“Ce pode até chegar na base do pico a pé, mas vc vai andar muuuito!!!”. Foi com essa frase q meu amigo de Maringá, Danilo Dassi, jogou um balde de água fria na minha vontade de subir ao Pico Agudo, local do qual soubera através dele mesmo e q despertara bastante minha atenção. O troca-troca de infos já me deixara previamente de sobreaviso dos problemas q teria, pois minha idéia era ir de bus. A dificuldade logística de não dispor de veiculo particular ou qq transporte pra abreviar as enfadonhas estradas de terra à base do pico era compensada pela simples boa vontade e enorme disposição em alcançar o objetivo proposto. E como tinha tempo de sobra esse era apenas um mero detalhe de percurso, a tal caminhada de aproximação seria então apenas um plus aventureiro à trip proposta. Afinal, pra q existem as caronas, não? E seja o q Deus quiser.
Dessa forma, eu e a Laure saímos bem cedo de Londrina – algo de 5:45 - , pela viação Ouro Branco com destino à pacata cidade de Sapopema, distante dali uns 120km. Só não sabíamos q esta curta quilometragem nos tomaria algo de quase 3hrs embalados no mundo dos sonhos, uma vez q o latão é o tradicional “pinga-pinga” ao parar demoradamente por pacatos vilarejos perdidos no interior paranaense q pontilham a PR-090, como Assaí, São Sebastião Moreira, Sta Bárbara e São Jerônimo da Serra. Na paisagem rural recorrente durante td este trecho predominam vastos campos e enormes plantações de soja forrando a horizontalidade da paisagem, de onde destoa raramente um ou outro morrote.
Ao passar pelo ultimo vilarejo já começo a prestar atenção ao nosso local de desembarque, embora já tivesse deixado de sobreaviso o motorista.
Faltando quase 5km antes de chegar à Sapopema, as 9hrs saltamos no asfalto bem na entrada de uma estrada de terra saindo pela direita, mais precisamente a “Estrada do Lambari”. Uma placa anunciava laconicamente faltarem 6km ao Bairro Rural do Lambari, local pelo qual deveríamos obrigatoriamente passar. E a pé caso não conseguíssemos carona, embora nosso destino final ficasse bem além disso, algo de 22km do mais puro desconhecido.
Ajeitamos as cargueiras nos ombros e pusemo-nos a andar devagar e sem pressa alguma, enqto o Astro-Rei despejava seus fortes e calorosos raios daquele inicio de dia através das vastas campinas q nos cercavam. Iniciávamos então a jornada subindo suavemente a encosta de um morro pra descê-lo logo em seguida, lugar de onde já avistávamos a sucessão de vales e serras q deveríamos transpor apenas pra alcançar a base do nosso destino, o qual levantava-se na forma de uma muralha rochosa daquele vasto chapadão, ainda pequenina mtos kms ao fundo, à oeste. Mas não deu nem meia hora de caminhada q conseguimos carona num fusca caindo aos pedaços indo no sentido desejado.
O veiculo já não tinha o banco do passageiro, lugar onde o motorista havia colocado uma enorme bandeja repleta de carnes e onde não tivemos problemas de nos acomodar no banco de trás, mesmo com as cargueiras. O dono do veiculo ia pro Bairro do Lambari (onde tinha um sitio) e nos contou da precariedade da estrada, das plantações e roças de feijão dos locais, dos dias de maior movimento na estrada, q eram segunda e sexta. Ah, e claro, do qto ainda tínhamos de pernada pela frente, tanto q ele ficou ate espantado pela nossa determinação em chegar ao pico à pé.
Saltamos no pacato bairro do Lambari sob o olhar curioso das crianças locais as 9:45, nos despedimos do prestativo tiozinho e demos continuidade à caminhada, sempre acompanhando a estrada principal. O local nada mais é q um punhado de casas, sítios e pequenas chácaras, uma quadra, um barzinho e a sempre tradicional igrejinha espalhadas ao largo da estrada. Não deu nem 5min de pernada e o bairro havia sido deixado pra trás, aonde logo nos vimos diante de uma seqüência de altos sobes-e-desces q serpenteava a morraria sgte. O dia mal havia começado e já havíamos avançado 6kms na carona, razão pela qual estavamos felizes e confiantes na nova possibilidade dessa mesma sorte. E pra ser franco, eu realmente nem contava com ela a principio.
