Equipe encerra expedição no Annapurna após Alex Txiton ser diagnosticado com uma apendicite

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A expedição de inverno ao Annapurna (8091m), liderada pelo alpinista Álex Txikon, foi encerrada oficialmente. Txikon foi evacuado da montanha no final do ano por conta de uma apendicite. Seus companheiros de equipe Sajid Sadpara, Mattia Conte, e Sarah Advobais bem como os sherpas, continuaram na montanha. No entanto, após chegar ao Acampamento 3, eles decidiram encerrar a escalada sem o líder especialista em escaladas invernais.

O Annapurna é a décima montanha mais alta do mundo. Foto: Carsten Nebel / Wikimédia Commons.

Equipe durante a aclimatação. Foto: @sajidalisadpara

A apendicite é uma inflamação do apêndice que deve ser tratada com urgência. Além da dor intensa, pode levar até à morte se não for tratada a tempo. Felizmente, Txikon estava no acampamento base da montanha quando começou a sentir os primeiros sintomas e foi rapidamente evacuado por helicóptero até um hospital.

O montanhista foi submetido a uma cirurgia de emergência, que, felizmente, foi bem-sucedida. Txikon chegou a retornar à base da montanha, mas decidiu priorizar sua saúde e recuperação.

Txikon se recuperando no hospital. Foto: @alexxxikon

Apesar da vasta experiência, os outros integrantes da equipe também decidiram abortar a escalada sem a presença do líder Txikon. Em uma mensagem compartilhada por Sajid Sadpara em suas redes sociais, ele refletiu sobre os desafios enfrentados e a difícil decisão tomada pela equipe.

Equipe de Sherpas que acompanhou a expedição. Foto: @sajidalisadpara

“Nem sempre se sente o sabor do néctar doce no topo. Os planos nem sempre se desenvolvem como imaginamos, e a montanha nem sempre permite que a escalemos. A natureza sempre tem a última palavra, e um montanhista sábio escuta seus sinais”, escreveu Sadpara.

Ele também ressaltou que, embora os alpinistas e sherpas da equipe tivessem completado várias rotações e colocado cordas na montanha, a segurança e a camaradagem da equipe sempre foram a prioridade. “Mas o montanhismo não se trata apenas de atingir picos, mas também de segurança e camaradagem. A montanha sempre estará lá para escalar”, afirmou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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