A espanhola Beatriz Flamini de 50 anos de idade passou 500 dias em uma caverna em Andaluzia para testar a autossuficiência. O objetivo dela era descobrir como o seu corpo e sua mente reagiria a uma experiência de extrema solidão.
A atleta e também montanhista teve o acompanhamento de cientistas de pelo menos três universidades espanholas. No entanto, toda a comunicação entre ela e as pessoas de fora da caverna foi feita apenas por mensagens de texto. Além disso, o combinado era que ninguém passasse nenhuma informação de fora para ela, nem mesmo se alguém próximo da atleta houvesse morrido.
Uma experiência consigo mesma
Durante o tempo na caverna, Beatriz tinha apenas a luz de lanternas. Para ocupar a mente ela tricotava, escrevia ou lia. Durante o período ela leu 60 livros.
Ao sair da caverna, ela contou que logo no inicio, por volta do 65º dia, ela já havia perdido a noção de tempo e que não costumava falar em voz alta nem com ela mesmo. Um dos maiores desafios foi enfrentar o ataque de moscas e ter uma imensa vontade de comer frango assado com batata frita. A comida era levada por uma equipe de apoio que deixava em um local da caverna e posteriormente ela retirava.
“É verdade que houve alguns momentos difíceis, mas também houve alguns momentos muito bonitos, e eu tive os dois porque cumpri meu compromisso de viver em uma caverna por 500 dias”, pontuou.
Por volta do 300º dia uma falha no roteador que ela usava para se comunicar em caso de emergência fez com que ela precisasse sair. Enquanto esperava o problema ser resolvido para poder voltar para caverna, ela ficou isolada em uma barraca sem comunicação com ninguém.
Na última sexta-feira, 14/04, a atleta saiu da caverna definitivamente. Ela apresentava sinais de desequilíbrio, possivelmente causados pelo excesso do uso dos sentidos. Para proteger os olhos da claridade ela usava óculos de sol e não conseguiu falar muito.