E com este pensamento positivo não deu nem 15min de pernada q conseguimos nova carona, desta vez num sacolejante caminhão q ia buscar materiais num sitio bem adiante. Uhúúúú! , Embarcamos na caçamba e la fomos nos, trepidando na carroceria enqto observávamos atentamente a paisagem q deixávamos do Vale do Lambari, e a nova q se descortinava à nossa frente q correspondia ao Vale do Esperança, cada vez mais proximos da abaulada Serra Chata, montanha q antecedia a Serra dos Agudos, nosso destino final. No caminho, da morraria forrada de verde claro destaca-se a beleza da enorme Fazenda Primor, q lembrava bastante o “Sitio do Pica-Pau Amarelo”.
Desembarcamos quase 5km depois e pusemo-nos a andar o restante q faltava, já desta vez cientes q não teríamos mais carona uma vez q estávamos nos “cafundós do Judas” e a frequência de casas ia diminuindo exponencialmente a medida q avançávamos. O sol matinal estava forte e o terreno era aberto, mas os kms economizados ate então nos davam força suficiente pra caminhar felizmente num ritmo bem acelerado.
As 11hrs chegamos na meia-dúzia de casas dispersas q caracterizam a semi-deserta Comunidade São Luiz, um assentamento (bem mais antigo q o MST!) no qual as moradias dividiam espaço com uma quadra e uma escola à beira da estrada. Localizada quase a 14km do asfalto da PR-090, aqui era o ultimo lugar pra conseguir alguma carona e até onde chega um ônibus de Sapopema em horários bem irregulares. Foi aqui q fizemos um breve pit-stop e tivemos uma conversa com o Dionel, o diretor da escola local q nos convidou até pra almoçar, convite tentador do qual declinamos, pois sabíamos q de barriga cheia nossa jornada terminaria ali. Entre outras coisas, o Dionel nos contou de sua vontade em fomentar o turismo-ecológico (e sustentável) dos belos atrativos da região, q alem do pico detém muitas cachus e rios nos vales próximos. Comentou q dessa forma os poucos moradores, q praticam cultivo de subsistência, teriam outra fonte de renda e q ele colocava poderia disponibilizar a infra necessária pra acolher este turismo insipiente.
Prosseguimos então nossa jornada pela estrada principal, cada vez pior em virtude da lama, terra e cascalho, e portanto sabendo q a possibilidade de adiantar caminho mediante carona era nula. Afinal, quem viria circular por aqui, literalmente onde o “Judas perdeu as botas”? Nos finais de semana pelo menos havia jipeiros q desafiavam aquela estrada, mas naquela manha de quinta-feira isso seria bem improvável.
Pois bem, atravessamos o Rio Esperança e começamos a cruzar um gde reflorestamento de eucaliptos e pinnus em meio a sua refrescante e bem-vinda sombra. Uma placa ao lado de uma porteira anunciava estarmos numa “Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda Inho-ó”, ou seja, uma unidade de conservação paranaense.
E 30m após a porteira tomamos uma trilha q saia discretamente pela esquerda e cruzava boa parte do reflorestamento ate cair novamente na estrada bem mais adiante, numa espécie de atalho q nos poupou bons kms. Eram as 11:40 e já estávamos ligeiramente cansados, motivo q nos acomodamos na sombra do gramado as margens da estrada e mandamos ver um rápido lanche, com direito a um delicioso bolo salgado e suco, cortesia da Laure. Dureza era manter afastadas as inconvenientes mutucas q faziam questão de nos morder a qq desatenção nossa.
Após o meio-dia demos continuidade à caminhada através de uma estrada lamacenta, ainda rasgando o interior daquele gigantesco reflorestamento de pinnus. Estavamos no alto da Serra do Gato e agora descíamos suavemente o morro ate q enfim emergimos no aberto e, com muito sufoco, dá-se inicio uma subida íngreme com o forte sol do meio-dia na cara, trecho q tanto eu como a Laure fizemos no compasso de uma tartaruga-manca. Mas nossas preces pó refresco foram atendidas ao cair rapidamente uma breve pancada de chuva q nos ensopou da cabeça aos pés, mas nunca uma água foi tão bem recebida como aquela!
