Em 12/08, chegou ao acampamento base do Pico Pobeda, no Quirguizistão, a notícia de que a alpinista russa Natalia Nagovitsyna havia sofrido uma fratura na perna durante a descida do cume da montanha de 7.439 metros, considerada a mais difícil dos picos de 7.000 metros do mundo.
Sem rádio para se comunicar, Natalia recebeu apoio de emergência de sua equipe no dia seguinte. A cerca de 7.150 metros de altitude, os colegas montaram uma pequena estrutura de sobrevivência: barraca, saco de dormir, combustível para o fogareiro e alimentos.
Imediatamente foram iniciados os esforços de resgate, mas o mau tempo tornou a operação extremamente arriscada. em 16/08, um helicóptero Mi-8 do Ministério da Defesa do Quirguizistão tentou alcançar a montanha, mas caiu a 4.600 metros de altitude, por volta das 8h30 da manhã. O comandante e dois socorristas ficaram feridos, mas sem risco de vida.
No mesmo dia, a tragédia se somou a outra notícia: a morte de um alpinista italiano. Informações anteriores sobre óbitos de montanhistas russos e alemães mostraram-se incorretas, já que ambos haviam deixado a montanha.
Três dias depois, em 19/06, um drone enviado pelas equipes de busca confirmou que Natalia ainda estava viva dentro de sua tenda. Com a melhora das condições climáticas, os socorristas iniciaram uma aproximação em direção ao local onde ela permanece.
Essa não é a primeira vez que Natalia passa por problemasna montanha. Quatro anos atrás, ela viu seu marido, Sergey, falecer vítima de um derrame a 6.900 metros de altitude, enquanto escalavam o Khan Tengri. Apesar dos apelos de resgatistas para que descesse, ela se recusou a abandonar o companheiro, permanecendo ao lado dele até o fim.
Conhecido por sua altitude extrema e clima brutal, o Pico Pobeda jamais permitiu o resgate bem-sucedido de um alpinista ferido acima dos 7.000 metros. A ironia trágica é que a barraca de Nagovitsyna está montada exatamente no mesmo local onde, anos antes, foi encontrado o corpo do alpinista Mikhail Ishutin.
















