Dois montanhistas denunciaram através de um vídeo no YouTube o vandalismo do refúgio de Berlim, uma construção que está localizada a 5900 metros de altitude na rota normal do Aconcágua.
Juan Herrera e Francisco Cordón, ambos guias de montanha, subiram o vídeo denunciando o vandalismo na plataforma de streaming YouTube e mostraram o estado em que encontra o refúgio: uma de suas paredes arrancadas e seus restos espalhados no chão.
Ambos os montanhistas ressaltaram que os danos não foram devidos à ação de avalanches ou vento, mas à ação de vandalismo. “Encontramos isto, após 25 ou 30 anos de trabalho, um refúgio que é tão caro a toda a comunidade montanhista. Aqui não há dano à estrutura devido a uma avalanche, não há neve, não há nada”, disse Cordón ao levar sua câmera pelo local e mostrar a estrutura de madeira destruída.
A alguns centímetros de distância, Herrera estava verificando a área e deu seu diagnóstico: “Aqui, aparentemente, esta parte foi alavancada para quebrá-la. Estamos vendo pessoas fazendo vandalismo, deixando a segurança de lado, quando em alguns casos é uma questão de vida ou morte. Pelo que estamos vendo e por nossa experiência, é vandalismo”.
O abrigo de Berlim é uma estrutura triangular de madeira localizada a 5.900 metros acima do nível do mar. O abrigo é usado para proteger os alpinistas das intempéries. Da região onde ele está situado é comum partirem as expedições que vão até o cume. Atualmente a região de entorno é usada como acampamento.
“O Berlim era um dos abrigos mais bem armados. É um lugar histórico, é uma grande dor”, disse Cordón nas imagens. Depois, em diálogo com Guardaparques, ele deu mais detalhes da cena que encontraram quando andavam na rota de subida: “Estamos um pouco indignados, quando chegamos aqui no refúgio de Berlim, a parte de trás está destruída, está quebrada”. A suspeita é que eles estão desmontando para incendiá-lo”.
Seu interlocutor respondeu: “Não estava na melhor forma da última vez que lá fui, mas nunca foi assim, rasgado como você está me dizendo agora”.
A principal hipótese apresentada pelos dois guias sobre o que aconteceu é que a madeira de Berlim está sendo levada para outro refúgio para ser usada como lenha: “Sem dúvida, vamos dar a conhecer isto ao povo da Alemanha, que contribuiu e colaborou com dinheiro para poder construir e disponibilizar o refúgio a todos. Deixamos isso como um precedente para que estas coisas não voltem a acontecer, o Aconcágua não pode ser esquecido, ele tem história”, comentou Cordón.
:: VEJA MAIS NOTÍCIAS SOBRE O ACONCÁGUA