Expedição “30 Anos do Brasil no Everest”. Acompanhe aqui!

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Atualização 29/04: Segundo ciclo de aclimatação e mais uma cerimônia de Puja

A equipe de montanhistas brasileiros, formada por Waldemar Niclevicz, Pedro Hauck, Pedro Augusto Cirino, Samuel Figueiredo e Freddy Rangel, completou o segundo ciclo de aclimatação. Eles subiram até o Acampamento 2, a cerca de 6.500 metros de altitude, onde permaneceram por alguns dias para se aclimatar.

Ao retornar ao Acampamento Base, em 26/04, a equipe recebeu a notícia de que um grande serac desmoronou na Cascata do Khumbu, destruindo parte da rota utilizada na subida. No entanto, os “doutores da Cascata do Khumbu” já encontraram um novo caminho que contorna a rota destruída. Mas esses não foram os únicos danos registrados: os ventos de jato (jet streams) também destruíram uma barraca refeitório e várias outras barracas no Acampamento 1.

Além da aclimatação, Pedro Hauck participou de uma cerimônia de Puja, realizada para pedir licença e proteção para a escalada.

Atualização 23/04: Brasileiros no Campo 2

Os brasileiros Waldemar Niclevicz, Pedro Hauck, Pedro Augusto Cirino, Samuel Figueiredo e Freddy Rangel chegaram ao Acampamento 2, a 6.500 metros de altitude, no dia 22/04. Todos estão bem e deverão retornar ao Acampamento Base para completar o primeiro ciclo de aclimatação de escalada do Everest.

Para alcançar essa altitude, eles atravessaram a temida Cascata de Gelo do Khumbu e chegaram ao Acampamento 1, a 6.100 metros de altitude, onde passaram uma noite. Nesse primeiro dia de subida, Pedro e Samuel levaram mais de 10 horas de escalada, enquanto Waldemar, Pedro Hauck e Freddy levaram cerca de 7 horas.

Ascensão a uma serac no caminho do C2. Foto: Pedro Hauck

A Cascata de Gelo do Khumbu

A Cascata de Gelo do Khumbu (ou Khumbu Icefall) é uma das partes mais famosas e perigosas da rota pela face sul que leva ao cume do Monte Everest. Ela é formada por um labirinto de seracs (torres de gelo), fendas profundas e blocos gigantescos de gelo que estão em constante movimento. Esse deslocamento contínuo pode provocar colapsos repentinos de blocos ou a abertura de novas fendas. Além disso, os seracs, que podem atingir o tamanho de prédios, podem desabar a qualquer momento, provocando avalanches. Essa é a região da montanha com o maior número de registros de vítimas fatais.

Para vencer a Cascata de Gelo do Khumbu, é necessário atravessar as famosas pontes de alumínio e subir por cordas fixas instaladas pelos chamados “Doutores da Cascata do Khumbu”. No entanto, mesmo com esse auxílio, é indispensável que os montanhistas tenham habilidade técnica e excelente condicionamento físico.

Everest no pôr do sol visto do c1. Foto: Pedro Hauck

Atualização 16/04: Pedro Hauck se junta ao time no Everest Base Camp

Em 15/04, o montanhista e guia Pedro Hauck se juntou ao restante do time no Acampamento Base da montanha mais alta do mundo. Ele estava acompanhando um grupo da Soul Outdoor no percurso de trekking até a Base do Everest. Enquanto Pedro seguia a trilha, os demais integrantes da expedição (Waldemar Niclevicz, Pedro Augusto Cirino e Freddy Rangel) realizaram uma pequena investida na Cascata de Gelo do Khumbu, chegando até os 5.600 metros de altitude para conhecer melhor o desafio que enfrentarão em breve.

