Ilhas são situações especiais, onde a evolução pode seguir por caminhos diferentes. Por exemplo, a chamada regra da ilha diz curiosamente que, nestes nichos, espécies grandes podem tender ao nanismo e pequenas, ao gigantismo. Devido a seu menor tamanho, as ilhas são também territórios de ecologia mais vulnerável e mais expostos à predação humana. Seriam como locais de ensaio em modelo reduzido das extinções continentais.
São todas formações vulcânicas, embora as duas primeiras tenham cerca de 10 milhões de anos e a última, apenas 3 milhões. Muitas das aves que habitavam essas ilhas perderam a capacidade de voar. Isto significa que as espécies existentes em Reunião não devem ter sido colonizadas a partir das demais ilhas. Estas espécies têm origem afro-asiática, tendo migrado para as ilhas durante os mares baixos do Pleistoceno (a partir de 2 milhões de anos atrás), quando elas estavam menos isoladas – note que o planalto marinho não é profundo, devendo ter ficado então grandemente emerso.
A Galinhola Vermelha de Maurício era uma bela ave pernalta, com plumas macias castanho-avermelhadas e curtas asas que não lhe permitiam voar. Embora ágil, era atraída por panos vermelhos e rapidamente pega. Seus gritos atraíam suas irmãs, que eram facilmente capturadas. Sua carne deliciosa era semelhante à do porco. A última galinhola provavelmente viveu no zoo do Imperador germânico Rodolfo II.
O Íbis Terrestre de Reunião tinha uma conformação elegante e robusta, de plumagem branca, cinza e amarela, com reduzida capacidade de voo. Como era uma ave terrestre, a presença de colonos confinou-a aos altos das montanhas. Era um animal solitário e dócil, perseguido por ratos e gatos e capturado pelos humanos por sua carne saborosa. Provavelmente dois dos últimos indivíduos foram pegos pelos franceses para levá-los ao seu Rei, mas morreram de melancolia, tendo-se recusado a comer ou beber.
De todas as espécies de psitacídeos (papagaios e periquitos) das Ilhas Mascarenhas, só uma sobreviveu – o Periquito de Maurício, aliás de aspecto um tanto comum. O Periquito de Rodrigues possuía uma rara coloração azul acinzentada, com um interessante colar preto no pescoço. Manso e inteligente, sobreviveu até depois da metade do século XIX. A ilha já tinha então sido desmatada, o que mostra ter sido menos vulnerável que as demais aves.
Já o Papagaio das Mascarenhas, com sua especial máscara facial preta e sua plumagem cinza ou marrom, desapareceu mais cedo, talvez devido à sua carne apetitosa. O Papagaio Cinzento de Maurício era pequeno, manso, saboroso e lento em voar, sendo extinto em meados do século XVIII. O Papagaio de Bico Largo era chamado de corvo indiano devido a seu temperamento forte. Forte e colorido, foi eliminado ainda mais cedo, pelo corte das palmeiras que o alimentavam e pela pouca habilidade em voar.