O brasileiro Wenceslau Madeira Junior, de 53 anos, acaba de entrar para o Clube dos 6 mil após escalar sua décima montanha acima de seis mil metros nos Andes, o Coropuna (6.436m), no Peru.

Wenceslau escalou três 6 mil na última expedição e chegou a sua 10ª montanha dessa altitude. Foto: wenceslaumadeira
Além dessa montanha emblemática, o montanhista conta com outras 9 ascensões em montanhas de 6 mil metros, sendo elas: o Ojos del Salado (6.893m), o Peña Blanca (6.030 m), o nevado San Francisco (6.018 m), El Ermitaño (6.146 m) e Copiapó ( 6.052 m), no Chile, o Acotango ( 6.052 m) e o Parinacota (6.348 m), na Bolívia e em sua última expedição no Peru o Chachani (6.057 m), o Hualca Hualca (6.025 m), além do Coropuna.
Wenceslau conta que a montanha mais desafiadora para ele foi o Parinacota pois ele não estava bem preparado. Já a sua maior realização foi no Kilimanjaro, sua primeira montanha de altitude. “Uma travessia indescritível, além da diversidade cultural”, revelou.
Uma conquista além da altitude
Mais do que números e estatísticas, Wenceslau Madeira carrega na sua trajetória uma história marcada pela superação pessoal. O montanhismo, para ele, não é apenas esporte: é missão de vida.
O marco dos 10 cumes nasceu de um momento delicado, quando seu pai foi diagnosticado com uma neuropatia degenerativa hereditária. Ele começou a subir algumas montanhas na Serra do Cipó, em 2020, durante o período de pandemia. Desde então, a prática da montanha passou a ter um significado mais profundo: cuidar da saúde, adiar possíveis complicações futuras e encontrar no esforço físico e mental uma forma de resiliência. “Cada treino, cada cume alcançado, é também uma tentativa de adiar ao máximo uma possível condição futura”, resume Madeira.
Everest no horizonte
O desafio, no entanto, não termina aqui. Aos 53 anos, o montanhista já se prepara para um novo e ambicioso objetivo: escalar o Everest, a montanha mais alta do planeta, com 8.848 metros. Para isso, ele segue um programa intenso de treinos físicos e técnicos, além de planejar novas expedições em montanhas de 7 mil metros a partir de 2026 e um curso de alta montanha para se preparar ainda melhor.
“O caminho não termina, ele se transforma. A vida nos oferece oportunidades únicas a cada respiração. O montanhismo tem me ensinado sobre resiliência, humildade e a efemeridade da nossa passagem pela Terra”, reflete.
A jornada de Madeira é também coletiva e ele faz questão de agradecer aos familiares, treinadores e amigos que o acompanham em cada passo da escalada. Principalmente sua esposa, Isabela, que também o acompanhou na última expedição e seus filhos, Pedro e Gustavo. Bem como os montanhistas Pedro Hauck e Maria Tereza Ulbrich da Soul Outdoor que também estiveram presentes em suas experiências.


















