Temporada no K2 é marcada por sequência de resgates

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A temporada de escalada no K2 segue com um grande número de resgates. A evacuação dos renomados alpinistas japoneses Kazuya Hiraide e Kenro Nakajima, bem como a retirada do corpo de Muhammad Hassan, ainda estão em andamento. No entanto, outros seis montanhistas já foram resgatados com vida nos últimos dias.

Primeiras vistas do grandioso K2.

Os japoneses Hiraide e Nakajima sofreram um acidente a cerca de 7500 metros, em 27/07, enquanto tentavam escalar a montanha em estilo alpino. Ou seja, escalando rápido e carregando o mínimo de equipamentos possíveis. Um helicóptero sobrevoou a região e seus operadores localizaram os dois montanhistas. Porém, a aeronave não conseguiu pousar, e a equipe do helicóptero relatou “nenhum movimento” nas vítimas. No entanto, a morte de ambos não foi declarada oficialmente. A Ishii Sports, empresa contratada pelos dois montanhistas, está organizando uma equipe de busca terrestre para acessá-los.

Caso o helicóptero tivesse conseguido evacuar os dois montanhistas japoneses, eles seriam a sétima e oitava pessoa resgatadas no K2 em menos de uma semana. Em 28/07, o Exército Paquistanês evacuou um montanhista dos Estados Unidos, um do Chile, um da Macedônia e um do Nepal do Acampamento Base do K2. Eles apresentavam sintomas do Mal de Altitude e foram levados ao hospital em Skardu.

Já no início da semana passada, um montanhista de Cingapura, um holandês e um equatoriano também foram resgatados. De acordo com informações, o montanhista da Holanda sofreu uma queda e precisou ser evacuado. A equatoriana sofreu uma fratura no braço, e o montanhista de Cingapura estava com sintomas de uma forte gripe.

A recuperação do corpo de Mohammad Hassan Shigri

Outra operação de resgate que chama atenção na segunda montanha mais alta do mundo, o K2, é a de retirada do corpo do montanhista Mohammad Hassan Shigri. Hassan era um trabalhador de altitude e faleceu há cerca de um ano, quando passou mal no trecho conhecido como Gargalo da Garrafa, a 8200 metros de altitude. O caso ganhou ainda mais repercussão quando imagens de outros montanhistas passando por cima do corpo caído de Hassan se espalharam pelas redes sociais e outros canais de comunicação.

Infelizmente, o resgate de corpos em grandes altitudes é extremamente arriscado, e por isso o corpo do montanhista permaneceu próximo ao local até agora, quando uma equipe chegou para removê-lo. A equipe de resgate, formada por Dilawar Sadpara, Akbar Hussein Sadpara, Zakir Hussein Sadpara, Mohammed Murad Sadpara e Ali Mohammed Sadpara, conseguiu desenterrar o corpo da neve e transportá-lo até o Acampamento 4. De lá, eles irão continuar a descida para o Acampamento 3, com o objetivo de chegar até a base ou até um local onde ele possa ser acessado por um helicóptero. Ainda de acordo com os organizadores da expedição de resgate, não há fundos para isso e estão buscando por empresas que aceitem apoiar tal ação.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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