Criança de 11 anos morre ao cair no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS)

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Uma menina de 11 anos, identificada como Bianca Bernardon Zanella, morreu após cair aproximadamente 70 metros de altura no Cânion Fortaleza, dentro do Parque Nacional da Serra Geral, em Cambará do Sul, na tarde de 10/07 .

O resgate foi realizado durante a noite. Foto: Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul

O acidente ocorreu por volta das 13h30, quando a família de Curitiba (PR) realizava um passeio turístico na Trilha do Mirante. Enquanto se preparavam para um lanche, a menina, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), teria corrido em direção à borda do cânion. O pai tentou alcançá-la, mas ela caiu pela encosta do paredão.

O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul foi acionado imediatamente. Mesmo com a pronta resposta da corporação, a equipe levou cerca de 10 horas para chegar aaté  vítima devido a dificuldade de acessar o local onde ela estava. Às 17h30, equipes localizaram a menina com o auxílio de um drone com câmera térmica, encontrando seu corpo cerca de 70 metros abaixo do ponto da queda. Um helicóptero também foi usado, porém devido a neblina, a aeronave não conseguiu chegar até a vítima.

As equipes precisaram acessar o local em que a vítima estava por meio de rapel. Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul

Assim os resgatistas precisaram acessar o local onde Bianca estava com técnicas de rapel, e o uso de ancoragens fixadas em rochas. A descida começou por volta das 22h, e às 23h15 os bombeiros chegaram até o local onde estava a criança, confirmando seu óbito no local .

A operação envolveu cerca de doze bombeiros, incluindo unidades especializadas em resgate em altura e busca com drones. Equipes do ICMBio, da concessionária Urbia Cânions Verdes e do Samu também prestaram apoio.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou nota lamentando o ocorrido, afirmando que colabora com as autoridades na investigação do caso. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, externou condolências à família por meio das redes sociais, colocando à disposição apoio às investigações. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também manifestou “profundo pesar” pela morte da criança.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, agradeceu a atuação das equipes de segurança e solidarizou-se com os familiares. Já Ratinho Junior, governador do Paraná, onde a menina morava enviou um avião da Casa Militar do Estado do Paraná para fazer o traslado do corpo.

A concessionária Urbia Cânions Verdes, responsável pelo apoio à visitação na região, determinou o fechamento do Cânion Fortaleza no 11/07 como sinal de luto e respeito.

O Cânion Fortaleza

O Cânion Fortaleza, um dos maiores do país, com cerca de 7,5 km de extensão, 2 mil metros de largura e altitude superior a 1.150 metros, é acessível por trilhas autoguiadas como a Trilha do Mirante, sem acompanhamento obrigatório de guias ou cercas de proteção ao longo da borda.

O Cânion Fortaleza. Foto: Skyfoto-Marcos Alexandre / Wikimedia Commons.

Segundo o secretário de Turismo de Cambará do Sul, Andrews Mohr, não há registro anterior de quedas nesse mirante. Acidentes já foram registrados na região em prática proibida chamada de “travessia”, em que visitantes entram no interior dos cânions

As causas da morte da menina ainda serão investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Também será realizado uma investigação sobre a segurança do local.

A equipe AltaMontanha lamenta profundamente essa fatalidade e se solidariza com os familiares e amigos. Que Bianca descanse em paz.

 

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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