Uma vez no alto do morrote pudemos ver claramente uma rústica fazendinha aos pés da Serra Chata, cuja pedra homônima destoava lateralmente na forma de um imponente paredão vertical. Atrás desta víamos claramente nosso destino, a Serra dos Agudos, elevando-se elegantemente sobre o chapadão ao lado de uma curva do Rio Tibagi. Por sua vez, olhando por sobre o ombro avistamos td trajeto percorrido ate então, desde o enorme morro reflorestado de pinnus aos tetos reluzentes do assentamento São Luiz, atrás deste primeiro. Descemos então à fazendinha onde pedimos algumas infos ao Ayrton, o senhor q se encontrava na casa mais humilde e – em meio a mtos porcos , – nos disse q os carros só vão até ali e q dali eram ainda quase 4km à base do pico, atrás da Serra Chata.
Sendo as 13:40, cruzamos então por uma tapeira, um curral, uma mangueira e após bordejar um pequeno açude caímos novamente na continuidade da estrada, agora mto mais estreita e bastante piorada. Realmente, a partir daqui so com um bom tração 4×4 dadas as péssimas condições da dita cuja! Subimos tropegamente um morrote no aberto q nada mais é a base da Serra Chata, pra então bordejá-la em nível, agora felizmente envoltos no frescor de uma bem-vinda floresta de encosta.
Contornada a Serra Chata emergimos novamente no aberto, do outro lado, e após varias porteiras e algumas bifurcações obvias, vamos descendo finalmente à base da Serra dos Agudos, agora bem à nossa frente. Observando-a bem, a imponente Serra dos Agudos aqui lembra um misto de Pedra do Baú (SB do Sapucai) com Morro do Pai Inácio (Chap. Diamantina), uma enorme corcova rochosa abaulada com uma quebradinha no seu extremo sul. A estradinha então nos leva em pouco tempo à rústica casa do Sr Livercindo, do qual não vimos sinal a não ser algumas roupas penduradas no varal, trocentos porcos e galinhas, alem de um monte de esquálidos cães latindo na nossa direção.
Pois bem, eram exatamente as 15hrs e o calor estava de rachar, razão q deixei a Laure descansandona sombra de um arbusto e fui procurar a trilha certa q sobe ao pico. Zanzei durante meia hora as alternativas, ora pelo flanco norte e sul do morro, e nada satisfatório pois as informações q havia conseguido ate então eram bem desencontradas. Por sorte, topei com um trio a cavalo (q pasmou ao saber q vínhamos a pé, do asfalto!) q me deu as dicas certas e dali não teve erro. Uffa!
Pois bem, da casa do Livercindo tem q cruzar uma porteira indo no sentido do pico, e dali subir uma crista ascendente obvia através de um carreiro bem nítido. No final, após nova porteira damos num coxo ao sopé de uma floresta no pé do morro, as 15:30hrs. Aqui deve-se procurar o rabicho de uma picada subindo e dali não tem mais erro. Começa uma subida de morro no frescor da mata q cruza com uma bica no caminho. Esta bica é o ultimo pto pra se abastecer de água e como havia risco dela estar seca já havíamos enchido td nosso suprimento numa mangueira na casa do Livercindo.
Mas não demorou a emergir da refrescante mata pra subir no aberto em meio ao alto capinzal, sempre acompanhando uma cerca de arame à nossa direita.
Por sua vez, a ascensão foi vagarosa não somente pelo calor sufocante daquela tarde e sim devido ao capinzal se interpondo no meio da trilha, capinzal tipico q o pessoal daqui chama de “colonhão”! O mesmo é uma mistura de capim-navalha, capim-gordura, urtiga e samambaia, ou seja… um inferno! Pior q ele alem de enorme cobria td a trilha fazendo com q tivéssemos q literalmente “nadar no mato” pra avançar no caminho, e onde não se saia incólume de arranhões, cortes ou furos de espinhos! Pra piorar a subida havia outro detalhe q era unanimidade entre as infos coletadas: a regiao era infestada de cascaveis e jararacas, motivo pelo qual ia tateando o terreno á nossa frente sempre com um pedaço de madeira, por precaução!
Após ganhar altitude rapidamente, adentramos novamente num trecho de florestinha, sempre bordejando a cerca de arame ao nosso lado, mas não demorou a emergir novamente no aberto, desta vez com o dobro (em tamanho e qtdade) de “capim-colonião” na nossa frente! Nunca senti tanta vontade de ter um facão como naquela ocasião..paciência! E la fui eu abrindo caminho no braço, lentamente, ganhando td sorte de arranhões pelo corpo! Mas a medida q subíamos por sorte o tamanho do capim ia diminuíndo, no entanto com o trajeto cada vez mais íngreme a ascensão ganhou uma forma já bem conhecida: escalaminhada!
