Prudentópolis terra das cachoeiras gigantes

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Feriado de 15 de novembro de 2005, Prudentópolis, terra das cachoeiras gigantes.


Íamos fazer rapel em três delas: Barão do Rio Branco, São Sebastião e Salto São João. Eu, Adilho, Bold, Karina, Didi, Lau, Renatinha e Katiele. No dia da saída já acordei atrasado! Peguei minhas coisas e saí correndo. Encontrando com o pessoal, que já estava a minha espera, e saímos em dois carros.

Chegamos a Prudentópolis por volta das dez horas, compramos algumas coisas num mercado no centro da cidade e reservamos uma passagem para o Lau, que iria embora antes. Fomos para o recanto PEREHOUSKI, onde íamos acampar todas as noites, para depois seguir para as cachoeiras.

Acampamento montado, seguimos para a cachoeira do Barão do Rio Branco, com 65m de altura. No local existe uma estação geradora de eletricidade para uma fabrica de papel a uns 50 km dali.

Montamos o rapel bem ao lado da cachoeira, pois não tínhamos levado colete para sairmos pela água. Altas descidas e altas fotos.

Saímos já ao entardecer, e, para variar, o Bold deixou o farol, de um dos carros ligados, acabando com a bateria. Demos aquele jeito e fomos embora. Jantamos, e vou te dizer: umas das melhores comidas que já comi até hoje! Sonho todo dia com aquela fartura, muito 10!
Segundo dia, acordamos cedo, tomamos café e fomos para o salto Mlot e São Sebastião. Os saltos ficam um de frente para o outro, o Milot sendo um pouco mais positivo e com menos água do que o São Sebastião. Primeiro fomos para o Mlot, para ver como estava o Sebastião. Tinha muita água, seria 130m dentro da água, na primeira parte pouco positiva, pouco negativa, um pouco antes da metade pro fim todo negativo.

Agora fomos para a cabeça do Salto São Sebastião, rapel montado, e aquela adrenalina! Detalhe: já jogaram o Tirso (eu) de cobaia pra descer primeiro. Meu primeiro rapel na água! Sempre fui familiarizado com a água, mas nunca tinha ficado pendurado embaixo dela… Desceríamos em duas cordas, uma preta estática até o final e uma dinâmica de 60m que acaba no meio da cachoeira, numa laje, para fazer o tramite pra trocar pra estática e ir até o final. Desci o primeiro trecho e já peguei um lance de uns 8m embaixo d’água! Muita água, era difícil até de respirar. Descemos mais um pouco e chegamos à laje,15

foi aí que eu “amarelei em descer primeiro”. O Didi armou a proteção para a corda, e quando eu cheguei na borda, vi 80m para baixo, todo negativo, com muita água. Não pensei duas vezes – não vou primeiro, ainda mais por aqui. E imaginei que se o primeiro lance com 8m já foi “cabreiro”, imagine 80m! Falei com o Didi que estava “cabreiro”, que por sua vez não “botou fé” no que eu disse e foi checar, e acabou voltando com a mesma idéia que a minha (até hoje ele nega que não, mas eu vi que ele também ficou preocupado, ainda mais porque eu falei do primeiro lance com 8m. Imagine então esse com 80m!).

O Didi chamou o Adílio pelo rádio e falou que eu tinha “amarelado”. Em cinco minutos o Adílio já estava na laje. Ele viu a situação e disse: “-É, agora a gente vai ter que descer!”. Conversamos, e o Didi resolveu descer primeiro. Saí da corda preta e fiquei na fita alta, da dinâmica. Foi aquela tensão quando o Didi sumiu no negativo, até ele aparecer lá em baixo. Agora era minha vez, voltei para a corda preta, desci mais um pouco, o Adílio arrumou a proteção para a corda, nos despedimos (“ até lá embaixo maluco!”) e me joguei debaixo da cachoeira. Foi uma das paradas mais alucinantes que eu já fiz na vida! Comecei a balançar a corda até chegar à parede pra me impulsionar para fora da cachoeira, fiz isso até chegar ao final, muita adrenalina, muita mesmo! Lá embaixo cumprimentei o Didi (“já era maluco”). Logo em seguida desceu todo mundo, menos a Katiele e o Lau.

Saímos cedo, fomos até o PEREHOUSKI, o Lau arrumou suas coisas e depois o levamos para a rodoviária.
Eu não fui até a cidade, fiquei no recanto de bobeira, arrumando coisas e curtindo o “visu”. À noite fizemos uma fogueira e demos muitas risadas…

No dia seguinte fomos para a nossa terceira cachoeira, o Salto São João 84m de altura. Primeiro fomos a um mirante ‘bem famoso’ tiramos fotos e olhamos nossa rota de fuga, que seria uns 2 km dentro do rio. Eu não conhecia o local, mas já tinha dado para perceber que alguma coisa não estava normal.

Tilzinho, depois de uma noitada dormindo em sua cama “kingsize”.

Fomos pra cabeceira da cachoeira, e o que eu imaginei não era bobeira! Muita água, sem segurança para andar pelo rio, o que nos impediu de fazer o rapel. Mas deu pra conhecer toda a região e tirar altas fotos.

Como o Adílio sempre diz “ela está lá e só voltar outro dia”. São João até a próxima.

O grupo se dividiu: metade foi à cidade em um carro e a outra foi para o recanto com o outro carro. Dessa vez fui para a cidade, liguei para alguns conhecidos meu que estavam trabalhando (nesse dia não era feriado em Curitiba) para dizer que estava tudo bem. Compramos cerveja, coca-cola para mim (lógico) e voltamos. E mais uma vez ficamos até altas horas da noite acordados.

Em nosso quarto e último dia, resolvemos sair cedo e ir para PG. Como não conseguimos fazer o rapel no São João, fomos para o São Jorge. Lá ficamos o dia inteiro, que foi nossa despedida desse feriado!

Espero voltar para Prudentópolis logo, pois estou com muita saudade de lá.

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