Canadá barra caminhantes da Pacific Crest Trail em resposta à política migratória de Trump

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O governo canadense anunciou uma medida que afeta diretamente os aventureiros que percorrem a Pacific Crest Trail (PCT), uma das trilhas de longa distância mais famosas do mundo. Em resposta à política migratória do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que endureceu o controle de fronteiras, o Canadá decidiu barrar a entrada de trekkers pela trilha.

Tradicional placa de sinalização. Foto: Pxhere

A PCT atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, conectando a fronteira com o México ao Canadá em um percurso de mais de 4 mil quilômetros. Tradicionalmente percorrida no sentido norte, a trilha tem como destino final o Parque Provincial E.C. Manning, já em território canadense. No entanto, a nova determinação impede que os trekkers que percorrem a trilha de ponta a ponta completem o trajeto como antes. Agora, os caminhantes serão obrigados a retroceder ao chegarem à fronteira.

A medida foi anunciada pela Agência de Serviços de Fronteira do Canadá (CBSA), que suspendeu a emissão antecipada de licenças para cruzamento da fronteira pela trilha. Antes, os trekkers podiam solicitar permissão através de um formulário online. Com a nova regra, a entrada no Canadá só será possível por meio dos postos de imigração oficiais, sendo os mais próximos Osoyoos e Abbotsford, a cerca de 100 quilômetros da trilha.

Milhares de pessoas realizam essa trilha todos os anos. Foto: AlexKora90 / Wikimédia Commons.

Nova Logística

A mudança dificulta a logística para os caminhantes. Aqueles que alcançarem a fronteira terão que percorrer aproximadamente 50 quilômetros para retornar a Harts Pass, o cruzamento rodoviário mais próximo. Antes, o trecho final da trilha envolvia apenas 13 quilômetros dentro do território canadense.

A trilha percorre o país de sul a norte. Foto: Samantha Levang / Wikimédia Commons.

Segundo a CBSA, a medida visa reforçar a segurança na fronteira e garantir o cumprimento das normas de imigração, alinhando-se às políticas da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP). O órgão americano também não permite que viajantes entrem nos Estados Unidos vindos do Canadá pela trilha.

A Pacific Crest Trail Association (PCTA), organização que promove e protege a trilha, manifestou pesar pela decisão. Em comunicado, a entidade reconheceu a coerência da medida com as políticas americanas, mas alertou para o impacto ambiental no extremo norte da trilha, que passará a receber mais caminhantes fazendo o percurso de ida e volta. A PCTA reiterou a importância da adoção de práticas de mínimo impacto ambiental para preservar a região.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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