E tome escalaminhada hard, pois como o terreno era de arenito os ptos de apoio eram escassos, ou seja, havia q escalar um chão de terra q se esfarelava por qq coisa enqto nos firmávamos bem forte no capim em volta ou nas raras pedras do trajeto! Na verdade este é um trecho punk porem breve, mas q nos tomou um tempo considerável em virtude das pesadas cargueiras, principalmente pra Laure, q penava a cada degrau conquistado!
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Mas aos trancos e barrancos fomos vencendo as sucessivas pirambeiras ate q o terreno arrefece e passa a bordejar a base das primeiras gdes muralhas rochosas. Passada a “Pedra do Pato Donald” e da “Pedra Broa”, , vem um ultimo trecho de escalaminhada íngreme onde pudemos observar grampos e chapeletas no final, provavelmente pra auxiliar na subida com rapel. Nessas horas dei graças a Deus por não estar chovendo pq ai sim q o bicho ia pegar! Em contrapartida fazia um calor dos infernos q se assemelhava a um “bafo quente” na cara, e isso naquelas circunstancias tb era bem desgastante! Mas após passar por uma inscrição bem sugestiva (“Pedra da Desistência – Renda-se!”) o terreno suaviza definitivamente anunciando o tão almejado cume.
Chegamos no topo de 1224m da Serra dos Agudos a exatas 18hrs e tanto a Laure qto eu desmaiamos na precária (e única) sombra de um mirrado arbusto. O calor infernal era turbinado pela ausência total de qq tipo de brisa, razão pela qual tomamos água ate não poder mais, afinal havia q hidratar bem o corpo nessas condições. Refeitos, fomos dar uma geral no longo e estreito cume do P.A (nome como é carinhosamente chamado o Pico Agudo), dominado basicamente de pequenos arbustos, mas principalmente de bromélias, rainhas do abismo e espinhentos gravatás, uma bromélia endêmica de regiões áridas.
Cascavéis e jararacas? Felizmente nenhuma! E o visual lá de cima realmente é espetacular e compensou td ralação ate então: à leste observa-se tanto a Serra Chata como o Vale do Rio Esperança, onde as linhas e fendas dos paredões de rocha sedimentar denunciam eras geológicas passadas, à oeste temos uma vista privilegiada do Rio Tibagi percorrendo o cânion mais profundo do PR, com incríveis 650m de profundidade! Nesse impressionante desfiladeiro de arenito observamos a famosa “Corredeira do Inferno”, no Rio Tibagi, temido obstáculo q os bandeirantes e jesuítas enfrentaram no século passado. E a visão se completa com o enorme Chapadão do Tibagi, ou seja, o gigantesco contraforte de quase 6km de extensão q corresponde à Serra Grande, palco de uma futura e vindoura travessia de crista..pq não?
No extremo sul da estreita crista temos uma vista espetacular da Torre Menor, a enorme muralha desgarrada do maciço principal. Aqui tb encontramos um livro de cume, deixado pelo pessoal do CPNP (Clube de Montanha Norte Paranaense), com assinaturas de gente do pais td, por incrível q pareça! Após deixar nossa marca no livro, montamos acampamento na única clareira decente q pode comportar duas barracas apertadamente. Em suma, lugar pra bivaque tem de monte, mas de conforto duvidoso. O topo é bem exposto, mas como não havia sinal algum de chuva nem de vento não nos preocupamos muito. O resto da tarde descansamos merecidamente, estatelados numa cômoda lajota à sombra de um arbusto, embora um tipo de borrachudo insistisse em encher nossa paciência.
Não tardou pra enorme pirâmide de sombra do Agudo cair sobre a Serra Chata, anunciando um iminente e belo pôr-do-sol q iria tingir o firmamento dos mais incríveis tons de escarlate. Foi a hora em q pusemos o fogareiro pra ronronar e nos brindar com uma janta q nunca foi tão deliciosa como naquele momento. Qdo a noite finalmente abraçou o Agudo coalhando o céu de estrelas, as únicas luzes artificiais maculando o negrume eram mesmo as de Sapopema, à sudeste, e de Londrina, bem distantes à noroeste. Exaustos, nos recolhemos à nossos sacos-de-dormir antes das 21hrs. A noite fora agradavelmente fresca, embalada no único som rompendo o silencio predominante, q era justamente das furiosas corredeiras do Tibagi. E apesar do desconforto q sentia em virtude da mistura de calor e suor q geravam tanto coceira qto ardor pelos ralados do corpo, consegui dormir q é uma beleza por td noite, apenas saindo durante a madrugada pra “regar a moita” numa ocasião.
