Kristin Harila completa 9 cumes em 46 dias mas gera polêmica pelo seu “estilo” de escalada

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A norueguesa, Kristin Harila, está indo de vento em popa em seu projeto de escalar as 14 montanhas acima de 8 mil metros do mundo. No dia 10/06 ela e sua equipe de Sherpas chegaram ao cume da nona montanha, o Manaslu com 8.163 metros de altitude . Agora falta apenas as cinco montanhas com mais de 8 mil metros localizadas no Paquistão para a montanhista completar o projeto.

Kristin Harila e sua equipe no Manaslu

A montanhista estava acompanhada por Tenjin ‘Lama’ Sherpa, Pasang Nurbu Sherpa, Chhangba Sherpa, Kaji Sherpa, Nima Dorchi Sherpa e Sonam Tashi Sherpa. Essa foi a sua segunda tentativa de escalar essa montanha nessa temporada. Em abril, ela já havia tentado chegar ao cume, mas foi impedida por nevascas violentas na época.

A escalada, considerada tardia nessa época do ano, só foi possível, pois as monções de verão ainda não chegaram na região do Manaslu. Assim, Kristin e toda a sua equipe se mobilizaram para escalar essa montanha o mais rápido possível.  No dia 05/06 ela chegou ao cume do Annapurna e no dia 08/06 já estava no acampamento 1. Após um breve descanso ela e a equipe iniciaram o ataque ao cume no dia 09/06, aonde chegaram às 3h30min.

Uma escalada ultra rápida

Para que isso fosse possível eles usaram helicópteros para chegar até a base. Além disso, o que tem gerado ainda mais polêmica é o uso de helicópteros para levar os equipamentos e Sherpas até os acampamentos mais altos. Isso possibilita que a rota seja fixada com mais agilidade. Mingma G Sherpa que trabalha com a Imagine Nepal compartilhou com a jornalista Angela Benavides o que presenciou no Annapurna e no Manaslu.

“Este vídeo é de ontem. O helicóptero está lançando corda, oxigênio e sherpas no Acampamento 2 em Manaslu. Eles [sherpas]abrirão a rota do acampamento 2 ao acampamento 1. Um novo modelo de escalada está se desenvolvendo no Nepal. Foi exatamente [o mesmo]em Annapurna também. [Sherpas] caiu no acampamento 3 e abriu para baixo. Fiquei surpreso ao ler a notícia da [equipe de Harila]escalando do acampamento base para o acampamento 3 em um empurrão no Annapurna. Conheço a neve e a rota”, disse Mingma.

Em suas redes sociais Mingma tabém fez o alerta. “Acontecendo em Manaslu agora. Um novo modelo de escalada está se desenvolvendo no Nepal. Nenhum recorde de escalada é puro agora. Não ficarei surpreso se algumas pessoas chegarem ao cume de Manaslu amanhã ou no dia seguinte, escalar é mais fácil voando de helicóptero para os acampamentos 1, 2 e 3. Descer é mais fácil do que subir. Boa técnica. Isso também está arruinando o nome histórico e a fama dos sherpas”, escreveu.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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