O Salto São Jorge foi um dos primeiros points de escalada em arenito no estado do Paraná. Suas vias são reconhecidas pela qualidade e dificuldade, com paredes verticais a negativas e muitos tetos, tudo isso tendo como pano de fundo a belíssima cachoeira de nome homônimo.
Apesar das vias de qualidade e importância histórica, as escaladas no São Jorge ficaram em segundo plano com a abertura de outros setores de escalada esportiva de excelente qualidade, como o setor Macarrão, já conhecido e reconhecido internacionalmente pela quantidade e qualidade de vias.
Com a publicação do livro “As 50 vias clássicas do Brasil” por Cíntia e Flávio Daflon em 2017 e a inserção da via “Dali pra cima”, o São Jorge voltou a ser lembrado e a via que trouxe o nome do point de volta em voga foi a primeira a ser reformada através do esforço de William Lacerda, escalador local de renome com grandes laços com o Salto São Jorge, onde ele começou a escalar há mais de 20 anos atrás.
Lacerda percebeu que diversas vias clássicas, com mais de 25 anos da conquista, nunca haviam sofrido manutenção. Todas estas vias apresentavam proteções fixas originais, feitas em grampo 8 e outras com cantoneiras de alumínio com olhar pequeno.
Com o apoio da Bonier, fabricante de chapeletas de Curitiba e da Loja AltaMontanha, que forneceu os parabolts, William regrampeou 8 vias do Platô, onde estão as escaladas mais clássicas do local. São elas: Fissura da Jararaca, Porta Retratos, Pega Formigas, Adeus Orquídea, Velho Vagabundo, Domingo no Parque, Voyage e Legalize já.
Com a iniciativa, outros conquistadores de vias já estão se mobilizando para regrampear outras vias clássicas com proteções antigas e modernizá-las.
Melhoria da estrutura
Outra novidade é que o São Jorge está passando por uma remodelação de sua estrutura. O antigo restaurante feito de madeira será destruído e uma nova lanchonete foi construída a uma distância maior do rio. Os banheiros e o camping também foram remodelados.
A reforma da estrutura turística do Salto São Jorge seguiu uma recomendação do IAP, o Instituto Ambiental do Paraná para recuperação ambiental da área. Além de preservar o curso d’água, todas as espécies de árvores exóticas da propriedade foram eliminadas.