Vento congelante pode ter matado os três argentinos no Marmolejo

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Após os corpos dos três montanhistas desaparecidos no Marmolejo serem encontrados na última segunda-feira, 04/12, surgiu diversas hipóteses sobre a causa das mortes. Segundo as investigações preliminares feitas no local na última quarta-feira, a causa mais provável é que eles teriam morrido de frio por conta de um vento congelante, conhecido como “Chicote do Diabo”.

Última imagem conhecida antes da morte dos três montanhistas (Ignacio Nacho Lucero, de vermelho no centro, Raúl Espir e Sergio Berardo à esquerda).

A posição e forma que corpos de Ignacio Nacho Lucero, Raúl Espir e Sergio Berardo foram recuperados reafirma essa hipótese.  Eles estavam esticados, como se tivessem tentado escapar de alguma coisa. A esposa de Lucero, María Fernanda Martínez, contou ainda que ele estava sorrindo. “Ele preferiu morrer nas montanhas a morrer num hospital ou em qualquer outro lugar”, disse ela.

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Segundo o meteorologista, Maximiliano Viale, eles teriam enfrentado uma temperatura extrema e uma rajada de vento que os congelou quase que imediatamente quando retornavam do cume.  “As condições prevalecentes pelas quais os montanhistas passaram foram muito extremas. Com temperaturas de -17,2°C e ventos de 74km/h, a sensação térmica teria atingido -34°C , enquanto o congelamento repentino teria durado apenas 11 minutos”, explicou Viale.

“As observações meteorológicas apoiam a hipótese de que os montanhistas muito provavelmente não conseguiriam suportar estas condições extremas, operando possivelmente com fadiga extrema ou mal de montanha agudo. As temporadas nessa região, podem ser semelhantes às situações normais ou típicas no topo do Everest no verão boreal. O que destaca o quão importante ou vital pode ser o planejamento prévio: ‘A expedição terá uma boa previsão do tempo?’ Normalmente as expedições em nossa região ou ao Monte Aconcágua não levam os mesmos equipamentos e roupas que para o Monte Everest”, completou.

A hipótese deles terem morrido por conta de uma descarga elétrica também foi descartada pelo meteorologista e exames nos corpos também não apontaram queimaduras na pele. No entanto, o Serviço Médico Legal Chileno ainda deverá realizar uma autópsia mais detalhada antes da repatriação dos três argentinos.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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