cumprir suas tarefas.
Contudo, o descaso para com nossos parques não é apenas estrutural. Como em qualquer parte do Brasil, sobram bandidos e faltam policiais. Recentemente o montanhista Julio Nogueira reclamou dos vândalos (travestidos de montanhistas revoltados) que freqüentam a região do Morro do Anhangava durante a noite para destruírem o mínimo de estrutura q resta.
Sabemos que isso não é privilégio apenas do paranaense… Praticamente todos os parques públicos do Brasil sofrem desse e de outros males, que somente prejudicam tanto a sua conservação e quanto o incentivo à prática de esportes como a escalada em seus domínios.
E, pelo jeito, estamos longe de uma solução para estes problemas… Infelizmente.
Abrazos!
Hilton