As montanhas mais altas do mundo sempre despertaram o interesse dos desbravadores e montanhistas. Os 14 cumes de oito mil foram conquistados e tiveram diversas repetições desde 1950, ano em que Maurice Herzog e Louis Lachenal chegaram ao topo do Annapurna, o primeiro oito mil escalado. Entretanto também há montanhas com menos altitude, que são tão difíceis quantos as gigantes do mundo. Uma delas é o K6 ou Pico Baltistan, localizado no Paquistão.
Como as fronteiras do Nepal e Tibete permanecem fechadas devido ao Coronavírus, os escaladores de alta montanha buscaram projetos alternativos para realizar nesse ano. Entre eles estava os escaladores americanos Jeff Wright, Priti Wright e Colin Haley que optaram por escalar no Paquistão.
Assim eles decidiram ir para K6 e realizar uma ambiciosa travessia ligando cume Oeste (7.040 m) ao cume Central (7.100 m) e por fim chegar ao cume principal (7.282 m). Haley precisou descer antes devido a problemas de saúde, todavia os Wrights continuaram e chegaram ao cume do K6 Central, que nunca havia sido escalado antes. Infelizmente, o clima frio e a neve acumulada dificultou e atrasou os planos dos dois escaladores, e eles decidiram descer sem finalizar a travessia.
Uma montanha emblemática
Para se ter uma ideia do tamanho do feito dos Wrights, mesmo sem eles terem chegado ao cume principal, é importante saber o quanto o K6 é muito pouco escalado. O cume principal do K6 só foi atingido uma vez na história, em 1970, pelos austríacos Eduard Koblmüller, Gerhard Habert, Christian von der Hecken e Gerd Pressl. Houve algumas outras tentativas, porém ninguém conseguiu chegar lá novamente.
Todavia, apenas três outras cordadas tiveram sucesso nas empreitadas ao K6. Os canadenses Raphael Slawinski e Ian Welsted chegaram ao cume Oeste em 2015. Esse feito foi repetido por uma equipe japonesa no mesmo ano.
Agora, os Wrights se tornam a terceira equipe a chegar ao cume K6 Oeste e primeira dupla a pisar no cume K6 Central. O cume principal ainda segue aguardando a repetição da sua conquista.