Exército é multado em R$ 6,5 milhões por incêndio no Parque Nacional do Itatiaia

4

Uma investigação realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) concluiu que o incêndio ocorrido em junho deste ano no Parque Nacional do Itatiaia foi causado por um fogareiro. O equipamento estava sendo usado por militares na beira da estrada, onde o comboio da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) aguardava os cadetes para retornar à base.

Bombeiros e brigadistas combatendo o incêndio no PNI. Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros.

Assim, o ICMBio propôs uma multa administrativa de R$ 6.531.000 contra a AMAN como forma de reparação pelos danos ambientais. O local atingido pelo incêndio foi fechado para visitas de montanhistas e do público em geral para permitir a regeneração da vegetação.

A investigação

Durante a investigação, foram feitas análises das imagens das câmeras de monitoramento e entrevistas com os envolvidos na detecção e controle do incêndio, além da análise das estações meteorológicas do parque.

Eles também utilizaram drones e vistoriaram a região afetada. Assim, foi possível definir a área em que se originou o incêndio, a mesma em que o comboio estava estacionado. Após as investigações, sabendo que o fogo não teve origem natural e que a região estava fechada para visitação do público devido à atividade da AMAN, o ICMBio responsabilizou o Exército pelo ocorrido.

Caminhões do Exército estacionados ao lado da estrada e fumaça próxima a eles. Imagem: Câmera de Monitoramento Parque Nacional do Itatiaia

Registro do incêndio durante a madrugada de 15/06. Foto: Gabriel Tarso

O incêndio começou no dia 14 de junho, data em que o parque completou 87 anos. O fogo destruiu cerca de 312 hectares, principalmente na região do Morro do Couto, que permanece fechada para recuperação ambiental.

::CONFIRA A MATÉRIA: Parque Nacional do Itatiaia é atingido por incêndio no dia do aniversário

A AMAN realiza treinamentos dentro do parque desde 1957 e foi a primeira a avisar sobre o incêndio na portaria do parque. A instituição também colaborou com o combate ao incêndio, que durou 10 dias. “A AMAN reforça seu compromisso com a preservação do meio ambiente, em especial do Parque Nacional do Itatiaia, área onde está presente há mais de 80 anos.”

Compartilhar

Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

4 Comentários

  1. Erasmo Arrivabene em

    Até parece que o Exército irá pagar essa multa. É só mais uma “multa pra inglês ver”, sem efetividade. Devem estar dando risada lá na AMAN. O correto seria proibir para sempre qualquer treinamento ou atividade militar na área do PNI. Mas, como estamos na maior República de Bananas da América Latina, eternamente “deitados em berço esplêndido” , isso jamais acontecerá.

  2. Daniel Iozzi Sperandelli em

    O estado multar a si próprio não parece sensato. Os treinamentos do EMFA são importantes, e o Itatiaia oferece condições de montanha ímpares. Caberia um excludente de ilicitude nesse caso, se queremos como nação manter forças armadas preparadas, devemos assumir riscos e aprender com os erros para não os repetir.

  3. Sugestão de mais um requisito para se ingressar na AMAN:
    – Provar que tem a capacidade mental para cozinhar um miojo, sem destruir nada em volta.

Deixe seu comentário