O prazo mínimo para a reabertura do Caminho do Itupava venceu no dia 4 de Julho. O famoso caminho colonial que atravessa a Serra do Mar foi interditado para recuperação depois que as fortes chuvas de Março derrubaram cerca de 26 árvores ao longo do percurso de 16 Quilômetros.
De acordo com Tarcísio Mossato Pinto, presidente do Instituto Ambiental do Paraná, o órgão ambiental que administra as Unidades de Conservação Estaduais, a interdição foi necessária devido os grandes riscos de acidentes, assim como à dificuldade da caminhada e a possibilidade de os visitantes se perderem na Serra do Mar.
Frequentadores do caminho, no entanto, afirmam que boa parte das árvores contabilizadas pelo IAP já estavam caídas antes do desastre de Março deste ano e que este evento catastrófico levou à queda de menos da metade das árvores contabilizadas. Eles reclamam da lentidão no processo de recuperação do caminho e temem que ele não fique pronto antes do final da temporada, que finaliza ao término do inverno.
Importância histórica e Turística
O Caminho do Itupava é uma trilha histórica aberta para ligar Curitiba a Morretes no estado do Paraná, Brasil, entre 1625 e 1654 por índios e mineradores e calçado com pedras por escravos. Durante mais de três séculos os caminhos coloniais foram a única passagem da costa para o planalto, dando posteriormente origem às rodovias e ferrovia, que possibilitaram o desenvolvimento do Estado do Paraná. Deu origem ao traçado da estrada de ferro.
Originário de antigas trilhas indígenas, o Caminho do Itupava foi uma das principais vias de comunicação entre o Primeiro Planalto paranaense e a Planície Litorânea desde o século XVII, até a conclusão da Estrada da Graciosa, em 1873 e a efetivação da Estrada de Ferro, Curitiba – Paranaguá em 1885, quando foi abandonado. No entanto, propiciou a ocupação e colonização dos Campos de Curitiba onde, durante dois séculos, contribuiu para o desenvolvimento sócio-econômico das regiões que interligava.
Hoje o Caminho do Itupava é um monumental sítio arqueológico que testemunha um precioso patrimônio cultural e natural, principalmente no trecho calçado, em plena Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) na Serra do Mar, trecho que está em relativo estado de conservação. O Itupava é um caminho de belezas naturais e históricas, cruzando rios, cercado de vales verdes e montanhas. O caminho foi restaurado com o financiamento do Banco Alemão KfW Entwicklungsbank em 2007.