Com a proximidade do verão, aumentam os casos de ataques de abelhas nas montanhas e trilhas. Montanhistas e praticantes de atividades ao ar livre conhecem os riscos que as picadas de abelha podem trazer quando se está em áreas remotas. As reações variam de sintomas leves a quadros de anafilaxia, uma reação alérgica grave que requer atenção médica imediata e pode levar à morte.
Um ataque de abelhas pode ser perigoso até mesmo para quem não é alérgico, pois quanto maior o número de picadas, mais veneno é inoculado no corpo. Em locais remotos, onde o socorro pode demorar, esse ataque em massa aumenta a quantidade de veneno no organismo, elevando o risco de insuficiência renal, choque ou falência respiratória.
Assim, a notícia de que pesquisadores brasileiros desenvolveram um protótipo de autoinjetor de adrenalina trouxe alívio para muitos montanhistas. O grupo de pesquisa, liderado pelo médico Renato Rozental, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu o protótipo com apoio de uma empresa paulista.
O dispositivo, essencial para o tratamento de reações alérgicas graves, está em fase inicial de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ainda precisa passar pela avaliação do órgão antes de ser disponibilizado ao público. Segundo Rozental, a previsão é que o processo completo leve menos de um ano.
A caneta nacional segue os padrões dos produtos disponíveis no mercado global, contendo uma ampola de adrenalina ajustada ao peso do paciente, com versões específicas para crianças e adultos. Em caso de reação alérgica severa, o usuário só precisa aplicar o conteúdo na lateral da coxa, sem necessidade de treinamento médico, pois a adrenalina age rapidamente, revertendo a reação e ganhando tempo até a chegada de socorro.
Custo reduzido e acessível
Rozental estima que o produto final custará entre R$ 350 e R$ 400, valor consideravelmente menor em comparação com as canetas importadas, que custam cerca de R$ 2 mil no Brasil e, muitas vezes, só estão disponíveis por meio de importação direta ou em farmácias específicas. Além do custo elevado, há também uma série de burocracias para importar o medicamento.
Prevenção e Cuidados
Enquanto o autoinjetor brasileiro não chega ao mercado, algumas precauções podem ajudar a reduzir o risco de picadas de abelha durante atividades ao ar livre. Montanhistas devem:
- Evitar fragrâncias fortes, que atraem abelhas.
- Usar roupas protetoras e evitar cores vibrantes.
- Consultar um médico para avaliação de risco.
- Carregar kits de primeiros socorros, incluindo pomadas anti-histamínicas e medicamentos orais, e sempre informar alguém sobre o trajeto planejado para facilitar o socorro em emergências.
Para quem passa muito tempo na natureza, estar preparado para lidar com picadas de abelha e suas possíveis complicações é fundamental.