A sexta-feira amanheceu envolta numa camada de nuvens baixas q se dispersariam assim q o Sol surgiu à leste. Sem pressa, levantamos lá pelas 6:30 de modo a aproveitar ao máximo o frescor matinal na volta. Arrumamos nossas tralhas ao mesmo tempo em q engolíamos nosso desjejum, pra na seqüência nos despedirmos do cume e darmos inicio à descida do pico propriamente, as 7:40. Por incrível q pareça, a descida foi mais rápida q nossa penosa ascensão. Ate os trechos verticais foram feitos com mais rapidez e agilidade, quiçá pq estávamos bem mais dispostos e refeitos pela ótima noite de sono.
Dessa forma, após a via-sacra da (de) escalaminhada, voçorocas de capim-colonião e agradável florestinha, emergimos no começo da trilha do coxo pra cair, enfim, na casa do Livercino, as 9:45. A partir dali demos adeus à Serra dos Agudos pra retomar o penoso e tortuoso caminho de volta, agora uma subida considerável q foi feita lentamente e com muitas paradas no caminho, principalmente pra descansar à sombra. Assim, as 11hrs chegamos na Fazenda do Ayrton e, sob o forte sol do meio-dia e mtas paradas no gigantesco reflorestamento de pinnus, chegamos na Comunidade São Luiz as 12:40.
Pois bem, estávamos mto cansados e resolutos q daqui teríamos q conseguir alguma carona e frete pq prosseguir a pé..sem chance! Mas felizmente dois garotos de moto, o Fernando e Edinaldo, toparam nos levar ate o asfalto pela merreca de R$10 cada um. Ainda bem! Descobrimos q daqui é possível conseguir carona (de horário irregular) ou pegar um bus (final de dia) mas é mto mais facil descolar frete de moto pois boa parte dos moradores tem uma. E há bastante transito entre o Lambari e a Comunidade São Luiz. Basta combinar ou deixar agilizado com alguém da São Luiz pelo orelhão local (043-3548-1276) já q ali não pega sinal de celular.
Garantido nosso transporte, iniciamos o emocionante retorno na garupa dos jovens, q rasgaram a morraria com pé-na-tábua! Ao passar pelo Bairro do Lambari tivemos uma breve parada pra bebemorar no Bar do Edu, alem de trocar nossas vestes sujas e suadas. Enfim, os rapazes nos deixaram no asfalto da PR-090 lá pelas 15hrs após mto sacolejo de moto. Nos despedimos deles e aguardamos nosso busão no ponto, espera q pareceu interminável. As 16:30 finalmente embarcamos no busão vindo de “Sapop´s”, nome pela qual Sapopema é carinhosamente chamada, pra depois de muito “pinga-pinga” embalado nos sonhos chegarmos na rodoviária de Londrina, as19hrs. Pra variar, sob um calor dos infernos.
Na ocasião tivemos conhecimento q parte da Serra dos Agudos foi recém-adquirida por um gde fazendeiro de Londrina q está cercando aos poucos a região. Resta saber se o acesso ao pico será restrito ou não. Tomara q não. Até lá é bom aproveitar mais esta boa opção de perrengue de garbo pelo norte paranaense, q aponta pra diversas possibilidades de pernadas e travessias tanto pelos Agudos como pela imponente Serra Grande ou ate mesmo pelo Chapadão do Tibagi.
Dessa forma e apesar de sua altitude não ser assim tão significativa qto os ilustres Marumbi e PP, o Pico Agudo vem se firmando tb como roteiro pauleira pra aventureiro nenhum botar defeito. Cascaveis, jararacas, capim-colonhão, vara-mato, escalaminhadas, etc. Preço mais q justo pra ter o privilegio de visus ate então estavam reservados apenas aos pioneiros sertanistas e aos indígenas q habitavam a regiao. E não é a toa q o P.A é chamado de “Templo do Montanhismo Norte Paranaense”. E com razão.
Jorge Soto
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