Um sul-africano que tentou escalar o Everest sem autorização oficial foi obrigado a abandonar sua aventura a pedido das autoridades nepalesas e terá que pagar uma multa de US$ 22 mil, anunciou uma fonte do governo.
Ryan Sean Davy, 43 anos, conseguiu, de acordo com sua própria versão, chegar ao Campo 2 (a 6.400 metros de altura), antes da descoberta de sua tentativa.
Os estrangeiros que desejam escalar o Everest (8.848 metros) precisam pagar uma permissão que custa US$ 11 mil. A medida serve para o Nepal, um dos países mais pobres do mundo, controlar o número de visitas e obter uma renda. No entanto estas permissões são compradas pelas agências e elas adicionam serviços extras, como barraca refeitório, cordas fixas, guias e carregadores. Uma das mais baratas expedições na montanha custam por volta de US$35mil!
O sul-africano não pagou a permissão, nem mesmo uma agência e tentava escalar em segredo, evitando as demais expedições.
"Eu o vi perto do campo base, me aproximei e ele fugiu", explicou à AFP Gyanendra Shresth, funcionário do governo no campo base do Everest.
"Eu o segui com um amigo e o encontrei escondido em uma greta próxima (…) Havia instalado sua barraca em um local isolado para evitar as responsabilidades do governo", completou.
As autoridades confiscaram o passaporte de Davy, que corre o risco de ser impedido de entrar no país durante cinco anos ou a uma proibição de praticar o alpinismo durante 10 anos.
Brasileiro fez o mesmo a década de 1990
Na década de 1990 o médico e aventureiro paulista Sérgio Beck foi flagrado e expulso do Everest tentando escalar a montanha sem pagar a permissão. Beck é um grande pioneiro do montanhismo de altitude em nosso país e foi o primeiro brasileiro a escalar um 8 mil, quando em 1988 escalou o Cho Oyo.