Subindo em cordas fixas na Cascata de Gelo do Khumbu. Foto: Waldemar Niclevicz

Eles também participaram de uma cerimônia de puja, um ritual tradicional comum no budismo tibetano e no hinduísmo. Durante a cerimônia, são feitas oferendas como incenso, alimentos, flores, bandeiras de oração e entoação de mantras em meio à natureza. Os nepaleses acreditam que, quando realizada em locais elevados, a puja é potencializada. Por isso, é comum que bandeiras de oração sejam colocadas nos cumes das montanhas ou em locais onde o vento sopra com força.

Cerimônia de Puja. Imagem: Waldemar Niclevicz

Montanhistas que escalam nos Himalaias, especialmente no Everest, realizam a puja por respeito às tradições locais e para pedir permissão e proteção espiritual antes da subida. A cerimônia, conduzida por um lama (monge budista), tem grande importância para os sherpas, guias e carregadores locais de origem budista. Durante a puja, os equipamentos de escalada também são abençoados. Acredita-se que o ritual aplaca os espíritos da montanha e invoca bênçãos para uma expedição segura.

Além do aspecto espiritual, a puja também tem um forte valor cultural e comunitário: ela fortalece os laços entre os membros da equipe e demonstra respeito pela natureza e pelas crenças dos povos locais. Muitos alpinistas estrangeiros, mesmo não sendo budistas, participam da cerimônia em sinal de reverência e também por tradição — já que muitos sherpas se recusam a iniciar a escalada sem que a puja tenha sido realizada.

Cume no Lobuche East

Os montanhistas Waldemar Niclevicz, Pedro Augusto Cirino e Freddy Rangel chegaram ao cume do Lobuche East, com 6.119 metros de altitude, em 16/04. Essa escalada faz parte do processo de aclimatação e evita subidas adicionais na temida e perigosa Cascata de Gelo do Khumbu. Com essa estratégia, eles conseguiram atingir uma altitude superior a 6 mil metros de forma mais segura do que fariam caso tentassem essa mesma aclimatação diretamente no Everest.

O Lobuche East é classificado pela Nepal Mountaineering Association como um “trekking peak”, sendo uma opção popular entre alpinistas que buscam aclimatação para montanhas mais altas, como o Everest. A primeira ascensão registrada do Lobuche East foi realizada por Laurence Nielson e o sherpa Ang Gyalzen em 25 de abril de 1984. A rota mais comum para o cume envolve uma combinação de escalada em rocha e gelo, exigindo habilidades técnicas moderadas. A partir do cume, é possível apreciar vistas impressionantes de montanhas icônicas como o Everest, Lhotse, Nuptse e Ama Dablam.


Atualização 11/04 – Time de escalada do Everest chega ao Acampamento Base

O Time da Expedição “30 Anos do Brasil no Everest”, formado pelos montanhistas brasileiros Waldemar Niclevicz, Samuel Figueiredo e Pedro Augusto Cirino, além do venezuelano naturalizado brasileiro Fredy Albeiro Rangel, chegou ao Acampamento Base em 10/04.

Primeiros passos no Everest. Imagem: Waldemar Niclewicz

A equipe iniciou o trekking de aproximação à maior montanha do mundo partindo de Lukla. Foram oito dias de caminhada, com uma pausa em Namche Bazar no terceiro dia para aclimatação. Durante esse dia de descanso, o grupo visitou o vilarejo de Khumjung e seu mosteiro. No sexto dia, fizeram uma caminhada até a parede sul do Lhotse (8.501m), a quarta montanha mais alta do mundo. Nessa ocasião, chegaram a 4.700 metros de altitude, em uma trilha tranquila, porém essencial para a adaptação ao ar rarefeito.

No penúltimo dia antes de chegarem ao Acampamento Base, enfrentaram uma nevasca que dificultou um pouco o trajeto, mas sem maiores contratempos. Phil Klose também participou dessa primeira fase da expedição, mas já retornou a Katmandu de helicóptero.

Enquanto isso, os demais integrantes seguem realizando atividades para melhorar a aclimatação e aguardam a chegada de Pedro Hauck, que está acompanhando os membros da equipe Soul Outdoor, responsáveis apenas pelo trekking até o Acampamento Base.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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